Finalmente nossos desejos foram realizados!

Koukaku Kidoutai: The Ghost in The Shell ou “O Fantasma do Futuro“, em português, é a obra mais conhecida de Shirow Masamune, tendo como gêneros: ação, sci-fi, policial, psicológico e seinen. Sua publicação original ocorreu entre março de 1989 e setembro de 1991 – e sempre recebeu um retorno bastante positivo dos leitores.

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O mangá gerou várias adaptações para filmes animados (“Ghost in the Shell”, “Ghost in the Shell 2: Innocence”, “Stand Alone Complex – Solid State Society”, “The New Movie” e o novo lançamento polêmico de 2017 com a Scarlett Johansson: “Ghost in the Shell”), séries de televisão (“Ghost in the Shell: Stand Alone Complex”, “Ghost in the Shell: S.A.C. 2nd GIG”, “Arise – Alternative Architecture”), OVAs (“Ghost in the Shell: Stand Alone Complex – The Laughing Man”, “Ghost in the Shell: S.A.C. 2nd GIG – Individual Eleven”, “Ghost in the Shell: Arise”) e video games (“Ghost in the Shell”, “Stand Alone Complex (PS2)”, “Domain of the Hunters”, “First Assault”).

A história se passa em 2029 e conta o seguinte: em um cenário do futuro, a tecnologia se enraizou firmemente na sociedade em geral. Implantes cibernéticos não são nada incomuns e robôs vagueiam pelas ruas em números tão abundante como seres humanos (e daí você pode ser levado para todo aquele dilema da bioética no qual as pessoas estão querendo trocar seus órgãos por peças eletrônicas), todos conectados através de seus “ghosts” (o último pedaço de identidade alojado dentro da concha cibernética do corpo), em fluxos de dados eletrônicos da rede. O crime se tornou sofisticado e cibernético (CSI Cyber feelings mesmo).

Para combater esses crimes, a Major Motoko Kusanagi lidera a Seção de Segurança Pública 9, frota de ciborgues com incríveis pontos fortes e habilidades que permitem acesso a qualquer rede na Terra. Então, a Major encontra-se em constante batalha com a onda recém-criada de terroristas tecnológicos e hackers cibernéticos, porém as coisas tomam um rumo totalmente inesperado quando ela se envolve em um determinado caso de um “ghost” hacker extremamente perigoso conhecido como Puppeteer ou “Mestre dos Fantoches”, que pelos boatos era impossível de ser capturado. Motoko passa a mergulhar cada vez mais fundo na realidade virtual ilimitada da rede para chegar em suas próprias conclusões surpreendentes.

Primeiro fato sobre a história: a Motoko é uma das protagonistas femininas mais FODAS da história dos quadrinhos japoneses.

I’M FODA AND I KNOW IT

Segundo: o mangá é simplesmente incrível. Ainda me choca que poucas pessoas tenham lido os quadrinhos, tendo em vista o enorme fandom que a série animada, os filmes e os jogos possuem. Mas admito que eu mesma tinha meus receios em acompanhar o mangá porque o autor é bastante conhecido por curtir um hentaizão – e isso nem sempre é agradável, principalmente para mulheres (já que quase nunca somos o público alvo de hentai, mas isso é pano para outra manga). Apesar dos pesares, a história é bem complexa e não tem exageros gritantes nas partes que puxam mais pra esse outro lado do autor. Os personagens são bem legais, apesar de não terem muita presença ou desenvolvimento de personalidade no desenrolar da história, mas eles contribuem bastante pro humor da história e isso pra mim já é satisfatório. O enredo contém muitas informações históricas, então você acaba se perdendo mais no assunto do plot que na estética dos traços. Mesmo assim, a arte do mangá é muito bacana. A classificação etária das animações sempre beira entre os 14, a do mangá é 18 porque essa arte às vezes é bem brutal também. O autor é bem minimalista e isso faz com que os cenários do mangá fiquem bem realistas. As animações refletem bastante isso:

E calma, apesar do corpo físico (shell, concha) ser destruído, o “ghost” dentro dele ainda continua vivo.

Uma dica útil na hora da leitura é sempre tentar acompanhar também as leituras do pós e préfacio, as informações e explicações extras do autor, porque muita coisa científica e robótica na história pode acabar passando batido e deixar a coisa toda um pouco confusa.

Apesar de tudo isso, não isentarei o enredo de críticas, principalmente porque o autor é mestre em fazer fanservice e desenhar as famosas “roupas à vácuo”, coisa que, cá entre nós, eu imagino que nem num cenário futurístico será possível vestir. Ainda assim, esse é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores histórias cyberpunk que existem no mercado e a vinda do mangá para o Brasil é uma das melhores notícias que os fãs de mangás de qualidade poderiam receber. Para quem já é fã da saga, a ansiedade aumenta muito porque o começo de tudo tá bem pertinho: a JBC fará o lançamento do mangá na Comic Con Experience 2016, agora nos dias 1 a 4 de dezembro. Quem já quiser adquirir o mangá no evento, poderá comprá-lo no estande da empresa.

The Ghost in the Shell terá 62 páginas coloridas de 352 no total, formato 17 x 24 cm (bem maior que um mangá normal), impressão em papel Luxcream (uma versão um teco melhorada do offset), lembrando que a classificação etária dele é de 18 anos. A publicação será em edição única e está saindo pelo preço de R$64,90. Salgadinho, mas vale a pena porque é um one-shot bem gordinho e porque a história é fantástica. Para os colecionadores, é um investimento bacana de se fazer. Pra quem gosta de histórias filosóficas com bastante ação, está aí uma ótima pedida.

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