Sinistras nuvens de tempestade metafórica vêm se acumulando sobre a Wakanda de Pantera Negra há algum tempo, desde que os antigos Orixás parecem ter abandonado T’Challa e seu povo. E apesar de os deuses antigos terem desaparecido, uma nova deusa está conhecendo seus poderes nos quadrinhos da Marvel – e isso é algo esperado há muito tempo.
ALERTA DE SPOILERS!
Como de costume, Wakanda está sendo atacada por estrangeiros que querem derrubar a poderosa nação. Além de sua terra natal ser atacada por um renovado e significantemente mais poderoso Garra Sônica (Ulysses Klaw), T’Challa e Shuri tentam desesperadamente entender por que os deuses antigos que protegiam seu país os abandonaram, permitindo que todo tipo de criatura nefasta de outros planos possam atravessar pelo plano espiritual. Muito antes dos cidadãos de Wakanda se firmarem naquela terra enriquecida pelo Vibranium, criaturas conhecidas como os “Originadores” viviam em paz e harmonia no local, somente vindo a ser perturbados com a chegada dos humanos.
Por algum tempo, os primeiros humanos de Wakanda conseguiram coexistir com eles, mas eventualmente vieram a declarar guerra contra as nações vizinhas, afastando-os para outra dimensão. O poder bruto da fé dos Wakandianos em seus primeiros líderes foi o que os transformou nos Orixás (incluindo Bast), e a presença deles agiu como uma espécie de selo que manteve os Originadores presos do outro lado. Com o desaparecimento dos Orixás e com os Originadores atravessando portais por todo o país, muitos dos Wakandianos acabaram seguindo um homem conhecido como “Ras, o Exortador“, que espalhava a palavra de um suposto novo deus, Sefako.
Acontece que essa criatura nomeada de Sefako nunca foi um novo deus ou Orixá, mas apenas o Adversário, antigo agente do caos que havia enfrentado os X-Men no passado. E toda essa confusão mágica rolando em Wakanda? Tudo culpa do Adversário.
Com o papel do Adversário nos problemas de Wakanda revelado, T’Challa e seus aliados finalmente sabem o que devem enfrentar, mas o difícil é descobrir como reverter o impacto causado no mundo pela magia do demônio. Apesar do inimigo poder ser enfraquecido com ferro e vibranium, as forças reunidas por T’Challa, sozinhas, não são capazes de derrotar o Adversário. Isso somente poderia ser feito por uma entidade divida com uma força equiparável à dele.
Apesar de Tempestade ser apresentada como uma mutante, em 1975, posteriormente foi revelado que a personagem possuía um enorme potencial místico, algo revelado também por sua contraparte de uma dimensão alternativa, Tempestade Sangrenta. Na edição 172 de Pantera Negra, o escritor Ta-Nehisi Coates aproveita essa característica de Tempestade de forma relevante quando T’Challa revela a parte final de seu plano para derrotar Adversário.
Como Rei de Wakanda, T’Challa explica que ele é a encarnação de seu país e de seu povo, algo que permite a ele encarnar um herói com toda a fé de Wakanda, da mesma forma que os primeiros Wakandianos fizeram ao criar os Orixás originais. Fortalecida pela energia espiritual de Wakanda, Tempestade recebe o poder de Hadari Yao, uma figura materna-divina Wakandiana – responsável pela manutenção do equilíbrio de todas as coisas, e derrota rapidamente o Adversário, banindo os Originadores no processo.
Apesar de a natureza específica das novas habilidades de Tempestade (que talvez sejam temporárias) não ter sido revelada, a derrota do Adversário e dos Originadores implica que, para todos os fins, Tempestade é uma nova Orixá cuja presença mantém o selo entre os dois mundos. E esse é um desenvolvimento absolutamente relevante, e algo que deve ser mantido em sua série solo.
Mas a surpresa mais chocante revelada pela edição 172 de Pantera Negra é algo muito mais humano:
E aí? Alguém tem teorias sobre um crossover assim nos filmes? xD
Traduzido e adaptado da iO9.
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).
