Já assistiu o último lançamento da Pixar? 

O último filme da Pixar, Onward (com título gigantesco no Brasil – Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica), é uma história original ambientada em um mundo onde muitas criaturas míticas coexistem. Para muitos, a história ficou aquém dos padrões do estúdio e não parece um filme da Pixar. Após dois anos de sequências (Os Incríveis 2, em 2018 e Toy Story 4, em 2019), a Pixar estava pronta para voltar às histórias originais e aos novos personagens, e por isso trouxe Onward, dirigido por Dan Scanlon (Universidade de Monstros).

No filme acompanhamos os irmãos Lightfoot, Ian (Tom Holland) e Barley (Chris Pratt), que no aniversário de 16 anos de Ian recebem um cajado mágico com uma joia rara deixada por seu falecido pai, Wilden. O presente veio com um “feitiço de visitação”, o que lhes permitiria ressuscitar seu pai por um dia, mas é mais fácil falar do que fazer e o feitiço falha, trazendo apenas de volta a metade inferior do corpo de Wilden. Ian e Barley, em seguida, viajam para ver se ainda há mágica por aí que pode ajudá-los a trazer o pai de volta e passar algumas horas com ele.

Onward' is a sweet love letter to fathers that will make you cry ...

Existem alguns elementos que todo filme da Pixar precisa ter, como uma jornada de auto-aperfeiçoamento e temas mais maduros e complexos que os contos de fadas tradicionais da Disney não abordariam (Divertidamente, estou falando com você). Onward possui muito dessas características, porém o estúdio decidiu seguir pelo caminho mais fácil e conclusões  que, comparadas aos seus antecessores, eram bem inferiores.

SPOILER

Por exemplo, a jornada de Ian, que era bastante óbvia, era tudo para ele perceber que realmente não precisava da presença do pai e que ele seria o único a dominar a magia, pois isso lhe daria a confiança que lhe faltava.

FIM DO SPOILER

Onward' is a sweet love letter to fathers that will make you cry ...
Onward – Disney Pixar

A premissa, embora carregada de emoção, era previsível demais, e nem mesmo o cenário da fantasia poderia salvá-la – ainda mais porque prometia magia e fantasia, das quais aparece relativamente pouco. A mágica obviamente está sim presente, embora não tanto quanto anunciada, com Ian passando o filme inteiro tentando lançar feitiços (e, obviamente, conseguindo fazê-lo perfeitamente no momento em que a grande batalha aconteceu), mas não havia fantasia suficiente, e os únicos trechos estavam no começo, onde os espectadores presenciam brevemente a história da magia que antes era comum.

Os momentos mais emocionantes da Pixar são aqueles que o público não espera (por exemplo, os brinquedos quase morrendo em Toy Story 3), e mesmo aqueles que os telespectadores estão esperando para acontecer são tratados de maneiras que lhes dão uma grande carga emocional, como quando Boo é mandada de volta ao mundo dela em Monstros S.A.

SPOILER

A realização de Ian ao perceber que Barley é sua figura paterna era algo que o público podia ver chegando, e ele não conseguir conhecer seu pai no final não foi um grande choque ou momento emocional, pois o terreno foi minunciosamente preparado pra isso.

FIM DO SPOILER

Pixar's 'Onward' Is a Dungeons & Dragons–esque Delight - The Atlantic
Onward – Disney Pixar

E pelo amor de seu valdisnei, isso não significa que Onward é um filme ruim – ele é sim divertido. O relacionamento entre Ian e Barley é lindo e significativo, e é um filme que toda a família pode e deve assistir, eu particularmente achei incrível, mas como um filme da grandiosa Pixar, ele não faz jus às expectativas, ainda mais vindo após um longo hiato de originais.

Texto traduzido e adaptado de ScreenRant

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