E se a NASA tivesse mais tecnologia espacial nos anos 60 do que o divulgado e tivesse escondido o jogo até hoje?

É o burburinho que paira no começo da minissérie Ascension, do canal Syfy. Os Estados Unidos seriam capazes de mandar não apenas três humanos ao espaço de uma vez, mas toda uma comunidade. E não apenas até a Lua, mas sim até outra estrela! Assim, sem levar a público, enviam centenas de pessoas para uma missão a outro sistema estelar. E como da paranóia americana não se dúvida nada, o sucesso dessa missão dependeria do anonimato absoluto, deixando toda a sociedade sem saber que a exploração espacial já estava muito além do imaginado.

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Uma missão interestelar levaria décadas para alcançar seu destino final. Confiando a mais de uma geração o dever da conquista espacial, tanto dos tripulantes abordo como do time que ficaria em solo. Um dos núcleos da história se passa na Terra atual, já com mais de 50 anos de missão, mostrando a equipe da NASA acompanhando a missão remotamente. A frente do programa está Harris Enzmann(Gil Bellows), filho do diretor que criou o programa original e que assume a posição do pai. Ele é o perfil típico do cientista para tal projeto: apaixonadamente obcecado pela missão e friamente lógico sobre suas decisões para tal.

Ascension Brian Van Holt animated GIF

Já o restante da história se passará dentro da nave USS Ascension, onde é retratada a comunidade a bordo como uma espécie de cápsula do tempo da década de 60: tanto nos aparatos, roupas e acessórios, e é claro, na sociedade ainda sexista e pré estabelecida nas castas sociais. Todo esse enredo já alimenta muitos conceitos interessantes, mas como se não bastasse o desafio de chegar a outra estrela, a tripulação se depara com um assassinato a bordo!

A morte da jovem Lorelei (Amanda Thomson), conhecida e adorada por todos na nave, ajuda a desenvolver a narrativa de como essa sociedade hermética seria. Alguém só pode nascer quando outra pessoa morre e a vaga está aberta! Intrigas, alianças e ruínas – é a hierarquia resultante dessas primeiras décadas de isolamento. De um lado temos o Capitão William Denninger (Brian Van Holt) que rege o poder militar dentro da nave e do outro temos sua esposa Viondra Denninger (Tricia Helfer ou Caprica de Battlestar Galactica) que comanda o poder paralelo onde a base de troca é estabelecida no serviço de acompanhantes.

Ascension4 Além da pressão para sobreviver aos perigos do espaço, ainda há os conflitos internos e reflexões individuais, devido a limitações de recursos e perspectivas. Quem nasce dentro da nave se vê sem livre arbítrio, seu destino é atrelado ao da missão, não há para onde fugir no espaço. E  mesmo aqueles que aceitam seu carma, se deparam com uma busca virtual de um novo lar que pode nunca ser alcançado, ou mesmo se a missão for um sucesso, muitos não chegarão a presencia-lo. 

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A minissérie é composta de 3 episódios que foram lançados no final do ano passado. O visual retrô é um deleite para os olhos, o que fez com que os fãs comparassem com outros seriados, chamando Ascension de Mad Men espacial ou Twin Peaks cósmico.

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Confira o trailer

E se prepare para um combo de reviravoltas na história, daquelas que prendem ainda mais o espectador, explorando ideias inesperadas que vão tapando os buracos da narrativa!

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