Olá boys and girls! Cá estou eu no post da semana com um anime que tem personagens cativantes, roteiro magnífico e um tributo lindo ao bom e velho rock n’ roll. Senhoras e senhores, com vocês: BECK ~Mongolian Chop Squad~

BECK é um anime com um total de 26 episódios produzidos pela Madhouse e adaptado do mangá de mesmo nome escrito pelo mangaká Harold Sakuichi e lançado em 1999. Foi exibido no canal TV Tokyo entre outubro de 2004 e março de 2005. Também possui um filme em live-action lançado em 2010.

E qual é a música história?

BECK narra a história de Yukio Tanaka, apelidado de Koyuki, um rapaz que ao chegar aos 14 anos começa a sofrer uma crise existencial por achar sua vida extremamente chata e medíocre (calma, Koyuki, você não é o único) e por ter poucas perspectivas de um futuro melhor do que isso. Enquanto tenta lidar com seu incío de depressão, o rapaz conhece por acaso o guitarrista Ryuusuke Minami e é então que aquela vidinha chata e sem sal de Koyuki é jogada pra escanteio ~ainda bem…~

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Ryuusuke Minami é um cara boa pinta. Cabeludo, jeito rebelde, mulherengo, recém chegado de Nova Iorque e mais americano que japonês e que inclusive prefere falar inglês, assim como sua irmã mais nova, a explosiva Maho – ambos péssimos para ler os kanjis mais complicados do japonês por terem sido criados nos ‘esteites’ . Ryuusuke tem sua própria banda, porém um desentendimento com o outro guitarrita, Eiji, provoca o fim do grupo e agora Ryuusuke precisa encontrar novos membros para seu novo projeto, porém ele não quer qualquer músico não, dessa vez o cara só quer gente boa pra montar a melhor banda já vista no mundo! É através desse encontro que Koyuki começa a se interessar por música, mas não como mero ouvinte, e sim como um músico em potencial. O primeiro instrumento que vai parar na mão de Koyuki é um violão bem antigo e já bem batido que Ryuusuke lhe empresta e com a ajuda do quarentão (e solteirão) senhor Saitou Kenichi, o garoto começa a arranhar os primeiros acordes.

O restante da história é a caça aos talentos e formação da nova banda com o nome de BECK e a dura escalada até o sucesso, tropeçando em pequenos a médios delitos, puxadas de tapete e ‘serious business’ pelo caminho com altas tretas! Não vou adiantar mais da história para não perder a graça e também por que há muitos outros aspectos desse anime a serem tratados além do enredo.

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BECK é um anime que pode ser apreciado por qualquer um, meninos e meninas, músicos ou não, ou seja, a história é fácil de entender e acompanhar e segue num ritmo muito bom, sem muitas delongas. No entanto, quem for músico ou entusiasta musical vai conseguir apreciar essa obra em dobro. Tanto a história quanto o traço são mais maduros, lembrando o estilo seinen que é o mangá com traço mais realista e temas mais adultos (não é hentai não!).

A animação infelizmente não é lá essas coisas, o que é surpreedente vindo da Madhouse que tem produções consideráveis no currículo deve ser falta de grana. Há momentos, principalmente nas falas em inglês de certos personagens, que a dublagem fica fora de tempo, lembrando as dublagens das novelas mexicanas e até o movimento deles em certas cenas é um tanto sofrível e também ouvir o inglês bem mediano dos dubladores pra quem é fluente no idioma pode doer um pouco. Porém outras coisas surgem pra compensar. Um exemplo é que os personagens são muito cativantes. Ryuusuke é orgulhoso e parte muitos corações feminimos, mas a coisa não teria graça sem ele. Koyuki é um tanto ingênuo, porém é com ele que a maioria de nós pode se identificar, ao descobrir uma nova paixão e também que aprender a tocar um instrumento não é tão fácil quanto parece – as pontas dos dedos que o digam! Maho Minami é um barato, pra dizer o mínimo. Cantora talentosa com um toque bipolar, ela vive um caso de amor e ódio com Koyuki.

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Uma das melhores coisas de BECK é o uso de inúmeras referências à artistas reais. O vocalista escolhido para a nova super banda de Ryuusuke – Chiba Tsunemi, por exemplo, remete ao Zack De La Rocha da Rage Against the Machine por seu estilo de cantar com influências de rap e hip hop e pelo projeto de black power em sua cabeça. O baixista Taira Yoshiyuki é baseado no Flea da Red Hot Chili Peppers; seu estilo de tocar e até o cabelo descolorido e a ausência de camiseta em palco são características do baixista americano. Outra coisa curiosa é que vários nomes de bandas aparecem nas camisetas dos personagens geralmente com alguma letra errada como: Pixis, The Rammones, Tho Who, Echo Bunnymen e Red Hot Chili Ppers, por exemplo. E ainda nem citei os personagens que aparecem mais adiante no anime que são fisicamente parecidos com vários artistas como Chris Martin (Coldplay) e Billy Corgan (Smashing Pumpkins). Os diálogos são recheados de citações aos bons artistas como os Beatles e o gosto pessoal dos personagens, além de marcas de instrumentos e amplificadores e há referências no cenários até mesmo de pôsteres de filmes.

Não poderia me esquecer dos mascotes! O nome BECK é na verdade o nome do cachorro de Ryuusuke; bichinho que é no mínimo “diferente” por lembrar Frankweenie da animação de Tim Burton, sendo um cão com várias partes costuradas de raças diferentes e tem também Page, uma cacatua pertencente ao senhor Saito que à exemplo dos corvos de Naruto, vive chamando os outros (vulgo o Koyuki) de “aho”; idiota em japonês.

Trilha Sonora

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Agora a cereja do bolo é (obviamente) a trilha sonora. A banda japonesa BEAT CRUSADERS (você já os ouviu antes, na quarta abertura de Bleach) foi a grande responsável por algumas das faixas mais usadas no anime, como a abertura super-chiclete-quase-impossível-não-gostar “Hit in the USA”. A animação traz música em vários estilos: punk, rockabilly, anos 60, new metal, indie, pop… Ela atua no anime como um personagem à parte e complementa muitas cenas como a que traz Maho e Koyuki cantando juntos enquanto nadam pelados na piscina da escola à noite.

Não posso dizer muita coisa sobre o mangá, pois ainda não li. É uma publicação bem sucedida, mas por se tratar de música acredito que fique ainda mais interessante em animação justamente pela parte sonora.

Se vale a pena?

BECK é uma viagem musical do começo ao fim com um enredo que poderia ser totalmente clichê, mas consegue fugir da maioria dessas amarras e se conquista ouvintes normais, imagina o que não faz com quem é instrumentista ou entusiasta musical! Estrago garantido!
Deixo vocês com uma das minhas aberturas favoritas de todos os tempos! Até a próxima!

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