Mas peraí, tem um livro?!!!
Tem um livro sim, xovens. Na verdade existem três, mas hoje vamos falar apenas sobre o primeiro e mais conhecido, O Castelo Animado, escrito por Diana Wynne Jones e publicado em 1986, que inspirou diversas obras e autores atuais. Então aqui vão 5 motivos para quem assistiu ao filme também ler o sensacional livro!
1 – A história que encantou Hayao Miyazaki
A ideia deste livro me foi sugerida numa escola que eu visitava, por um menino que me pediu que escrevesse um livro chamado O Castelo Animado. Anotei o nome dele e o guardei num lugar tão seguro que até hoje não consegui encontrá-lo. Gostaria muito de agradecer a ele.
Diana Wynne Jones
Em O Castelo Animado acompanhamos Sophie, a mais velha de três irmãs de uma família de chapeleiros que vive na terra de Ingary. Amaldiçoada por uma bruxa aos 18 anos, ela é destinada a viver com a aparência de uma velha de 90 anos. Assim, abandona a própria casa e, durante sua jornada, acaba no castelo do malicioso feiticeiro Howl.
A história é tão carismática que chamou a atenção de Hayao Miyazaki, diretor e co-fundador do Studio Ghibli. Ele viajou até a Inglaterra para conhecer a escritora pessoalmente, e os dois acertaram os últimos detalhes do que seria o filme indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2006. O Castelo Animado então, é uma daquelas raras exceções em que a adaptação não é inferior ao livro, pelo contrário, ler e assistir ao filme é o mesmo que vivenciar a mesma história contada de duas formas diferentes, mas igualmente geniais!
Curiosidade: Diana Wynne Jones foi aluna de ambos C.S. Lewis (As Crônicas de Nárnia) e J.R.R. Tolkien (O Senhor dos Anéis) na Universidade de Oxford, Inglaterra, e suas obras inspiraram até mesmo a aclamada autora de Harry Potter, J.K. Rowling.
2 – Os personagens são tão legais quanto no filme!
Todos os personagens que estão na adaptação foram modificados de alguma forma. Markl, por exemplo, chama-se Michael Fisher, e é um adolescente de 15 anos; Sophie tem uma personalidade forte que bate de frente com comportamento infantil de Howl, proporcionando os diálogos mais divertidos! Calcifer possui um rosto comprido e azul, com cabelos verdes chamejantes; e a feiticeira real, Sulliman, é na verdade um homem! O fato é que são todos tão incríveis quanto no filme, e estão sob influência constante do excelente senso de humor de Wynne Jones!
Curiosidade: Uma das irmãs de Sophie, Martha, é mencionada no início do filme como a moça que teve o coração roubado pelo feiticeiro Howl. Ao ler o livro mais tarde descobrimos que isso faz todo sentido, e pode ter sido uma homenagem de Miyazaki para uma personagem importante que ele não acrescentou no filme.
3 – O lado ainda mais oculto do Castelo de Howl
O castelo de Howl é aquela bagunça toda mesmo, mas investigando cada canto dele junto de Sophie, a bisbilhoteira, descobrimos que existem vários outros cômodos, objetos escondidos, e que o sistema de portais não funciona da mesma forma mostrada filme. Por exemplo, duas janelas no mesmo cômodo podem revelar duas localizações completamente diferentes. Redescobrimos o castelo do chamado maléfico Howl através dos olhos de sua criadora.
Curiosidade: O disco colorido usado como portal no filme é na verdade uma maçaneta na obra de Diana Wynne Jones, e a porta ativada pela cor preta revela detalhes sobre a identidade de Howl, uma das surpresas mais inusitadas do livro…
4 – O misterioso pacto entre Sophie e Calcifer
Assistindo ao filme, percebi que o pacto feito entre Sophie e Calcifer não é tão importante quanto no livro. Miyazaki escolheu dar ênfase na relação entre os personagens e na guerra, mais do que na troca de favores entre a velha Sophie e o demônio do fogo, Calcifer. No decorrer da história, ele dá dicas indiretas para que Sophie possa desvendar a origem de sua ligação com Howl, e assim, quebrar a maldição que os une. Quem assistiu ao filme sabe bem que ligação é essa, mas é interessante ler e prestar atenção nos diálogos para descobrir o que Calcifer tem a dizer sobre seu mestre.
Curiosidade: A guerra, apesar de ser mencionada no livro, foi acrescentada e desenvolvida por Miyazaki, e talvez tenha sido a mudança mais drástica feita pelo diretor! Mesmo assim, Diana que era fã do seu trabalho desde Laputa: o castelo no céu, afirmou após conhecê-lo pessoalmente: “Eu não acho que tenha encontrado alguém antes que pense como eu. Ele (Miyazaki) enxergou meus livros de dentro para fora”. *suspiros*
5 – Howl!
O Howl sozinho é motivo para ler e reler o livro! Ele é uma espécie rara de canalha, mas tem um coração enorme, e passa por uma transformação que o torna mais real e mais humano que qualquer outro personagem da história (a Sophie é uma fofa também, é claro!). Howl é desleixado, sorrateiro, quase não para em casa, e por ser um cara que conhece bem o próprio poder de sedução, acha divertido partir o coração das garotas que se apaixonam por ele! Além do mais, faz de tudo para manter sua reputação de feiticeiro cruel! É o tipo de personagem que a gente espera aparecer na cena, e nunca decepciona!
Curiosidade: Em uma entrevista ao The Telegraph, Diana disse o seguinte sobre Howl: “Desde quase o primeiro instante em que o livro foi publicado, eu comecei a receber cartas perguntando ‘O Howl é real? Eu quero me casar com ele.’ Agora existe uma fila querendo a mão dele que deve dar a volta no mundo duas vezes”.
Fonte: telegraph.co.uk
Estudante de design e ilustração, é levemente viciada em café e possui residência fixa no reino de Hyrule. Amante de ficção fantástica e MMORPG, vez e outra se encontra escrevendo parágrafos aleatórios na esperança de que algum dia tudo faça sentido, tenha capa ilustrada e complete uma trilogia sobre elfos, anões e dragões.