Perdido em Marte (ou The Martian do inglês) é o livro de Andy Weir que virou sensação nas listas do gênero sci-fi (ficção científica). É uma daquelas histórias que quanto menos você souber, melhor! Você tentará indicar para o maior número de amigos com o mínimo de palavras possíveis. Mas como essa tarefa é árdua, algumas coisas terão de ser mencionadas.
Primeiramente, para se situar quando se passa a história, foi dada a continuidade ao atual programa de missões espaciais existentes na NASA : Pathfinder, Curiosity e a recente Orion, cada qual tentando conhecer melhor solos marcianos. Parece natural que o próximo passo do programa seja à exploração de Marte pelos humanos.
Weir chama essas expedições de Programa Ares, que são missões exploratórias – algo parecido com o Programa Apollo que ocorreu nas décadas 60 e 70, que se tratava de pesquisas, coletas, análises e é claro, tentativas de mandar pessoas à Lua e trazê-las de volta . No entanto, o Programa Ares terá de enfrentar uma distância incrivelmente maior.
Após as primeiras missões, Ares III se estabelece em Marte com sucesso. Uma tripulação pequena, todos astronautas nos padrões NASA: pluri-especialistas e psicologicamente eficientes. Porém, após poucos dias em solo marciano, a tripulação enfrenta uma tempestade mais forte do que prevista e a NASA decide abortar a missão. Eles precisam deixar o planeta imediatamente.
[spoiler]Na fuga, um dos astronautas sofre um acidente com a antena de comunicação e não consegue chegar ao módulo de escape e é deixado para trás, sendo dado como morto. Esse é o primeiro capítulo. Mark Watney acorda sozinho no planeta Marte. Longe, há milhões de quilômetros de qualquer civilização, suplementos, ajuda ou comunicação. O restante do livro é um guia de sobrevivência em Marte com um apenas laboratório e muita criatividade.[/spoiler]
A narrativa é contada na forma de logs que são as entradas que Mark dá em seu diário, escrito de maneira informal, espontânea e bem humorada. Nos logs ele detalha mais sobre todas as dificuldades diárias encontradas para sobreviver. Expõe suas soluções, falhas e consequências. Lembrando que o menor erro pode ser fatal. Através desses logs é possível progredir junto com o personagem e entender cada raciocínio. As condições atmosféricas marcianas são apontadas, juntamente com suas complicações que causariam ao organismo humano (o que a gente adora saber!)
O personagem Mark Watney é a de um especialista em engenharia e botânica, versátil e otimista como um explorador deve ser, ao mesmo tempo sarcástico e expressivo como qualquer outro terráqueo (prepare-se para muitos f***!). Há momentos em que se duvida do quão equilibrado ele consegue enfrentar as situações, mas facilmente Wier leva a compreender a visão de sempre progredir que o pensamento cientifico tem. E caso a morte seja certa, Mark anotará o máximo que puder sobre sua experiência em pró das futuras missões.
Weir encaixa muito bem todos os plots, deixando tudo plausível e criando um ritmo de sucessíveis adversidades que faz com que você não queira abandonar o livro tão cedo. Além de ter bons argumentos com embasamento científico, pondo muita pesquisa por trás de uma boa narrativa hard science fiction.
É esperar para ver se Ridley Scott irá mesmo dirigir o homônimo para o cinema! HEHEHE
Para leituras ambientadas em Marte, um amigo me indicou fazer o uso do Google Earth Mars. Ajuda muito para se localizar e acompanhar a história 😀
A galera do Tested conversando sobre esse livro (SPOILERS)
Para quem se interessar, Andy Weir teve um papo bem legal com um grupo da Google sobre como ele escreveu o livro.
Isabella Papa queria ser ufóloga, mas acabou sendo animadora e ilustradora. Formada em Artes Visuais pela Unesp, ainda tenta conciliar seu desejo por inteligências alienígenas através das artes humanas.