Um lugar bem inusitado pra jogar, né?

Sim. Se existe algo realmente capaz de unir toda a nossa espécie é a vontade coletiva de ver Doom rodando em qualquer aparelho. De leitores de cartão de transporte público e máquinas de cartão de crédito a calculadoras e geladeiras. Qualquer aparelho eletrônico moderno parece ser capaz de rodar o clássico jogo. O programador Foone Turing levou isso mais longe. Conhecido por modificar equipamentos e programas obscuros, ele aparentemente conseguiu fazer o jogo rodar em um teste de gravidez eletrônico. Sim, um teste de gravidez com alguns equipamentos conectados.

Ele publicou um gif mostrando o jogo sendo renderizado na telinha de um teste de gravidez. Naquele momento, ele não estava jogando, era apenas um vídeo, mas no dia seguinte o jogo de fato encontrou uma nova plataforma, mudando o mundo dos games para sempre.

A pequena tela monocromática impede que você veja com a clareza de uma tela colorida. No início podemos ver paredes, chão, portas, corredores pixelizados que talvez possam ser de Doom. Até o momento em que um demônio chega bem perto e podemos ter certeza que é o jogo. É impressionante.

Testes de gravidez são complexos. Mais cedo, Turing desmontou um e detalhou seus componentes internos, que incluíam um microcontrolador em 8-bits com desempenho comparável ao de computadores primitivos.

Essa coisinha é provavelmente mais rápida em processamento de números e recebimento de comandos de entrada e saída do que o primeiro computador da IBM. E hoje é um negócio que você urina em cima e joga fora na lixeira.

A parte que de fato testa a gravidez é uma tira de papel que parece um daqueles testes comuns antigos, então o propósito de toda essa tecnologia é ler o papel e dizer o resultado. E então você joga fora. É um computador descartável.

“É basicamente um golpe”, continuou o programador, ecoando os sentimentos do tweet que o inspirou a desmontar o teste de gravidez. A tela de LED é um grande avanço para as pessoas portadoras de deficiência visual parcial, já que ela é muito mais nítida do que a fina tirinha colorida no papel. Mas talvez um componente de áudio, que nenhum dos testes verificados possuía, poderia ser ainda melhor nesses casos.

A ideia de descartar um computador desta forma pode parecer um desperdício, e não parece haver sequer um bom motivo (salvo o lucro) para que as tiras de papel não possam ser substituídas mantendo o computador e o dispositivo.

O microcontrolador não pode ser reprogramado, então não é possível apenas “jogar o game” no teste. Ou seja, não precisa procurar a farmácia mais próxima em busca de um “novo console”. Turing anunciou que vai explicar como fez o jogo rodar em breve. Em uma thread anterior, logo após fazer o vídeo funcionar, ele disse que o processo era bastante complicado.


Fonte: PC Gamer

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