A quarta e última temporada da animação concluiu as histórias de todos os seus personagens principais.

A quarta temporada de Castlevania foi lançada na Netflix em 13 de maio, marcando o fim da história que envolveu Trevor Belmont, Sypha Belnades e Alucard. Todos os personagens tiveram seus arcos bem concluídos, e isso não foi diferente com os antagonistas. Esse texto é dedicado a Carmilla, uma das quatro rainhas de Styria.

CUIDADO: teremos spoilers da temporada final de Castlevania!

Quando Carmilla apareceu pela primeira vez, na segunda temporada, ela foi apresentada como uma personagem feminina forte e dominante, e poderíamos temer que ela fosse continuar assim, pouco complexa e sem mais camadas, contudo, quando a terceira temporada trouxe suas irmãs à cena, isso acrescentou muitas outras camadas para entendê-la.

Pelo que sabemos, Carmilla foi transformada em vampira séculos atrás por um vampiro desconhecido, o qual ela posteriormente matou, alegando que ele era “velho e cruel”. Isso a levou a criar um desejo de vingança contra muitos dos vampiros velhos, homens e cruéis que controlavam o mundo ao redor dela. Esse desejo de se vingar levou a uma ambição que, em última instância, a transformou na vampira durona que conhecemos.

Na quarta temporada, Lenore vê Carmilla tramando a dominação mundial, uma ambição que parece levar direto ao desastre, já que os humanos sempre lutarão pelo lugar que ocupam no mundo, e pergunta a Carmilla se ter tudo aquilo lhe traria felicidade.

“A primeira parte da minha vida foi feita de homens tirando coisas de mim”, Carmilla responde. “E então eu tirei-lhes a vida, suas coisas e seus lares”. Ela reconta como tentou viver com seu coven de vampiras na Styria, mas que vieram atrás delas. Quando pediram por ajuda, “malditas mulheres” foi a resposta que obtiveram. Assim, Carmilla escolheu confiar em seu instinto de sobrevivência e em sua ambição e transformá-los em um ímpeto por poder.

Essa é uma história familiar.

Há vários exemplos de vampiras mulheres que viraram “vilãs” em outras histórias – Drucilla (Buffy, a Caça-Vampiros), Lorena (True Blood), Katherine (The Vampire Diaries) – e tudo sempre começa com muito trauma. Assédio sexual e mental transformam essas mulheres em aço, lâminas que cortarão todos a seu redor, até elas mesmas, até que a ambição é tudo que as move porque nada mais poderá garantir sua segurança.

Carmilla é uma vilã, mas assim como Drácula, na história, a narrativa não apaga a raiz da vilania.

Sua batalha final é contra Isaac, um dos antigos mestres de forja de Drácula. Isaac escolheu viver, construir algo no mundo para si próprio e Carmilla ameaça essa existência, já que nunca cessará de desejar conquistar mais e mais, em busca de sua própria segurança. Eles não podem coexistir.

Carmilla dá tudo de si na luta, demonstrando o quão incríveis são suas habilidades, e claramente Isaac sozinho não daria conta de lutar contra ela. Ele precisa de um exército inteiro de criaturas da noite como suporte. Mesmo assim, ela acaba sucumbindo, graças a esse exército e do planejamento anterior de Hector, que a impede de escapar. Contudo, ao invés de se entregar, de manter sua vida ou de ter seu sangue tirado dela, Carmilla escolhe acabar com a própria vida, não permitindo que mais nada seja tirado dela.

É um final excelente para uma personagem que acabamos querendo ver mais em cena, mas que foi muito bem aproveitada.

Este é apenas um dos grandes encerramentos de Castlevania, e para quem ainda não assistiu, recomendamos fortemente que vá assistir!

Matéria traduzida e adaptada de TheMarySue.

Imagens: Netflix.

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