Vamos começar a tratar a personagem pelo nome correto dela.
O retorno de Natalie Portman à franquia Thor foi um movimento bastante inesperado que foi anunciado durante a San Diego Comic Con. A expectativa de todos era que a atriz não retornasse à franquia por conta das dificuldades no processo criativo de Thor: O Mundo Sombrio, mas após se reunir com o diretor Taika Waititi, ela decidiu retornar, desta vez para interpretar Thor.
A ideia de Jane Foster se tornando Thor não é de hoje – ela surgiu em uma história de 2014 escrita por Jason Aaron.
Basicamente, “Thor” é não apenas um nome, mas também um “papel”, e a partir do momento em que o Thor original perde sua capacidade de carregar o Mjolnir, uma mulher assume o papel do herói.
Posteriormente, os quadrinhos revelaram que ela era Jane Foster. Enquanto isso, o Thor 1.0 começa a se autodenominar “Odinson”, estrelando um quadrinho intitulado “O Indigno Thor”. É uma das diversas linhas de história que substituiu os protagonistas masculinos brancos por personagens mulheres ou de etnias diferentes, e os filmes seguem nesta direção com a indicação de Sam Wilson como o novo Capitão América.
E esse quadrinho é uma das principais inspirações para o filme Thor: Love and Thunder, de Taika Waititi, que se passará após os eventos de Ultimato. Thor (o Odinson) já entregou suas atribuições como líder dos Asgardianos à Valquíria (Tessa Thompson) e ainda não se recuperou completamente de seus cinco anos esmagado pela culpa do sobrevivente. Em outras palavras, é uma hora perfeita para que a história de Jane Foster assumindo o manto de Thor comece.
E como o assunto é o filme, antes de qualquer coisa, precisamos deixar algo bem claro:
Jane Foster não é a “Thor Mulher”. Ela é “A Poderosa Thor” (Mighty Thor).
E isso foi deixado bem claro pelo diretor do filme, em seu twitter:
Correction. She’s called Mighty Thor.
— Taika Waititi (@TaikaWaititi) July 21, 2019
Pode ser automática a diferenciação dos dois Thors utilizando a expressão “Thor Mulher”, mas essa expressão é preguiçosa e mais do que um pouco sexista. Felizmente, a personagem já possui um título oficial, retirado diretamente dos quadrinhos de “Mighty Thor”. E até novembro de 2021 as pessoas terão bastante tempo para se acostumar com isso. Desta forma, podemos afastar a ridícula associação de Jane Foster com alguma espécie de herói de segunda categoria em relação ao original.
Fonte: TheDailyDot
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).