O livro “Eu sou o mensageiro“, escrito por Markus Zusak (o mesmo autor de A Menina que Roubava Livros), publicado pela Editora Intrínseca, foi um dos livros que mais me tocou durante a vida. Eu o li há alguns anos e, mesmo assim, sempre gosto de relembrá-lo.

A obra conta a história de Ed Kennedy, um jovem de 19 anos com a vida ferrada e totalmente desacreditado de si mesmo. Quando, um dia, ele impede um assalto em um banco, começa a receber cartas de baralho com mensagens anônimas que o levam a algumas pessoas que precisam de sua ajuda.

Ed é taxista e um desastre no que diz respeito à sua vida pessoal: tem um cachorro, o Porteiro, que é viciado em café, é apaixonado pela melhor amiga e é totalmente solitário. Meio perdido, até. Seu pai morreu por conta to álcool e sua mãe é uma mulher extremamente ranzinza (rçrç). Ele definitivamente não sabe o que fazer da vida e sabe menos ainda o que o faz receber essas missões anônimas… Mesmo que ele sempre dê um jeito de cumpri-las.

É inegável como a verdade pode ser brutal às vezes. Só dá pra admirá-la. Geralmente passamos a vida acreditando em nós mesmos. “Eu tô bem”, dizemos. “Tá tudo bem”. Mas às vezes a verdade pega no pé e não tem santo que a faça desgrudar. É aí que percebemos que às vezes ele nem chega a ser uma resposta, mas sim uma pergunta. Mesmo agora, estou aqui pensando até que ponto minha vida é convincente.

O livro é narrado em primeira pessoa, através do olhar de Ed, que não se importa muito em usar palavras leves ou eufemismos.

Eu tenho uma certa atração por histórias de personagens totalmente perdidos ou ferrados na vida, talvez porque eu me sinta muito perdida em relação a quem sou ou o que quero ser (sou profunda bjs) (quem nunca né), então a sensação desse livro é algo que sempre vai me marcar.

A cada carta que ele recebe, tem uma missão para cumprir, seja lá como for. É claro que ele não consegue fazer as coisas de um jeito ponderado e até mesmo polido, mas da sua forma torta consegue trazer uma nova luz para a vida de muita gente… E de certa forma ele consegue acordar para a própria vida. É claro que, por mais simples que a história seja, o final não deixa de ser surpreendente, afinal, ele finalmente conhece o autor de cada carta que recebe.

— Fiz isso tudo com você. Transformei você num taxista pra lá de incompetente e o forcei a fazer todas aquelas coisas que você achava que não conseguiria — agora ficamos ali parados, olhando um pro outro. Esperando mais palavras. — E por quê? — ele pára, mas não se mexe pra trás. — Eu fiz isso porque você é o verdadeiro símbolo e modelo da banalidade, Ed — ele me olha todo sério. — E se um cara como você consegue fazer o que você fez por toda essa gente, talvez todo mundo consiga. Talvez todos possam superar seus próprios limites de capacidade — ele agora se empolga. Fica emotivo. Isso é tudo. — Talvez até eu consiga…

O livro é escrito de forma simples, com uma boa dose de sarcasmo e palavrões. Ele foi escrito seguindo a quantidade de cartas do baralho, ou seja, cada capítulo representa uma carta e cada um dos “Ás” significam três missões que ele terá que solucionar nos capítulos seguintes que alternam entre curtos e longos. Esse é um dos meus livros preferidos e, óbvio, recomendo muito. Espero que gostem! 😉

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