Quem é você? Você age de acordo com suas convicções ou apenas nada conforme a corrente? Cuidado, o mundo dá voltas!

Hoje eu trouxe um mangá da Keiko Suenobu, Limit, publicado no Japão em 2009 na revista Bessatsu Friend e no Brasil pela editora JBC em 2015.

O mangá conta com 6 volumes e retrata a história de Mizuki Konno, uma garota que vive sua vida de forma completamente inerte, seguindo o fluxo, evitando ao máximo desagradar alguém ou criar algum tipo de conflito. Na escola, Konno participa do grupinho das populares, garotas que vivem da humilhação dos demais colegas. Elas inclusive elegeram Sakura como líder do grupo, já que era a mais bonita e mais inteligente – e inclusive passava isso como principal ensinamento: “Tanto estudar como se maquiar são coisas importantes se você quiser ser feliz. O mundo é cruel com gente burra e feia”. (PRATICAMENTE UMA REGINA GEORGE!)

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Konno, Sakura e Haru. E ainda falta mais uma para completar o quarteto – que não é nada fantástico.

A escola em que estudam costuma organizar um acampamento anual de socialização que consiste em uma viagem de três dias no campo, objetivando a independência da tecnologia e fortalecimento dos laços entre os alunos. Então, um acidente ocorre, deixando muitas mortes. Celulares, maquiagem, roupas, notas… Nada disso serve quando a sobrevivência é o principal objetivo. A vantagem que Konno tinha por participar do grupo das populares acaba e seu comportamento de conivência com o bullying que suas amigas praticavam é posto em xeque. Arisa Morishige, alvo constante de bullying, acaba tomando frente do grupo sobrevivente, por possuir certas vantagens – leia-se estar armada – e então começa a retribuir todo o ódio desmedido com que era tratada pelo grupo de Sakura. Será que Konno sobreviverá?

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Konno, Sakura, Haru, Kamiya, Morishige, Usui

Podemos perceber que Konno não é aquela protagonista fofinha e boazinha, já que via o comportamento abominável de suas amigas e jamais se opôs a isso. Porém, com a situação, Konno desperta e começa a perceber os erros que cometera e inclusive a entender o porquê de tal omissão e conivência. Em uma situação completamente surreal, todos os julgamentos que fizera precisariam ser refeitos e todos os relacionamentos com as sobreviventes deveriam ser aprimorados se quisesse se manter viva.

Além disso, há um live action do mangá, lançado em 2013 no Japão. Assista o teaser:

Vale a pena?

Uma frase sintetiza: àqueles que acham que mangá desconhecido não vale a pena ser lido, Limit deixa todos com a face no chão.

Limit neste momento
Limit neste momento
Você neste momento
Você neste momento

Brincadeiras à parte, é uma história excelente. Os personagens são muito bem desenvolvidos, principalmente do ponto psicológico. É praticamente impossível não se colocar no lugar das personagens – em particular das vítimas de bullying – e não sentir a indignação diante dos comportamentos do grupinho. Nesse ponto, inegavelmente o mangá atingiu um ponto de humanidade altíssimo.

Também é notável a crítica ao comportamento inerte de Konno, que aliás é o foco. Achei esse ponto de vista bem inovador, já que na maioria das vezes apenas o praticante do bullying é penalizado, mas esquecemos que a omissão e a conivência são grandes precursores do comportamento.

Você pode ler mais sobre a temática do bullying abordada pela mesma autora no mangá Vitamin aqui.

Gostou? Você pode ler o mangá (disponível apenas em inglês) aqui.

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