Cruella e Malévola elevam os live-action a um novo nível trazendo como protagonistas as clássicas vilãs.

O texto a seguir contém spoilers de Cruella

A partir dos anos 90, a empresa explorou sua icônica biblioteca de filmes de animação clássicas para produzir versões live-action de suas histórias, mas o fenômeno se acelerou consideravelmente a partir dos anos 2010. À medida que o estúdio saturava o mercado com versões de carne e osso de animações antigas como Os 101 Dálmatas, uma questão tornou-se clara: a Disney precisava mudar a história de uma forma que exigisse sua recontagem, ou o público preferiria com certeza assistir novamente os queridos clássicos originais.

Filmes como Dumbo e A Bela e a Fera, são sem dúvida não um movimento simples de transmídia da animação para o filme, mas sim uma recontagem da história, com novos elementos introduzidos. Já bem diferente dos antigos live-action como 101 Dálmatas. Porém ainda permanece a essência dos clássicos originais. Mas com Malévola e Cruella, a Disney foi muito além, e mudou o ponto de vista de quem a história é contada e o salto de originalidade foi muito maior. 

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Embora não seja tecnicamente a primeira – ou mesmo a segunda adaptação de 101 Dálmatas, Cruella tem uma abordagem bem diferente dos filmes de Glenn Close (101 e 102 Dálmatas) transformando sua antagonista na protagonista do novo filme. Cruella conta a história da jovem e excêntrica Estella, cuja trágica história de vida e talento nato para moda se entrelaçam quando ela chega ao topo da cena da moda contracultural de Londres. À medida que ela se torna mais ambiciosa e ameaçada pela Baronesa (sua antiga empregadora e concorrente nos negócios), ela se transforma, deixando de ser Estella e assumindo sua nova persona Cruella, levando adiante a lenda de Cruella DeVil .

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A escolha de centrar o antagonista no papel do protagonista, faz o filme evitar o problema mais comum dos remakes antigos da Disney: a falta de originalidade. Muito parecido com Malévola, que examinou uma história de fundo original para outra vilã clássica da Disney, o filme evita fundamentalmente as críticas recauchutadas.

Cruella e Malévola
Cruella e Malévola – Via Screenrant

Muito mais do que contar as origens e a história de uma das personagens mais icônicas e cheias de glamour, Cruella dando nova roupagem, e adicionando novos fatos e pontos de vista. Uma icônica cena do filme é quando a Baronesa acredita que Cruella está desfilando com um casaco feito com os seus dálmatas, no entanto os animais estão a salvo, porém ela só queria dar um susto e causar impacto. Também revisitamos os clássicos capangas, Horácio e Gaspar, e entendemos a fundo seu relacionamento e ligação com Cruella, assim como a relação entre Anita Darling e Cruella.

Cruella é visualmente brilhante, traz originalidade, atuações impecáveis, uma história com reviravoltas passando, na minha opinião,  na frente inclusive de Malévola. Se tornando sem dúvida uma das produções mais interessantes da Disney.

Se quiser saber mais confira nossa opinião no texto: Review | O que achamos do filme Cruella.

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