Ahá! Demorou, mas eu finalmente trouxe um dos animes mais fofos e emocionantes de todos os tempos: Usagi Drop <3 Sabe aquele dito otaku “nunca julgue um anime antes do seu terceiro episódio” que serve mais para aqueles que não te cativam de primeira? Pois é, no caso de Usagi Drop ele não é necessário. Acreditem em mim, se você é uma pessoa sentimental (ou nem tanto) que gosta de acompanhar o desenvolvimento dos mais diversos tipos de relações humanas e o quão forte os laços podem tornar uma pessoa, sem dúvida alguma vai se sentir atraído por Usagi Drop, porque ele é assim: um anime simples repleto de ternura e amor pra aquecer os corações (fui clichê, mas…)

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Mas vamos a parte chata do artigo, os detalhes técnicos: Usagi Drop é um mangá criado por Yumi Unita e que foi publicado mensalmente pela revista Feel Young de Outubro de 2005 a Abril de 2011. A adaptação em anime feita pelo estúdio Production I.G foi exibida de Julho a Setembro de 2011. Ouvi boatos de que o anime de 11 episódios (mais 4 especiais) só cobre a primeira metade do mangá por motivos de: os produtores acharam que é a melhor metade e que só ela merecia ser animada.
Infelizmente eu ainda não li o mangá (também ouvi boatos de que ele será lançado aqui no Brasil em breve, vou esperar né), por isso irei falar aqui apenas do anime. Então, sem mais delongas, peguem seus lencinhos e saiam de fininho preparem-se para conhecer a linda história da pequena Rin e do atrapalhado Daikichi.

Enredo

No ínicio de Usagi Drop somos apresentado ao solteirão de 30 anos Daikichi Kawachi que mora sozinho e trabalha em um emprego relativamente bom (sendo o melhor de seu departamento). Daikichi recebe a notícia da morte de seu avô e acaba indo ao velório quando na porta do local se depara com uma pequena menina de cabelos loiros segurando uma flor azul. Surpreso, o homem entra na casa e já comenta com a sua mãe a estranha aparição e é aí que ele descobri que a menina é nada mais, nada menos que a sua tia. Estranho? Até demais, mas deixa eu explicar. A menina se chama Rin Kaga e é filha bastarda do avô de Daikichi, ou seja, o velho simplesmente se afastou de toda família e nesse período acabou fazendo uma filha sem que ninguém descobrisse. E agora, com a morte do homem, a menina acaba ficando sozinha aos cuidados da família que nem sabia de sua existência. Óbvio que toda a família está irritada e é mais óbvio ainda que ninguém quer assumir a responsabilidade de criar uma menina de seis anos.

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E ainda ocorre o pior: em uma discussão para decidirem o futuro de Rin, chegam a existir propostas do tipo “seria melhor levá-la a um abrigo”. É aí que nosso héroi mostra sua força, apesar da pouca experiência com crianças (na verdade, nenhuma), Daikichi não ignora o fato de que estão falando da vida de uma criança, É UMA CRIANÇA, CARAMBA, e ela não tem culpa alguma do que o pai fez! Rin agora está sozinha e triste, perdeu o pai, a única pessoa que tinha no mundo, e a “família” que lhe sobrou quer mandá-la para um abrigo, mas nosso herói, com um forte senso de justiça e sensibilidade simplesmente se aproxima da pequena e pergunta “Rin, você quer vir comigo?”, e assim nasce uma das histórias mais lindas e cativantes já vistas em animes.

"Tem sido assim desde que encontrei a Rin. Fico nervoso e preocupado com as menores coisas…"
“Tem sido assim desde que encontrei a Rin. Fico nervoso e preocupado com as menores coisas…”

Novas descobertas

Daikichi resolveu assumir a responsabilidade pela menina, mas acabou se esquecendo do principal: como cuidar de uma criança de seis anos? Rin praticamente caiu de pára-quedas na vida dele, e o homem, sem a mínima experiência terá de aprender sozinho como levar essa nova vida de “pai solteiro”. Porém, eu tenho que concordar que Daikichi teve sorte, porque ao contrário da maioria das crianças, Rin é madura e independente, às vezes mais esperta que o próprio Daikichi. É engraçado como na maioria das situações não é o mais velho que a guia pelo caminho certo, Rin é quem quase sempre toma as rédeas das situações caseiras. Não é Daikichi que aprende a ser pai, é Rin que o ensina a conviver com uma criança.

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Usagi Drop é repleto de situações comuns a várias pessoas em todo planeta, é uma estória que nos mostra que para ser pai não basta só pôr a criança no mundo, ser pai é muito mais que tudo isso, é proteger a sua cria, abrir mão de muitas coisas (inclusive dos próprios vícios) em benefício dela, é fazer novas descobertas em cada situação, é mudar os antigos horários para que possa acompanhar seu desenvolvimento, encontrar a felicidade em pequenos fatos do cotidiano, é levar no primeiro dia de aula e fotografar para nunca mais esquecer, ajudá-la a escolher uma roupa favorita, cuidar para que ela esteja sempre saudável, tentar sempre apresentar o melhor exemplo de ser humano como inspiração, é sorrir quando ela sorri. Para Daikichi, que da noite para o dia se torna “pai solteiro”, tudo isso adquiri um significado incalculável.

