O que aconteceria se todas as pessoas do mundo ficassem inférteis? Essa é a premissa de The Lottery, uma empolgante série canadense do canal Lifetime, que encerrou há pouco tempo a sua primeira (e, infelizmente, única) temporada de 10 episódios.

the lottery personagens

A história começa em 2016, quando, de repente e sem explicações, as pessoas param de ter filhos. Não por opção, mas sim por causa de uma crise de infertilidade que eclodiu no mundo todo. Apenas três anos depois, em 2019, somente seis crianças nascem.

A série vai então para 2025: seis anos se passaram, nenhuma criança nasceu e o mundo está desesperado.

As pessoas passam a fazer testes frequentes para garantir a erradicação de doenças (afinal, em uma sociedade sem novos humanos, não se pode correr o risco de mortes prematuras). Além disso, nas clínicas começam a colher espermatozoides e óvulos para os testes de fertilidade.

Já parece um cenário bizarro? Bom, prepare-se: no meio dos testes, a Dra. Alison Lennon consegue – pela primeira vez em anos – fertilizar 100 embriões.  Pode parecer uma solução para a crise, mas o problema é que ela não consegue mais repetir o feito. Logo, vem a questão: Quem serão as mães dessas 100 novas crianças que representam a última esperança da humanidade? Como escolher quem é digno de carregar um filho no meio desse caos?

" THE LOTTERY "Photo by Philippe Bosse

O Governo americano tem então a “brilhante” ideia de abrir uma loteria para sortear esses embriões, para que assim a distribuição seja justa. Como eles têm acesso aos diversos testes realizados, fica estabelecido que somente as mulheres saudáveis e dentro de certos critérios podem concorrer ao ¨prêmio¨.

lottery poster

Escolher as mulheres através de testes de saúde é fácil, né? Ok. Mas e como decidir quem será uma boa mãe para essas crianças, que talvez sejam as últimas do mundo? Como se decide algo assim? Seria uma mulher casada? Uma religiosa? Uma que já teve filhos antes e têm experiência?

Mais uma vez, o governo surge com outra ideia ¨genial¨ e americano fazendo americanisse decide criar um reality show para que o povo eleja, entre 200 mulheres, as 100 melhores mães dos EUA.

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Então, quer dizer, que a loteria vai sortear 200 mulheres e essas 200 vão concorrer em um reality show para serem eleitas as 100 melhores? Jura que vão fazer jogo no meio de uma crise absurda mundial? Sim, juro que vão fazer!

Mas não se preocupem, os criadores da série também acharam absurdo esse plano bizarro do governo americano, então esse problema é bem abordado na série. Afinal, o mundo está à beira da extinção ficar fazendo jogos nessa altura do campeonato não parece muito esperto.

Não demora muito para sequestros, ameaças e roubos começarem a rolar no mundo. Todos estão tentando, a qualquer custo, botar a mão nos embriões.

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Na série, ainda temos o outro lado da história, que é a investigação do por que o mundo ficou infértil. Seria uma vingança da natureza ou seria mais uma conspiração criada pelo próprio homem?

Como deu para perceber, a série é cheia de mistérios que vão sendo resolvidos ao longo da temporada. E, claro, deixaram o maior mistério para o final.

As personagens principais são mulheres fortes (marca registrada do canal Lifetime), além da doutora que é fodona (afinal, ela foi a única que conseguiu fertilizar os embriões). A pessoa do governo que dá todas as ordens é a Vanessa Keller que também é uma mulher e é negra, algo que infelizmente é extremamente raro de se ver na televisão. E a primeira dama é Gabrielle, uma mulher com descendência indiana, algo mais raro ainda.

the lottery mulheres

The Lottery Gabrielle

The Lottery é empolgante, te faz pensar em inúmeras teorias e o último episódio da série acaba em um cliffhanger absurdo, que só me deixou curiosa para saber o que ia acontecer. É uma pena que o canal não quis continuar apostando nessa série e que nossas dúvidas jamais serão respondidas. Mas isso não é novidade para ninguém, quem assiste séries novas sabe que sempre corremos esse risco de nos empolgarmos com algo e de repente o canal cancelar de uma hora para outra. De qualquer maneira, eu recomendo assistir essa série sim, pois mesmo ficando curiosa, valeu a pena ver este enredo inovador.

 

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