Afinal, Diana é uma semideusa que ama as pessoas por seus corações.

Seguindo os passos da Mulher Maravilha, em homenagem aos 75 anos da primeira aparição de nossa heroína, temos muitas avenidas pelas quais Diana Prince, as amazonas, e o legado dessa mitologia abriram no cenário dos quadrinhos. Mas um ponto importante, que por vezes acaba sendo ignorado sobre a heroína, é a sua posição como bissexual e ícone queer, características que de forma injusta não foram levadas para a adaptação cinematográfica da personagem. As imagens do quadrinho que confirmam isso seguem abaixo:

Fora as cenas um pouco sugestivas:

Enfim. Em 2016, o artista e quadrinista Greg Rucka confirmou em uma entrevista que a Mulher Maravilha era canonicamente queer.

“Supostamente deveria ser o paraíso”, ele explicou.

Você deve ser capaz de viver alegremente. Você deve ser capaz – em um contexto em que alguém possa viver alegremente, e parte do que um indivíduo precisa para ser feliz é ter um parceiro – de ter um complemento romântico e um relacionamento sexual. E as únicas opções são mulheres. Mas uma Amazona não olha para a outra e diz ‘você é gay’. Elas não fazem isso. O conceito não existe. Agora, nós estamos dizendo que Diana já se apaixonou e teve relacionamentos com outras mulheres? Como Nicola (Scott, artista colaborador nos quadrinhos da Mulher Maravilha) e eu tratamos do tema, a resposta obviamente é sim.

E o artista continuou:

Ninguém na DC jamais disse ‘ela tem de ser heterossexual’. Ninguém. Nunca. Eles nunca sequer cogitaram isso. Eu acho que cada editora pode ser incendiada por momentos de negligência e erros que possam cometer, mas é muito importante para mim que a DC fez o que deveria aqui. Eles poderiam, eu acho, como qualquer negócio, preferir que isso não fosse um problema para ninguém. Mas a maioria de nós, humanos, também queríamos que isso não fosse um problema para ninguém. Apenas é o que é.

A sexualidade da personagem veio a discussão novamente quando o filme estrelado por Gal Gadot estreou, com diversos questionamentos sobre a presença ou não de elementos queer no produto final. A atriz, na época, afirmou que “não era algo explorado” no filme, porque o tema “nunca tinha sido levado à mesa”.

Neste filme, ela não experimenta nenhum relacionamento bissexual. Mas não é sobre isso… Ela é uma mulher que ama as pessoas por quem elas são. Ela pode ser bissexual. Ela ama as pessoas por seu coração.

E isso pode até soar bonitinho, mas ainda que Diana possa ser colocada beijando uma garota em um quadro de um programa de humor, nós ainda queremos ter a chance de ver isso sendo explorado em um filme. O seu grande romance até então tem sido aquele com Steve Trevor (que aliás foi bem bosta nas HQs), e quando isso é deixado de lado, normalmente ela é colocada em situações românticas com o Super-Homem ou com o Batman. Olhem quantas heroínas mais interessantes ela tem ao seu lado, gente…

A sexualidade de Diana não precisa ser rotulada, mas não dá pra ignorar que existe uma estranha heteronormatividade ao seu redor, e que isso é cansativo. Tirando as suas irmãs Amazonas e, de vez em quando, Etta Candy, ela não costuma ter sequer amizades com mulheres interessantes. Em Mulher Maravilha 1984 (que deverá ser lançado em algum momento no futuro próximo), ainda que ela esteja de luto por Steve – morto há pelo menos 70 anos na trama do filme – nós ainda gostaríamos de vê-la se relacionando com outras pessoas, especialmente mulheres. A sua sexualidade não é definida pelo parceiro atual, mas se vamos afirmar que Diana, uma semideusa sem idade que simplesmente ama as pessoas por seus corações… Mostrem que isso realmente acontece.

Diana é, e sempre será, um ícone bissexual. O que precisamos agora é que isso seja assumido e demonstrado com mais frequência.


Fonte: TheMarySue | Capa: HamletRomanArte

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