Sendo uma adaptação de um livro, De Volta aos Quinze é a nova série nacional da Netflix.

Lançado em 2014, De Volta aos Quinze é um dos primeiros romances de Bruna Vieira. Na época, em uma entrevista à Capricho, a blogueira e escritora definiu o seu livro como uma obra que “fala sobre escolhas, fases e destinos”. O sucesso foi tanto, que todos os exemplares esgotaram em seu lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro e entrou para a lista de livros mais vendidos da livraria Saraiva. 

Com isso, a Netflix, que vem focando na produção de filmes e séries nacionais, resolveu adaptar a obra em seis episódios e recheou o seu elenco com nomes conhecidos, como Maisa Silva, Camila Queiroz, Klara Castanho, João Guilherme, Felipe Camargo e entre outros atores que  intercalam um mesmo personagem nas mudanças de passado e futuro. Afinal, a narrativa é sobre viagem no tempo. 

De Volta aos quinze
De Volta Aos Quinze

Sobre o que fala a série De Volta aos Quinze?

Infelizmente (ou não), desde o seu anúncio a série carregou consigo uma comparação direta com o clássico De Repente 30, porém, ao contrário. Já que dessa vez a protagonista de 30 anos, Anita (Camila e Maisa), volta ao passado para reviver o seu primeiro dia de aula do ensino médio. E, semelhante a comparação, a viagem no tempo ocorre após a personagem desejar ter 15 anos de novo. Além de acreditar que tudo seria mais fácil, pois a felicidade está nas escolhas que deixou de fazer. 

Aliás, como uma personagem que fala o que pensa e toma atitudes sem pensar, Anita vê a oportunidade de mudar certas situações do futuro. Assim como construir e desmanchar laços. Obviamente, esses atos levam a consequências (positivas e negativas) no futuro, envolvendo ela e todos à sua volta. 

Mesmo com um humor leve, a história cita assuntos delicados, como aceitação, masculinidade tóxica, bullying, representatividade LGBTQIA+, pressão familiar e outros discursos. Todos esses temas são apontados com seriedade e leveza, deixando a série ainda mais rica de conteúdo. 

A nostalgia dos anos 2000

Sendo uma série que retoma ao passado, a caracterização dos anos 2000 não é deixada de fora, os detalhes de cenários, figurinos, objetos e gírias são pensados para transportar o espectador para 2006. Além disso, a trilha sonora é composta de músicas de Charlie Brown Jr., Los Hermanos, Os Paralamas do Sucesso e Pitty. Até mesmo a forma como Anita descobre a viagem no tempo envolve um momento nostálgico, quando ela acessa um computador antigo e encontra o seu flog (um blog popular nos anos 2000 que permitia aos usuários publicarem fotos com pequenos textos).

Apesar de ser uma série teen, que normalmente conta com uma construção mais simples, alguns efeitos visuais não foram deixados de fora, principalmente na mudança de cenário durante a primeira viagem de Anita. De fato, a produção é um dos maiores pontos para se destacar.

Ademais, a escolha do elenco também foi certeira. Uma vez que pegaram atores parecidos para interpretarem suas versões do passado e futuro (que em muitos filmes as semelhanças são zero). Já as protagonistas, Maisa e Camila Queiroz, conseguiram entregar essências parecidas em suas atuações. Principalmente a Maisa, que precisou interpretar uma mulher de 30 anos no corpo de uma adolescente. Aliás, em vários momentos é possível apagar toda a imagem da Maisa da cabeça e enxergar de fato a personagem Anita. 

Um das melhores escolhas foi adaptar a obra em série 

Sempre que uma adaptação é anunciada, os fãs da obra vibram e choram ao mesmo tempo. Isso porque nem sempre a adaptação fica fiel e as cenas são cortadas para não ultrapassem a duração média de um filme. Sendo assim, a decisão de adaptar como uma série foi certeira e não poderia ter sido diferente. Afinal, com tantas viagens no tempo, uma narrativa curta deixaria o telespectador confuso. Então, sim, apesar de algumas mudanças na história, a Netflix conseguiu adaptar bem o livro de Bruna Vieira. Quem é fã de séries teens, com um roteiro leve, vai maratonar essa série e desejar profundamente uma continuação. 


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