Alguns pontos importantes que não podem ficar de fora!

Aparentemente, o filme em live-action do Super Choque será uma realidade (postamos sobre aqui neste post), que nos leva a uma questão muito importante: quem interpretará Virgil, o protagonista da história? Levando em consideração a quantidade limitada de personagens negros que chegam a posições de liderança, não apenas estrelando, um filme baseado em quadrinhos, essa ótica é muito importante – não apenas com relação a Virgil, mas também sua família e o mundo ao seu redor.

A origem do personagem é fortemente enraizada com a experiência afro-americana, inclusive o seu nome: Virgil Ovid Hawkins. Ainda que muitas pessoas relacionem seu nome a autores romanos, na verdade ele foi batizado em homenagem a Virgil D. Hawkins, um advogado negro da Flórida que teve sua matrícula rejeitada pela Escola de Direito da Universidade da Flórida com base em sua raça. De maneira parecida, Christopher Priest, co-escritor da Milestone ao lado de Dwayne McDuffie, sugeriu que o nome do personagem fosse “Static” (no original, em inglês) em homenagem a uma música de James Brown.

McDuffie já falou bastante sobre a importância da criação de Virgil e sobre o que representava para as pessoas poderem encontrar o próprio reflexo nos quadrinhos que consumiam. “Você não sente que algo é real se não consegue se ver refletivo naquele tipo de mídia”, afirmou ele em entrevista concedida ao The Chicago Sun-Times, em 1993.

“Existe algo muito poderoso sobre ver a si mesmo representado”.

Virgil foi criado para ajudar a mudar o ideário sobre como os personagens negros poderiam ser em quadrinhos, não apenas em termos de personalidade, mas até mesmo com relação às cores com que são desenhados.

Em 1993, McDuffie falou ao The New York Times:

Você só tem dois tipos de personagens disponíveis para crianças. “Você tem o personagem estúpido, bruto e nervosinho e o ‘ele é esperto, mas é negro’. E eles são todos coloridos ou com esse tom de marrom de uma barra de chocolate, um visual cinzento adoentado ou roxo. Eu nunca vi ninguém cinza ou roxo na minha vida. Não existia diversidade e quase nenhuma precisão entre os personagens não-brancos.

E a “cor” também é uma questão com relação a quem será escolhido para interpretar o personagem em live-action. Colorismo é algo comentado com relação a mulheres, mas também é relevante com relação a homens.

Homens negros de pele escura costumam ser hiper-masculinizados, caracterizados como excepcionalmente agressivos e sexuais. Virgil, apesar de inteligente e geek, é um personagem com várias camadas. Um garoto negro de pele escura, e isso importa. O Super-Choque é também um papel perfeito para um ator afro-americano que precise de uma chance para seu grande sucesso na indústria.

Em um mundo em que a indústria parece estar se tornando menor, com filmes de quadrinhos tomando um espaço grande, em vez de mergulharmos em círculos nessa piscina, seria muito melhor ajudar a cultivar uma nova geração de novos talentos.

Afinal, teremos um filme da Justiça Jovem em poucos anos.


Texto traduzido e adaptado do TheMarySue.

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