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Temas recorrentes

E claro que os problemas comuns a pais solteiros do planeta Terra não poderiam deixar de acontecerem com Daikichi, não é mesmo? E mais do que pai solteiro, Daikichi não é o biológico, ou seja, uma hora ele também sente a necessidade de desvendar os mistérios da vida da pequena. Quem é a verdadeira mãe de Rin? Quem é essa mulher que fez uma filha com o seu avô e por que ela abandonou a menina? O que ela faz da vida pra deixar uma criança de lado? E Rin, será se ela a conhece? Se não, ela pode querer conhecê-la? Todas essas dúvidas vão sendo solucionadas no decorrer dos dias (e dos episódios) desse homem pouco experiente com crianças. Não posso dar mais revelações do enredo, apenas dizer que no fim das contas Daikichi se preocupou demais, tudo porque ele deixou de pensar em si para agir em benefício da menina que agora cria. A gente acaba percebendo que a maioria das dúvidas de Daikichi às vezes não passam de paranóias do mesmo (Rin nunca nem toca no assunto ”mãe biológica”). Chega a dar vontade de entrar na tela e falar pra ele: calma Daikichi, agora a vida de Rin gira em torno de você.

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Ah e claro, Rin faz um amigo na escola, Kouki, um garoto hiperativo, mas protetor. A entrada de Kouki e sua mãe é fundamental para o enredo, porque a mãe dele (Yukari) acaba se tornando uma presença materna para Rin. Yukari é divorciada e vive assim como o Daikichi, com o eterno dilema de “será que mesmo sozinha, estou cuidando bem de meu filho?”. E claro, fica mais que evidente o interesse de Daikichi pela encantadora mulher, que na maioria das situações sem saídas representa uma luz no fim do túnel para ele.

"Sou eu quem crio a Rin ou é a Rin quem me cria? Às vezes eu não sei como explicar..."
“Sou eu quem crio a Rin ou é a Rin quem me cria? Às vezes eu não sei como explicar…”

Live action e mangá

Geeeente, eu não sou muito fã de live actions, mas o de Usagi Drop é simplesmente UMA BENÇÃO! O filme estreou em Agosto de 2011 no Japão e adivinhem quem foi o ator escolhido para interpretar o Daikichi? Kenichi Matsuyama, o L dos live actions de Death Note (eu não gosto muito dos de Death Note, mas L: Change the World é muito bom!). Kenichi é conhecido por interpretar personagens bizarros nos cinemas, mas em Usagi Drop ele cumpre muito bem a proposta de fazer um solteirão normal de 30 anos. A atriz responsável por fazer a Rin é a Mana Ashida que eu não conhecia, mas confesso que me apaixonei por ela. Mana é muito fofa, ela tem um sorriso lindo e cumpre muito bem o papel de Rin. Com essa dupla de artistas, era óbvio que o live action seria um sucesso!

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Quanto ao mangá, o anime cobre mesmo apenas a primeira metade dele. Mas o que tem a segunda metade, Paula? Segundo boatos, a segunda metade trata de Rin no colegial (parece que ela não foi animada por ter assuntos mais polêmicos), isso mesmo, a pequena cresceu e se tornou uma aborrecente, junto com Kouki. Bom, eu ainda não o li, tô esperando de verdade que o mangá seja mesmo lançado aqui no Brasil, aí sim teremos esclarecimentos. Mais detalhes nesta notícia!

Vale a pena?

Mais que uma estorinha fofa, Usagi Drop nos mostra uma realidade que nem sempre precisa ser ruim. Daikichi não é nenhum super herói, mas a sua simplicidade nos faz admirá-lo de uma forma ímpar. Uma vez me peguei pensando ”como eu me apaixonei por alguém tão simples?” (tenho fama na turma de esquisitona que adora os esquisitões de animes). É mais como ”eu quero fazer parte dessa história e quero morder a Rin e o Daikichi”. Simplificando, Usagi Drop não é a estória de um homem que adotou uma criança e agora tem de lidar com o novo cotidiano, é a estória de um sobrinho de 30 anos e uma tia de 6 que agora ficará sob os cuidados dele. É lindo ver como a relação dos dois é construída, Rin passa a confiar cada vez mais em Daikichi, e este, mesmo que de forma atrapalhada, vai superando pouco a pouco as dificuldades de se bancar um pai . Daikichi e Rin não são apenas pai e filha ou sobrinho e tia, são amigos que na nova relação encontram toda a força do mundo para continuarem seguindo em frente enquanto buscam a felicidade.

"É como se esse sorriso fosse ser a razão da minha felicidade para sempre… Mas acho isso perfeitamente natural."
“É como se esse sorriso fosse ser a razão da minha felicidade para sempre… Mas acho isso perfeitamente natural.”

No mais, eu queria falar da arte de Usagi Drop que é bem simples mais muito colorida, vou fazer do comentário da minha irmã o meu também: “parece até desenho de criança: uma fofura”. A trilha sonora é delicada tanto no sentido do drama quanto na abertura e encerramento, aliás, a abertura Sweet Drops é cantada pela dupla da Puffy e o encerramento High High High pela dupla Kasarinchu. Elas são muito lindas, podem baixar! <3

Enfim, você não precisa ser um super otaku para assisti-lo, aliás, esse é o tipo de anime que você pode indicar para aquele amigo que odeia animações japonesas (a pequena Rin certamente amolecerá o coração dele).

É isso, e boa sorte na depressão pós-fim de anime hahaha ~

E para quem se interessar, assista online no Crunchyroll, leia o mangá e baixe o live action legendado aqui (eu procurei muito por ele, mas só encontrei por aí, talvez por torrent também tenha…).

Pra quem não conhece, Crunchyroll é um dos poucos sites legais de transmissão oficial de anime e drama, é “o netflix” de animes, só que ainda melhor porque os episódios mais recentes ficam disponíveis MUITO rápido em relação a data de lançamento japonesa.
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