E ele está SUPER feminista!

Poucas pessoas, até mesmo hoje, sabem que o pioneirismo do sci-fi na verdade veio de uma mulher. Muitas pessoas ainda não sabem que a criadora de uma das histórias mais famosas do mundo, Frankenstein, é Mary Shelley. 

Mary Shelley
Mary Shelley

O filme é da diretora Haifaa al-Mansour  a primeira diretora da Arábia Saudita a lançar um longa-metragem – parece pegar o conto romântico sobre dois jovens e tirá-lo de dentro do sexismo, angústia abaixo. Levando em consideração que ainda hoje as pessoas têm grande dificuldade de aceitar Mary Shelley sequer como autora de Frankenstein diz muito sobre o mundo em que vivemos.

Machismo ilustrado.
Machismo ilustrado.

Felizmente, algumas pessoas dão a ela os devidos créditos. E elas sabem que Frankenstein foi concebido em uma casa perto do Lago Genebra, na Suíça, como resultado de um desafio. Shelley, que tinha 18 anos na época (e ainda era conhecida por seu sobrenome Wollstonecraft Godwin, pois ainda não era casada, mas fugira com Percy Shelley – que era casado com outra pessoa), seu amante poeta Percy Shelley, o amigo Lord Byron e o médico de Byron, John Polidori, decidiram fazer uma competição para ver quem poderia produzir a melhor história de fantasmas. Mary começou Frankenstein a partir disso, inspirada pelos tópicos de galvanismo e ocultismo que eram populares na época. Ela iria escrever um clássico literário e dar vida à ficção científica como um gênero.

Pôster do filme.
Pôster do filme.

Embora Frankenstein seja a produção literária mais bem lembrada e considerada de sua viagem para Genebra (embora Polidori tenha criado a primeira história de vampiros publicada), tanto Percy Shelley quanto Lord Byron tendem a parecer maiores na imaginação pública do que Mary. Nós sabemos sobre seus muitos amores e perdas e suas mortes trágicas. Mas o que Mary Shelley estava pensando enquanto vivia experiências que pareceriam chocantemente modernas até para o público atual?

O filme de Al-Mansour, estrelado por Elle Fanning como uma jovem Mary, parece tanto sensacionalizar um pouco a vida de Mary quanto dar uma perspectiva feminista que raramente vemos nas representações dos romancistas. Em uma das primeiras fotos que vimos do filme, Mary está sentada e escrevendo no túmulo de sua mãe Mary Wollstonecraft, uma das primeiras defensoras dos direitos das mulheres e autora de A Vindication of the Rights of Woman.

Wollstonecraft morreu dias após o nascimento de Mary, mas a menina se sentiu inspirada e sombreada pelo trabalho de sua mãe a vida toda. Wollstonecraft é agora considerada uma das mães fundadoras do feminismo e nada seria mais apropriado que a filha que ela nunca conheceu ajudasse a carregar sua tocha de justiça à sua própria maneira. Segundo a revista Variety, o filme é “preenchido com um fogo de justiça feminista”.

De acordo com o The Hollywood Reporter, eis o que veremos em Mary Shelley:

Depois de se casar com o poeta Percy Shelley (conhecido por “Ozymandias”), Mary Wollstonecraft Godwin escreve seu primeiro romance em reação à insistência do escritor romântico Lord Byron de que as mulheres não podem escrever ficção. “A mulher não é inteligente o suficiente para formar ideias próprias”, ele diz a ela.

Mas quando ela publica Frankenstein com seu nome de casada, Shelley, os leitores começam a acreditar que na verdade o marido dela escreveu o romance, e ela então tem que lutar para provar que a história é dela.

De fato, no trailer abaixo, Byron parece ser visto como uma espécie de vilão – o que não extrapola os limites da razão, considerando as coisas ultrajantes que ele fez em vida. Mas de qualquer maneira estamos muito animadas em ver Mary lutar contra o sistema sexista para deixar sua marca como escritora no mundo. Esperamos que o filme também se concentre no relacionamento de Mary com as mulheres ao seu redor, assim como com os homens mais famosos. A atriz Maisie Williams, da série de Game of Thrones, é a amiga de infância de Mary, Isabella Baxter. Já Bel Powley é Claire Clairmont, meia-irmã de Mary e amante de Byron.

Já que o filme de Mary Shelley vem de al-Mansour, que já explorou as vidas ocultas de outras mulheres em seus filmes, a gente sente a história toda ainda mais promissora. “Queríamos retratar uma mulher forte que está disposta a sair da linha e encontrar sua própria voz”, disse Al-Mansour ao THR.

Mary Shelley chega aos cinemas em 25 de maio. E ele parece o tipo de filme que eu adoro, inclusive já quero disponível na Netflix pra que muita gente possa ver!

Vejam o trailer a seguir:

Já estamos ansiosas <3


Traduzido e adaptado do TheMarySue. Fonte das Imagens: IFC

Compartilhe: