Uma preocupação importante que não deve ser diminuída.

A Ubisoft, desenvolvedora de Assassin’s Creed Valhalla se comprometeu a remover a linguagem capacitista (preconceito contra pessoas deficientes) presente no jogo. O último título da franquia, que prometia ser um retorno às origens por parte dos desenvolvedores, é um dos maiores marcos da nova geração de jogos eletrônicos, mas não deixa de repetir erros do passado (e nem todos eles têm relação com a jogabilidade).

Valhalla leva os jogadores aos tempos das conquistas vikings, partindo da Noruega em direção à Inglaterra e além, enquanto os jogadores seguem de batalha sangrenta em batalha sangrenta. Além dos locais do mundo real que podem ser visitados no jogo, os jogadores podem se aventurar nas terras míticas da cultura nórdica de Asgard e Jotunheim. E ainda que boa parte dos inimigos encontrados pelo jogo sejam humanos de carne e osso, o jogo possui uma abordagem que se inclina bastante em direção ao fantástico, com a inclusão de personagens, ambientes e equipamentos lendários e mitológicos, como a espada de Excalibur. Deuses das lendas e feras também podem aparecer durante o jogo.

O lançamento do jogo ocorreu no último dia 10, apesar de já estar disponível para a crítica especializada há algum tempo. Após o lançamento, Courtney Craven, ativista gamer em defesa da acessibilidade veio a público apontar a biografia de um personagem específico, chamando a atenção da empresa pela linguagem utilizada. Tal personagem, vítima de queimaduras severas em sua infância é descrito como “desfigurado”. Courtney, que é fundadora da página “Can I Play That?”, afirmou que a forma como as diferenças são tratadas é inaceitável, e que os roteiristas de jogos precisam fazer melhor.

A Ubisoft respondeu de forma rápida e empática ao tweet, se desculpando pela linguagem capacitista. A desenvolvedora ainda se comprometeu a alterar a descrição em uma próxima atualização do jogo.

Apesar de ser uma vitória do ponto de vista do respeito a pessoas com deficiência, essa promessa da Ubisoft causou críticas agressivas de outros jogadores. Muitos deles afirmaram que Assassin’s Creed Valhalla “não é uma plataforma para promoção do politicamente correto e da igualdade”. Outros apontaram que a série teria como foco a “precisão histórica” em seus roteiros (apesar do jogo alterar significativamente diversos acontecimentos históricos e abusar da licença poética em todos os seus títulos), e que a remoção desse tipo de linguagem do jogo quebraria a “autenticidade” do conteúdo. Discurso típico de fandoms tóxicos e abusivos.

Mas essa não é a primeira vez que a Ubisoft é cobrada por questões de inclusividade. Quando o DLC “Legacy of the First Blade”, para AC Odyssey foi lançado, parte do público não gostou da forma como o jogo forçou os personagens a um relacionamento heterossexual, independentemente das escolhas feitas anteriormente pelos jogadores com aqueles personagens. Outro problema com a empresa foi quando surgiram relatos que os diretores da empresa pressionavam desenvolvedores dos jogos a reduzir o protagonismo feminino.

Toda vez a Ubisoft pede desculpas pelo erro e se compromete a fazer melhor. Esperamos que, afinal, este último incidente com Valhalla sirva como lembrete para a empresa, e que ela de fato encontre o caminho para produzir jogos mais inclusivos para todos os jogadores.


Fonte: Screenrant

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