Técnica foi elaborada para evitar transmissão de doenças genéticas
Boas novas para o nosso mundinho tecnológico: a partir de nova técnica de fertilização, nasce um bebê que é filho de três pessoas!
Hoje em dia, as técnicas de fertilização in vitro são das mais diversas, podendo contar inclusive com o uso de gametas de doadores, em diversos casos. Pensando nessa hipótese, médicos americanos decidiram se valer de uma pequena parte do código genético de uma doadora para evitar que um bebê nascesse com uma doença genética gravíssima: a Síndrome de Leigh.
Essa síndrome acomete indivíduos principalmente até o primeiro ano de vida, fazendo com que o corpo ataque o sistema nervoso central, responsável por diversas funções no nosso corpo, visto que é nele que chegam as informações relacionadas aos nossos sentidos e é dele que partem as ordens de movimentação aos músculos e glândulas. Por isso, essa doença gera perda progressiva nas habilidades psicomotoras e geralmente resulta em morte em pouquíssimo tempo, na maioria dos casos por falência respiratória.
A técnica, chamada de doação mitocondrial, pode evitar que seus descendentes sofram de doenças genéticas que tanto acometem nosso cotidiano. As mitocôndrias são estruturas que estão presentes em todas as células do nosso corpo, com a função de produzir energia através da respiração celular. Alguns defeitos genéticos nessas estruturas são suficientes para causar doenças gravíssimas e transmissíveis geneticamente, como a síndrome de Leigh.
Portanto, essa técnica consiste na reparação da mitocôndria no óvulo da mãe, portadora da doença, antes de fertilizá-lo com o espermatozoide do pai. Para isso, basta utilizar o núcleo do óvulo da mãe e uma parte do óvulo saudável de uma doadora.
Com a técnica, o bebê fruto da fertilização ficará apenas com DNA mitocondrial da doadora, correspondente a 0,1% apenas, sendo que todo o código genético será da mãe. Isso significa que as características básicas hereditárias como cor dos olhos, cor dos cabelos e demais traços físicos são oriundos da mãe e do pai e nada são influenciados pela doação genética.
Essa equipe de médicos teve que realizar o procedimento no México, visto que o país não tem legislação especificamente rígida para processos de reprodução assistida. É importante a conscientização de que os procedimentos devem ser realizados com cautela e que são extremamente importantes para a preservação da vida e de um cotidiano mais saudável.
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