Há aproximadamente um mês recebemos da Devolver (obrigada <3) o keycode do game no dia do lançamento, e pudemos confirmar que a qualidade se manteve firme. A essência do game está toda ali, superando expectativas em dificuldade e surpreendendo com as novas habilidades diferenciadas para cada personagem.
Já disse uma vez e repito: “Hotline Miami foi uma das melhores surpresas com jogos indies que já tive – e com razão: é difícil, frustrante, e te deixa num nível de fissura que é impossível largar o controle. O polêmico título que colocou a sanidade de muitos a prova (afinal, “você gosta de machucar outras pessoas?”) volta na sequência que tem tudo para ser ainda mais violenta, sanguinolenta e desafiadora”.
Por conta disso, a ansiedade estava lá em cima, contando os dias para a data do lançamento. O que foi um alivio ao jogar e afirmar que não sei como conseguiram, mas conseguiram: Hotline Miami 2: Wrong Number está tão bom quanto o primeiro.
“Lançado em 2012 pelo estúdio independente sueco Dennaton, formado pela dupla Dennis Wedin e Jonatan Söderström, e publicado pela produtora Devolver Digital, Hotline Miami popularizou-se dentro e fora do cenário indie, ganhando nota máxima em praticamente todos os reviews dos grandes canais de comunicação internacionais e tornando-se referência para diversos estúdios pequenos que desejam seguir pelo mesmo caminho.”
Primeiro de tudo: O jogo É violento, não tenha duvidas.
É o Mortal Kombat dos jogos de ação 2D.O God of War dos top down view. O Manhunt dos Pixel Art. Cabeças vão voar – e não apenas isso, braços, ossos, tripas e tudo mais que tiver direito ao ritmo das batidas eletrônicas retro. Tá pesado a ponto de colocarem uma opção em configurações para censurar cenas de violência sexual.
Já conhece a história, jogabilidade e inspirações? Então pó’ seguir adiante.
Ainda não conhece? Dá uma passada em “Tudo que você precisa saber sobre Hotline Miami” para compreender o básico da mecânica e mais várias curiosidades bacanas.
História e jogabilidade
A turbulenta Miami nos anos 80 passava por uma fase sombria, dominada por gangsteres Russos, drogas e prostituição. Jacket, um tipo de “anti-herói” vestido com uma icônica jaqueta Varsity e máscara de animal, recebia estranhas mensagens em sua caixa postal ordenando homicídios. Dominado pelo medo – ou por sua inegável vontade de matar – executava os mafiosos um a um.
História 1.0 Prelúdio (Quadrinhos)
Nos quadrinhos oficiais disponibilizados na Steam para download gratuito, há informações extras do surgimentos dos protagonistas desse jogo, além de uma breve explicação dos acontecimentos entre os dois títulos.
Jacket é capturado pela policia no final dos eventos do primeiro game (confirmando a versão de Jacket como o final verdadeiro). Seus crimes repercutiram mundialmente, servindo como motivação para os mais sedentos por uma “sacudida” na rotina.
História 2.0 (Game)
Uma das grandes (se não a maior) diferença do primeiro para o segundo titulo é o grande número de personagens controláveis, podendo assim ver diversos pontos de vista em diferentes épocas. Suas histórias são únicas, porém todas giram em torno de um tema em comum: o lado mais sombrio do ser humano e sua relação com a morte e a insanidade. Cada personagem possui uma habilidade própria, obrigando o jogador a acostumar-se a um novo gameplay e saindo da zona de conforto.
Você gosta de machucar outras pessoas? Muitos aqui abaixo assumidamente gostam sim. Vamos conhecê-los:
– Martin Brown (a.k.a Pig Butcher)
A já tão famosa máscara de porco do trailer “Wear Something Fancy” está de volta.
Martin Brown interpreta o serial killer Pig Butcher em Midnight Animal, um filme inspirado nos assassinatos de Jacket. Psicologicamente, as coisas parecem não estar sob controle, e eventos cotidianos podem tornar-se um inferno para o Porco, que está no limite de sua sanidade.
Habilidade: comum, sem regalias ou bônus. O cara é forte pra baralho.
(Comum = não começa com nenhum equipamento ou limitação e pode pegar qualquer arma do chão)
– Manny Pardo
Detetive responsável pelos casos de chacina dos assassinos usando máscaras. Junto com a policia (muitas vezes antes mesmo de ela chegar), Pardo resolve na porrada seus problemas.
Habilidade: comum, sem regalias ou bônus. Em algumas fases há armas disponíveis em seu porta-malas.
– Evan
Escritor a beira da falência e com um relacionamento conturbado, Evan deposita suas esperanças na popularidade dos misteriosos assassinatos e fará o que for preciso para conseguir informações para seu livro. Possui contato próximo com o detetive Pardo.
Habilidade: único personagem da franquia que pode nocautear os inimigos sem os machucar ou matar. Caso opte por matar, o negócio fica pessoal: Evan tira sua jaqueta e entra em modo berserk, aniquilando quem aparecer na frente com uma única porrada. Não utiliza armas de fogo – ao pegá-las, ele as descarrega instantaneamente (há inclusive um troféu ao não matar ninguém nas fases com ele).
– Os fãs
Enquanto muitos estão aterrorizados com as mortes que permeiam Miami dos anos 80-90, algumas pessoas animam-se com a idéia de tornarem-se “vigilantes” mascarados que limpam a cidade – motivados pelo caso do mutilador de Miami e principalmente pela diversão. São eles:
Corey
Habilidade: rolar, esquivando-se de tiros.
Tony
Habilidade: socos que matam. Não usa armas.
Alex & Ash
Habilidade: controle simultâneo da dupla da serra elétrica e arma de fogo.
Mark
Habilidade: Duas metralhadoras. Pode atirar com ambas as armas ao mesmo tempo em direção igual ou oposta.
(continua na página 2!)
Estudante de Design de games/moda/gráfico, aspirante a ilustradora nas horas vagas e artista “faz-tudo” em desenvolvimento de jogos, é louca por qualquer coisa de terror e não dispensa um bom filme trash asiático para rir. Sonysta assumida (deixando o PC muitas vezes com ciúme) e persistente como uma pedra, se negando a jogar no modo easy – quanto mais difícil o jogo, mais viciante!