A encantadora amizade entre três amigos e seu envolvimento com a música
Por sempre estar mudando de cidade, Kaoru está acostumado a ter que se adaptar a uma nova escola. Em sua vida rotineira e tediosa, ele acaba se deparando com Sentaro, um jovem que vai mudar tando a juventude quanto a vida de Kaoru.
Sendo muito sincera aqui, vou tentar ao máximo não fangirlizar neste post. Sakamichi no Apollon é um ponto fraco pra mim e tentarei manter minha compostura e ser uma pessoa profissional ao fazer esta resenha e recomendação. – Aham. Senta lá Cláudia.
Em meio à década de 60, está Nishimi Kaoru. Por conta do trabalho e do pai divorciado, ele acaba se mudando constantemente de cidade e, assim consequentemente, de colégios. Kaoru, mesmo tendo um status alto e pertencendo a uma família endinheirada, não é alguém que possamos chamar de alegre e otimista. Sempre quieto e na dele, não faz nada mais do que manter a rotina e passar os dias estudando enquanto espera por seu pai, que dessa vez acabou viajando sabe-se lá por quanto tempo.
É o típico cara super estudioso e inteligente com as melhores notas da sala. Nada de interessante ou drástico aconteceria na vida dele se, um certo dia, ele não tivesse se encontrado sem querer com o cara mais encrenqueiro do colégio. Kawabushi Sentaro quase nunca assiste às aulas, é temido por todos, sempre metido em brigas de rua e não está nem aí para os estudos. A maneira que esses dois se encontram é bem inusitada, mas de alguma forma, mesmo que a contragosto, eles acabam se conhecendo sem querer.
No meio disso temos Mukae Ritsuko, que sendo representante de classe acaba conversando com Kaoru que, querendo ou não, se encanta um tiquinho com ela. Ela e Sentaro são amigos de infância, para desgosto de Kaoru, e essa seria a única relação entre os três.
Mas esses detalhes não seriam motivo suficiente para que o caminho desses protagonistas se cruzassem. O único ponto em comum entre esses três é um simples e poderoso detalhe. A Música.
Por mais que Sentaro seja considerado pela grande maioria do colégio um perdido sem interesse em nada, ele tem algo ao que se dedica com toda a alma. Aprendeu a tocar bateria ainda garotinho com um amigo vizinho jazzista e sua paixão pelo jazz aflorou. A família de Ritsuko é dona de uma loja de LPs, e o pai dela também é fã de jazz assumido. Quando se descobre que Kaoru, ou “riquinho” como Sentaro costuma chamá-lo, toca piano, Ristuko logo empurra ele para um piano que fica guardado no porão da casa dela, ao lado da bateria de Sentaro.
O plot desse anime se resume inicialmente a isso. Não teria por que esses dois garotos se aproximarem, eles são como água e óleo, mas com Ristuko entre os dois e o jazz entre eles, Kaoru e Sentaro acabam virando amigos. É uma relação no mínimo engraçada, Sentaro todo escandaloso e caloroso, com pavio curto e que não se segura para dar um murro em alguém, ao lado daquele garoto franzino e CDF com cara de calculista e de poucas palavras. Temos mais um par de personagens que estão envolvidos na vida desses três, é uma história paralela muito tocante também, mas não vou focar neles aqui.
Nesta série temos duas coisas que se desenvolvem e crescem juntas. Estão par a par a amizade que Kaoru acaba criando com os dois e o aprendizado dele no jazz. Como ele toca música clássica, mesmo que tenha sentimento, é algo regrado, metódico, cheio de técnica, assim como o próprio Kaoru. Ao colocarem jazz na frente dele, totalmente solto, improvisado e desconexo, com swing e muita emoção fluída, ele tropeçou bastante pra conseguir absorver tudo. Mas, minha gente, acreditem, ver essa passagem dele na música é algo incrível de se ver.
Agora não tem como eu falar desse anime sem mencionar o soundtrack dele. Simples: você se emociona. Poderia até me sentir envergonhada de dizer isso publicamente neste mundão chamado interwebs :v, mas sério, foram inúmeras as vezes que me arrepiei com as músicas dessa história. Não foram poucos os momentos me umedeceram os olhos tanto pela música quando pela história. A emoção do enredo e o encanto da música andam de mãos dadas em Sakamishi no Apollon, elas vem juntas, te acertam uma voadora tão forte na cabeça que é lindo. Simplesmente lindo.
“Aaain que exagero Déia, sua manteiga!” Se tem uma coisa que eu posso garantir é que não sou uma pessoa fácil de emocionar ou tocar (fora quando estou de tpm, mas ai não conta, os esquema aqui pifa tudo :v), mas essa série, meus queridos….essa série…. É <3 demais para tentar explicar, serião.
Sakamichi no Apollon, ou Kids on the Slope, é uma série de temporada única com 12 episódios, mas que termina com um epi final muito digno para um anime tão lindo tão curto. Temos o mangá e é claro que existem muitos mais detalhes e passagens nele, não o li ainda, está aqui bonitinho na minha lista, mas não creio que o anime tenha deixado muito a desejar comparado ao mangá.
Agora tenho que comentar um detalhezinho que eu acho idiota, mas querendo ou não é importante. Quando esse anime foi lançado em 2012, muitas pessoa que começaram a assistir largaram a série logo nos primeiro episódios por que uma passagem deu a entender para alguns que teria algo de yaoi ali (yaoi = relação amorosa entre homens). Não meu povo, não. Em nenhum momento se insinua isso, o que fica claro é uma relação muito forte e sentimental de amizade entre os protagonistas, mas mesmo que houvesse uma relação gay, E DAI!? Fico indignada por algumas pessoa terem dropado um anime tão incrível como esse apenas por uma cena na qual algumas pessoas entenderam errado, e por conta de pre conceitos resolveu deixar de seguir — posso me estender uma era sobre esse detalhe, o que não é esse o objetivo deste post, são não poderia deixar de comentar isso.
Sei que o post pode ter parecido um pouco exagerado ou tonto, mas deixo aqui um apelo. Começe a ver o anime. Chegue pelo menos no episódio 3 ou 4, vai passar rapidin, cada episódio tem em media 22 min. Me diz se depois disso você não teve vontade de ver todo o resto.
Uma coisa, se você nunca se interessou por jazz vai acabar se interessando, e muito.
Garanto, vale a pena!
Chilena em território brasileiro desde pirralha, amante de mangás, livros, filmes, séries, músicas e tudo o que tiver uma boa história no meio. Viciada em sushi, amante de gatos, finge ser ilustradora, formada em Artes Visuais/Design mas caçadora de freelas. Criadora e dona do canal no youtube MangaMii. Não se leva a sério. Pra Nada.