Para quem foi criança entre as décadas de 80 e 90, esse provavelmente foi um filme que marcou sua infância. Caso você nunca tenha ouvido falar do filme…

minha cara quando as pessoas dizem que nunca ouviram falar do filme
minha cara quando as pessoas dizem que nunca ouviram falar do filme

…Nunca é tarde pra assistir um clássico! E se só dizer que ele é um clássico não é o suficiente para ativar seu modo “vontade de assistir”, eu digo que esse é dos filmes mais lindos que já vi; com uma das melhores trilhas sonoras já feitas, com atores e figurinos maravilhosos, e claro, com um dos melhores desenvolvimentos livro-filme que já tive a oportunidade de ver na vida.

São raríssimas as produções de cinema envolvendo animais que me agradam, sinceramente. Tenho um quê qualquer de desgosto com filmes em que animais falam. Desde bem novinha, só via graça em animais falantes quando em animações. Até porque era um saco ver, por exemplo, cachorros mastigando ração enquanto pareciam estar dublando uma voz que nem sempre se encaixava com a cara do bichano. E The Black Stallion ou O Corcel Negro, filme de 1979, entrava na lista maravilhosa em que eu não tinha que ver essas dublagens porquinhas. O animal retratado no filme não tinha poderes “mágycos” e sua beleza era mostrada simplesmente por fatos que não precisavam de palavras para serem evidenciados. Tanto é que, no começo do filme, até quase a metade, as falas podem ser contadas nos dedos das mãos.

A dupla Francis e Carmine Coppola são de ouro: o primeiro foi o gênio que conseguiu extrair toda a graça e emoção do livro de Walter Farley (inclusive ele é considerado o pai das produções Hollywoodianas) como executor produtivo e o segundo foi o gênio musical que conseguiu dar vida e um sentimento único ao longa metragem.

Pôster original do filme
Pôster original do filme.

O Corcel Negro conta, inicialmente, a história a respeito de um garoto, Alec Ramsay, que perde seu pai em uma fatídica viagem num transatlântico indo do Norte da África a caminho de casa nos EUA, mas que por estranha sorte é salvo por um cavalo. Pode-se dizer que talvez fosse a recompensa pelo garoto ter cortado as cordas que prendiam o animal ao navio em fogo e dado a ele a possibilidade de fugir e salvar-se, assim como se pode dizer que tudo pode ter sido uma mera questão do acaso. Acordando em uma ilha totalmente deserta, Alec tem de aprender a sobreviver sozinho pela primeira vez e lidar com escassez de todo e qualquer recurso. Tendo o cavalo como único companheiro nesta ilha, buscou nele a necessidade de criar um vínculo afetivo para superar a solidão e a traumática experiência da perda de um de seus entes mais queridos, além da probabilidade de nunca mais concluir seu destino em direção a seu lar.

Grande parte do filme foi gravada em Sardinia, na Itália (cenas maravilhosas da ilha e praias), nos EUA e Canadá. Coppola trabalha de uma forma apaixonada pequenas cenas que dariam páginas e páginas de um livro, sem no entanto, perder a essência e a beleza de cada pequeno detalhe.

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Conheço várias pessoas que criticam o filme por ter aquela coisa de “ah, o animal é inteligente demais pro meu gosto” ou “nossa, essa cena foi forçada”. Mas cá pra nós, é uma adaptação de um livro, poxa. Se alguns casos e acasos não acontecessem, não teria história, simples assim. Talvez até tivesse, mas provavelmente não daria um filme bacana de deixar emocionado e tudo mais. E talvez seja só eu puxando sardinha mesmo porque sou completamente apaixonada por alguns filmes antigos.

Existe, na verdade, uma sequência de filmes do The Black Stallion (como por exemplo o The Young Black Stallion o filme predecessor do primeiro filme – tipo um OVA saca? Inclusive é a imagem da capa lá em cima), porém os que tiveram maior sucesso de bilheteria e acesso ao mundo foram o primeiro, que falei acima, e o segundo: The Black Stallion Returns.

Pôster original do segundo filme.
Pôster original do segundo filme.

Nessa sequência, anos após o primeiro filme (o ator está crescidinho, com menos fofura de criança – ou talvez não – e mais atitude de adolescente) Alec vê a própria sorte se virando contra ele. A fama que fez com Black, ou Negro – dependendo da tradução – por causa da história do primeiro filme, faz com que ele tenha seu cavalo roubado numa estranha tentativa de fazer parecer que o estábulo tinha pegado fogo e o animal morrido no meio do incêndio. No entanto, o garoto percebe que se tratava de uma armadilha e sai em resgate de seu amigo, embarcando em uma nova aventura para bem longe de casa e descobrindo vários segredos ocultos na história de Black. É uma história igualmente, senão mais, emocionante  que a primeira, e pode-se dizer que seria a conclusão da história entre Alec e o corcel.

Desde que assisti a esse filme (devia ter uns oito anos), tenho uma enorme admiração por cavalos e até mesmo por parte da cultura árabe mostrada no segundo filme. Um dia ainda faço equitação! <3

E pra quem acha que vai ser menos macho por ver o filme… VAI MESMO, é muito fofo e cheio de ninjas cortadores de cebola!

nhooow
nhow <3

Enfim, recomendo muito o filme e digo que aqueles que curtem essa linha de enredo e cenas naturais bem filmadas possivelmente vão adorar o longa como eu adoro. Esse com certeza é um dos filmes de animais que mais marcaram a história do cinema.

Curiosidade 1: Kelly Reno, ator que interpreta Alec, (que inclusive andava à cavalo desde que aprendeu a caminhar) foi atropelado por uma carreta que o impediu de continuar sua carreira artística e aparentemente desenvolveu uma síndrome de Estocolmo (um tanto incomum????) e a partir de então virou caminhoneiro (até tem uma carreta de 18 rodas idêntica à que causou seu acidente).

Curiosidade 2: Apesar de Alec dar nome ao cavalo, ele já tinha um nome: Shetan (isso é mostrado no segundo filme), que significa Devil, traduzido para o português como Diabo. MUAHAHAHA~ Se minha mãe soubesse disso na infância, nunca teria me deixado ver o filme, LOL. Mas imagina que louco você ter um cavalo de estimação e de repente: EI, DIABO, PASSA AQUI! EUEHEUEHUEHEUHEU! Tá, parei de viajar.

Curiosidade 3: Foram usados vários cavalos de dublês. AWWWN. Dá aquela decepçãozinha tipo “fui enganado a minha vida inteira”, mas acaba sendo compreensível. Além de que Cass Ole, um premiado garanhão árabe, fez a maior parte das cenas, inclusive no segundo filme. Dá pra passar.

Por fim, eu pensei em deixar o trailer pra vocês terem uma ideia melhor sobre o que falo, mas ele é daqueles estilos bem antigos que são meio trash e acabam contando a história toda no trailer, o que é foda né T:  Então resolvi deixar pelo menos uma galeria com fotos dos atores nos bastidores, que são muito fofas <3 Descobri elas tem pouco tempo e fiquei encantada.

Além da trilha sonora, que merece porque sim <3

É isso, bjão da Liao Ç;

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