Uma prisão para crianças que na verdade é um parque temático macabro: esse é o principal tema do mangá de hoje, Deadman Wonderland. Como um grande advento da pós-modernidade, conheceremos as crianças com poderes especiais que estão aprisionadas para a diversão dos espectadores e lucros dos diretores dessa tenebrosa instituição.
Trabalhar com o sistema prisional e ficção científica não são os únicos atrativos de Deadman Wonderland. Seus autores, os japoneses Jinsei Kataoka e Kazuma Kondou também foram responsáveis pelo mangá de grande sucesso Eureka Seven, trazendo um estilo mais sofisticado e questionador aos tradicionais animes shonens, que visa o publico jovem masculino. Na humilde opinião dessa que vós fala, é um dos melhores mangás publicados atualmente no Brasil. Também possui uma adaptação em animação com 12 episódios.
Nosso protagonista Ganta é um garoto em idade escolar que vê todos os seus colegas de classe serem mortos por um homem meio máquina e que usa uma capa vermelha. Ganta é acusado pelos assassinatos dos colegas e vai parar na DeadMan Wonderland, uma prisão para jovens infratores.
Deadman Wonderland é uma prisão bem peculiar: além de manter os jovens encarcerados em diferentes níveis e colocar neles colares para que sejam monitorados, a prisão é uma espécie de parque temático aonde os visitantes vão para ver os detentos competir em provas de resistência e lutar até a morte. Macabro? Há também uma regra firme: os detentos precisam comer certo doce a cada três dias, se não, morrem. Como conseguir esse doce? Ganhando competições, comprando com a moeda da prisão ou roubando uns dos outros. Tenso, né?
Na prisão, Ganta vai encontrar uma velha amiga, Shiro (Branco, em japonês), uma garota albina e desastrada que fora sua amiga de infância e de quem ele guarda vagas memórias. Eles se tornarão amigos e tentaram juntos viver dentro da Deadman. Ele encontrará também rivais que vão querer sua cabeça e também amigos que tramarão fugas com ele. Ganta também descobrirá que ele faz parte de uma elite de prisioneiros e foi levado até a prisão por ter poderes especiais, e como os outros, receberá um apelido de passarinho, o “Woodpecker” (Pica-pau). Dentro da instituição também há grupos rivais e suas brigas são impulsionadas pela própria prisão, o que resulta em mortes e crianças constantemente mutiladas.
A prisão obedece ao sistema Panóptico, ou seja, a prisão é disposta em forma de anel e ao centro fica uma unidade de vigilância. Temos também acesso aos bastidores da prisão, podendo observar como o sistema funciona e como os diretores encaram a vida dos prisioneiros. A chefe de guarda Makina, apesar de parecer o pior pesadelo dos prisioneiros, luta para desmascar o real teor da Deadman para o mundo.
O mangá mostra um tipo de sistema prisional fictício que nos parece muito absurdo e antiético, mas me pergunto se nossos sistemas educacionais e penitenciários não são muito próximos do que o mangá explora. Com uma dose de Ultraviolencia, esse mangá trás o sofrimento e adaptação de crianças e ambientes extremos e até aonde o ser humano pode ir por ambição ou para proteger quem ama. Mas também, o infrutífero trabalho de quem quer lutar contra um sistema tão asqueroso como esse.
O mangá terá 13 volumes ao total e está sendo licenciado no Brasil pela editora Panini em tamanho tankobon com cerca dem200 páginas e seus preços variam de R$9,90 a R$10,90.
Profissão: Princesa na empresa Mundo de Ooo. Adora paçoca, pandas, desenhar, perucas coloridas, histórias em quadrinhos alternativas e fala sozinha. Tem uma coleção de bonecas da Asuka de Evangelion e sabe cantar todas as musicas do Racionais Mc’s de cor. Habilidade especial: de dormir em qualquer lugar.