Não convencional e maravilhoso.

Não é injusto dizer que a introdução de Lilo ao público da Disney foi, pelo menos, diferente. Em vez de uma bela canção anunciar sua entrada em cena, nós na verdade conhecemos uma garotinha que socava outras garotas e tentava fazer vudu contra elas. Em Lilo & Stitch, é a força feminista não convencional que a torna um modelo para as personagens futuras da Disney, como Merida em Valente, Moana e Riley, de Divertida Mente. Lilo ajuda a quebrar o padrão sobre como uma jovenzinha feminista pareceria, remodelando isso a sua própria imagem.

É claro que em um primeiro contato, Lilo pode não parecer um modelo de comportamento. Nos créditos de abertura, ela corre pela praia coletando suas coisas para a aula de dança, e só para por um momento para tirar uma foto de uma pessoa acima do peso. Quando ela se atrasa para a aula, explica que estava atrasada porque teve que alimentar Fofuxo, o peixe que controla o tempo. Assim, é óbvio que Lilo vê o mundo de uma maneira diferente das outras pessoas.

Não ajuda muito o argumento de que Lilo seria feminista quando vemos ela bater em outra garota ao ser ridicularizada e chamada de louca. Também não ajuda a sua tentativa de vingança por vudu contra a garota que riu dela na sala de aula enquanto a assistente social está visitando a sua irmã mais velha. Lilo também briga constantemente com Nani, e também não ajuda o fato de ela contar uma história mentirosa sobre como é maltratada por Nani para a assistente social.

Mas o seu jeito desajeitado e imperfeito nos ajuda a entender melhor o porquê de ela estar aqui.

Ela é jovem e está aprendendo, não precisa ser uma heroína perfeita. Ela é uma jovem de outra etnia que segue motivada pelo amor. Ela ama tanto quanto luta e está constantemente lutando para manter sua família unida da melhor forma que pode. Ainda que ela lute loucamente com sua irmã, ela tenta apoiar Nani e ser a melhor irmã que pode.

Ainda melhor, Lilo segue a sua própria batida. E esse pode ser um traço clássico da Disney, mas o jeito de Lilo realmente soa e parece diferente dos outros personagens da Disney.

Ela é um pouco mórbida, dramática e tem uma imaginação selvagem. Ela se sente confortável sendo alguém estranho e por causa disso e de sua pegada única com relação a vida, ela aceita Stitch facilmente na primeira vez que o encontra, ainda que ela saiba que ele também é alguém estranho. Ela luta por ele, o apoia e se preocupa profundamente com ele.

E a forma como ela modela as personagens futuras da Disney é simples:

Não há nada de errado em ser imperfeito ou ter pontas a aparar, desde que você siga seu próprio compasso moral. Você pode errar, não precisa jogar pelas regras, pode sujar as suas mãos e jogar a feminilidade tradicional pela janela. Não há nada de errado em ser como uma jovem garota.

E essa versão mais jovem de heroína da Disney é desajeitada, barulhenta e feliz, amadurecendo de maneiras incomuns. E é exatamente por isso que amamos Lilo.

Definitivamente não é o mesmo modelo de princesas da Disney no passado, em que as mulheres poderiam parecer perfeitas, sem qualquer defeito ou pecado ou de uma natureza tão boa que poderiam apenas se tornar donzelas em perigo. No caso de Lilo (assim como Merida, Moana e Riley), essa subversão das expectativas “Disneyficadas” é libertadora.

Se garotas são imperfeitas, mas ferozmente verdadeiras consigo mesmas na vida real, porque as princesas que assistem nos filmes também não poderiam ser assim?

https://damiandazz.tumblr.com/post/58271297717/when-you-find-out-there-may-be-a-chance-you-will

E ainda que Merida, Moana e Riley possam ser como Lilo, ela ainda assim é uma personagem única. E isso é ótimo, porque essa jovem garotinha é uma das heroínas mais importantes da história da Disney.


Texto traduzido e adaptado da Bustle.

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