Simplesmente um dos filmes mais perfeitos do Studio Ghibli.

*O texto a seguir é uma tradução de um relato pessoal da autora Princess Weekes para a página TheMarySue, e foram mantidos os traços de pessoalidade a fim de que haja fidelidade na tradução*

Na quarta-feira, eu tive a chance de ver o filme de 1995 do Studio Ghibli, Sussurros do Coração pela primeira vez – o primeiro filme do estúdio a não ser dirigido por Hayao Miyazaki ou por Isao Takahata.

Esse filme de drama e romance sobre amadurecimento foi dirigido por Yoshifumi Kondo (diretor de animação de O Serviço de Entregas da Kiki, Princesa Mononoke, Anne of Green Gables – algo enorme no Japão) e escrito por Miyazaki, baseado no mangá homônimo de 1989 e autoria de Aoi Hiiragi.

Ele conta a história de uma jovem chamada Shizuku Tsukishima, uma ratinha de biblioteca criativa que está meio que indo com as ondas, até que um dia, ela acaba seguindo um gato até uma loja de antiguidades gerenciada por Shiro Nishi, e se sente inspirada por uma estatueta de gato chamada “Barão”.

No lado romântico da história, ela se apaixona por outro ratinho de biblioteca chamado Seiji Amasawa, que lê vários livros parecidos com os dela (ahhh, a época dos cartões de biblioteca).

Quando os dois são separados porque Seiji decide que quer treinar para ver se tem aquilo que é necessário para se tornar um construtor de violinos (luthier), isso inspira Shizuki a descobrir se ela também tem aquilo que precisa para completar as suas paixões.

A versão que eu assisti tinha uma introdução de Rebecca Sugar, autora de Steven Universe (o que me fez ver todas aquelas pedras e referências a joias no filme como algo muito mais fantástico), afirmando que parte dos motivos pelos quais ela amava o filme vinha da forma como o filme era todo sobre artistas e pessoas criativas trabalhando para desenvolver sua arte. Nós temos cenas de Shizuku pesquisando na biblioteca; nós vemos as longas noites gastas escrevendo e desenvolvendo seu artesanato pesando sobre o seu sono, seus estudos e sua autoconfiança. E ainda assim, esse é o seu caminho para descobrir se ela tem aquilo que é necessário para se tornar uma escritora.

Assistindo ao filme, eu me senti criativamente motivada, não apenas por se tratar de uma história sobre uma escritora, mas porque a história entendeu as incertezas do processo. Shizuku se sente ansiosa sobre ter ou não talento para se tornar uma escritora de verdade, e estabelece um prazo de dois meses para completar sua primeira grande ideia.

E além disso, os pais de Shizuku apoiam as suas paixões, apesar de estarem preocupados com as suas notas piorando. Seu pai entende que isso é algo que ela precisa fazer, e confia que oferecer apoio a ela, em vez de tentar impedi-la, é a escolha certa. Ele vê o trabalho que ela tem com isso e respeita sua decisão.

O romance entre Shizuku e Seiji é muito fofinho, e é legal ver como o amor entre eles também significa apoiar a arte um do outro.

Shizuku se inspira no fato de que Seiji quer descobrir sua paixão, e em vez de pedir que ele fique, ela usa isso como uma oportunidade para desafiar a si mesma. Em retorno, Seiji se vê ainda mais apaixonado por ela; nós não vemos uma competição entre eles.

Eu não sei dizer se o filme está na minha lista de melhores filmes do Studio Ghibli, mas eu direi que Shizuku é uma heroína fantástica e para todas as minhas pessoas criativamente inclinadas, e caso vocês ainda não tenham assistido ao filme ainda, ele te lembrará do trabalho e do aperfeiçoamento da nossa produção que é necessário para que você se torne grande em algo que você ama.


Texto traduzido e adaptado do TheMarySue.

Leia mais sobre o Studio Ghibli aqui no site!

Compartilhe: