E de quebra tem entrevista com a desenvolvedora do jogo, Thais Weiller.
Rainy Day é o jogo desenvolvido pela game designer, Thais Weiller (JoyMasher), em colaboração com a artista Amora Bettany (MiniBoss). Rainy Day é um jogo de aventura em texto que aborda a temática de depressão e ansiedade. Segundo o IBGE, 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão. Esse valor equivale a 11 milhões de brasileiros!
Para quem sofre de depressão ou ansiedade tem dificuldade para realizar atividades simples do cotidiano como sair de casa, por exemplo. Como o próprio nome propõe, o jogo se passa num dia chuvoso e a protagonista precisa se levantar da cama para ir ao trabalho. Para cada pensamento e sentimento existem opções do que a protagonista quer, precisa ou consegue fazer. Essas opções ficam embaçadas até você colocar o cursor do mouse em cima para visualizar. Como o jogo possui múltiplas escolhas, cada opção escolhida leva você a novas telas ou a telas anteriores (podendo cair num loop). Rainy Day possui 4 finais diferentes.
Entrevistei a Thais Weiller para falar um pouco sobre a sua experiência do desenvolvimento de Rainy Day.
GG: Rainy Day aborda temáticas como depressão e ansiedade. Como surgiu a ideia do jogo?
TW: Eu estava em uma época difícil em que sentia e que além de tudo eu sentia que não estava sendo capaz de me expressar criativamente. Algumas pessoas teriam desenhado, outras cozinhado ou escrito contos. Eu faço jogos, um jogo foi para mim a forma mais fiel e mais orgânica de expressar como eu me sentia.
GG: Rainy Day é um jogo simples de aventura em texto que fala de dois temas muito delicados sobre saúde mental. Como você se sentiu desenvolvendo Rainy Day?
TW: Eu não estava bem na época então não posso dizer que me sentia ~ótima~, seria uma mentira. Mas eu com certeza me sentia um pouco melhor, era como se eu conseguisse conquistar um pouquinho mais de controle sobre tudo aquilo.
GG: O jogo é focado na narrativa possuindo múltiplas escolhas e algumas delas acabam de tornando um loop na vida da protagonista. Como foi retratar uma pessoa com depressão e ansiedade?
TW: Foi catártico. Representar isso na forma de um jogo me fez entender melhor como funciona essa rede de ações que fazemos quando estamos com esses problemas.
GG: Como você acha que serious games podem ajudar as pessoas? E como é experiência de desenvolver um jogo sério e indie no Brasil?
TW: Na verdade, minha intensão fazendo o jogo não foi exatamente fazer um serious game. Fico feliz que ele possa ser usado dessa maneira. O Brasil tem uma indústria de jogos pequena mas muito, muito interessante. Os profissionais que temos aqui são incríveis.
O game é gratuito e pode ser jogado tanto em português como em inglês. Para jogar clique aqui.
Graduada em Jornalismo e Jogos Digitais e pós-graduada em Mídia Digitais. RP de games. Fã de As Crônicas de Gelo e Fogo, Tolkien, Fables, Miyazaki, Okami, Dragon Age, Mass Effect e Horizon Zero Dawn/Forbidden West. Divido meu tempo livre com os meus vícios em séries, filmes, livros, webtoon, quadrinhos e games.
