Não devemos tolerar transfobia.

Bette Midler (Abracadabra) tem um comportamento… interessante no Twitter. Ou seja, às vezes ela tuita coisas e você realmente deseja que ela não o faça. E desta vez foi uma loucura de transfobia, na qual ela tenta igualar as mulheres que não têm o direito de se chamarem de mulheres (elas têm) e o uso de termos como “pessoas grávidas” ou “pessoas que dão à luz”, ou quaisquer outros derivados termos neutros. Não, as mulheres não estão sendo chamadas de “pessoas que dão à luz”. Usar termos neutros é apenas uma forma mais inclusiva de falar sobre direitos reprodutivos que leva em conta o fato de que nem todas as pessoas que podem estar grávidas ou parir são mulheres.

Confira o tweet na íntegra:

Tradução livre: Mulheres do mundo! Estamos sendo despojadas de nossos direitos sobre nossos corpos, nossas vidas e até mesmo sobre nosso nome! Eles não nos chamam mais de ‘mulheres’; eles nos chamam de ‘pessoas que dão à luz’ ou ‘pessoas que menstruam’, e até mesmo ‘pessoas com vaginas’! Não deixe que eles apaguem você! Todo ser humano na terra deve a você!

Então, o problema dela é simplesmente o de que as pessoas estão falando sobre essas questões de uma maneira que inclui a todos? Porque não é um problema só das mulheres. É um problema para a comunidade trans e não-binária também.

Tudo fica pior se nós combinarmos esse termo com a entrevista transfóbica da cantora Macy Gray  com Piers Morgan e Jordan Peterson dizendo que não é porque você muda os órgãos genitais que isso te faz ser uma mulher.

Este fim de semana foi uma terror de eventos transfóbicos no mundo da mídia reunidos de uma só vez por nenhuma outra razão além de que as pessoas querem ser transfóbicas e não se dar mal com isso.

Tradução livre: Eu não estava prevendo Macy Gray sendo um terf, caramba ??? mulheres cis são tão embaraçosas! tipo, por que diabos você se importa? eu sou apenas uma mulher por causa das minhas partes? isso é tudo a que estamos limitados?

Sua transfobia é prejudicial

O que é horrível nessa tendência é que um mar de mulheres e homens cis estão pensando que podem dizer o que quiserem e não importa – mas importa. Aumentam os ataques agressivos à comunidade trans e faz com que aqueles no centro dela, como Elliot Page, sejam usados ​​como ponto de discussão como se não fossem pessoas reais com emoções.

Tradução livre: Elliot Page é uma pessoa real. Com sentimentos e pessoas que o amam e cuidam dele. Você pode gostar de debater conosco, usar-nos para demonstrar seus pontos de vista estúpidos, para saborear um senso de sua própria importância. Mas, na verdade, ser um ser humano no centro dessa porra é uma merda. Simplesmente pare.

Ao reclamar por não poder usar a palavra “mulheres”, Midler está dando outra enorme plataforma para pessoas transfóbicas se agarrarem. É a mesma coisa que vimos acontecer com J.K. Rowling e como ela arma sua plataforma contra a comunidade trans por quaisquer crenças egoístas que ela tenha. Rowling, surpreendendo um total de zero pessoas, já saiu em defesa de Gray e Midler.

Ninguém está dizendo que você não pode usar a palavra “mulheres”. As pessoas estão apenas pedindo para você ser mais uma pessoa mais inclusiva em sua linguagem ao falar sobre questões que não afetam apenas as mulheres cis. E, em vez disso, havia um mar de “celebridades” sendo transfóbicas no fim de semana e aumentando o mundo já volátil que existe para a comunidade trans. Suas palavras importam, e ser transfóbico não é ser legal ou moderno; é incrivelmente perigoso para a comunidade trans.

Já basta.


Texto traduzido e adaptado de The Mary Sue

Leia mais sobre transfobia aqui.

Compartilhe: