Maria Vitória criou uma cápsula capaz de neutralizar a proteína do leite!

Alô pessoas!

Mais uma conquista para o nosso Brasilzão! A jovem Maria Vitória Valoto, natural de Londrina (PR), de apenas 16 anos de idade, é a primeira representante brasileira a conquistar uma vaga na final da categoria principal da Google Science Fair, que é uma das maiores feiras de ciências do mundo. Ela chegou lá pensando nos intolerantes à lactose, decidindo então investir em pesquisas para criar uma solução mais barata aos sofredores dessa doença.

Maria-Vitória-Valoto-lactose

Entendendo o projeto “Leite sem lactose para todos”

Depois de muitos estudos, Maria Vitória desenvolveu uma cápsula reutilizável que pode neutralizar enzimas da lactose tanto em leite desnatado como semi-desnatado e integral.

Antes de explicar em linhas gerais a ~parte científica~, aperta o play aí e escute o Xote das Proteínas xD

Dando uma pincelada bem básica (NÃO SOU FORMADA NA ÁREA DA SAÚDE, É SÓ PRA ENTENDER, POR FAVOR NÃO ME MATEM), a lactose é um dissacarídeo, ou seja, um açúcar de “tamanho médio”, formado pelos monossacarídeos (açúcares pequenos) glicose e galactose. Ela é digerida pela lactase, uma enzima.  As enzimas são proteínas, ou seja, macromoléculas de aminoácidos, capazes de catalisar reações. As enzimas participam da digestão e temos, como exemplo, a ptialina que começa a digestão do amido na boca, e a pepsina, que digere proteínas no estômago. A digestão nada mais é do que tornar os compostos menores para ser absorvidos pelo nosso corpo xD

As enzimas funcionam em um esquema chave-fechadura, como vocês ouviram na nossa ~musiquinha~. Ou seja, elas agem sobre um substrato específico. Ou seja, para digerir a lactose, precisamos de uma enzima específica que “se encaixe” nela, chamada de lactase. E a lactase não digere, por exemplo, a sacarose, presente no açúcar branco refinado que usamos para adoçar nossas coisas.

chave-fechadura
Sistema chave-fechadura

Ou seja, a pessoa que tem intolerância à lactose ou nasce sem a enzima lactase (ou produz muito pouco), no caso de doença congênita, ou então vai deixando de produzir, causando sintomas como desinteria, inchaço, gases e dores abdominais.

Nesse projeto, ajudando àqueles que tem problema com a produção da lactase, a neutralização da lactose acontece pelo encapsulamento da enzima através do alginato de sódio e uma solução de cloreto de cálcio, que funciona a partir de temperaturas até 37 ºC, visto que a partir de 40ºC, ocorre o processo de desnaturação das enzimas, ou seja, elas vão parando de atuar. (É por isso que quando a febre é acima de 40ºC você precisa dar um jeito nela e rápido!)

Maria Vitória lança um projeto inovador para intolerância à lactose
Maria Vitória lança um projeto inovador para intolerância à lactose

EU SEI O QUE VOCÊ TÁ PENSANDO AÍ!

~Mas Mindy, já existe remédio pra isso~

SIM, existe! (Eu mesma tomo) MAS o que a nossa brilhante cientista projetou é uma solução mais barata para aqueles que não possuem condições financeiras de comprar os remédios e muito menos os alimentos, visto que costumam ser ~BEM~ caros. Inclusive, seu projeto é intitulado de “Leite sem lactose para todos“.

Os medicamentos comuns para a doença são uns comprimidos que você ingere antes das refeições com lactose, enquanto nesse projeto, a cápsula é colocada diretamente no leite, para que a enzima lactase possa quebrar o açúcar do leite, só que no copo mesmo em vez de digerir dentro do corpo.

Aliás, falando em preços, o que torna essa cápsula tão especial é que um sachê (que contém cerca de 50 cápsulas) pode ser colocado em um litro de leite com duração de 7 dias. Esse processo economizaria cerca de R$700. Inclusive, dividindo o valor do sachê pelas cápsulas, o valor por cápsula seria de apenas alguns centavos. Assim, o acesso é maior por parte da população. Inclusive, a paranaense afirmou que sua maior motivação foi seu pai, que é intolerante.

É importante pensar no próximo, naquele que não possui condições e sofre com a situação. Afinal, ninguém gosta de sentir dor né? É o amor ao próximo que faz o mundo se tornar um lugar melhor, mais acolhedor e mais colorido.

Confiram o vídeo em que a Maria Vitória demonstra o projeto:

Como foi mencionado acima, o Brasil está concorrendo no Google Science Fair contando com a participação da Maria Vitória com jovens de 13 a 18 anos dos mais variados países: Estados Unidos, África do Sul, Índia, Singapura, Zâmbia, Malásia, Bangladesh  e Arábia Saudita. O vencedor ganha uma bolsa de estudos no valor de US$ 50 mil (50 mil dólares) e o encontro será em setembro, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Se interessou pelo projeto? Confira mais informações por este link.

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