Eu confesso, com certa vergonha, que nunca tinha lido um quadrinho na vida que não fossem os infantis. Sempre recebia sugestões e gostava da ideia de um ou outro, mas nada tinha me motivado tanto a ponto de comprar um. E eis que recebo a sugestão de “MAUS – a história de um sobrevivente“.

MAUS (rato, em alemão) conta a história de Vladek Spiegelman, um judeu polonês, sobrevivente da Segunda Guerra Mundial e do campo de concentração de Auschwitz. A história é narrada por seu filho, Art, de uma forma curiosa: ele narra uma história dentro de outra história, o que nos faz ver como era a relação pai e filho e, ao mesmo tempo, acompanhar a vida de Vladek desde quando conheceu a mãe de Art até sua liberdade.

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Outro ponto alto da obra é que nele cada “espécie” de personagem é representado por um animal: os judeus são os ratos, os nazistas são gatos, poloneses não-judeus são porcos e americanos são cachorros. Essa simbologia nos aproxima do peso em que viviam na época e, inclusive, nos faz compreender Vladek um pouco melhor, mesmo quando ele soa ranzinza e, por vezes, arrogante.

Art, por sua vez, nasceu nos EUA, após a guerra. Apesar de ter um sobrevivente da história em sua família, ele não consegue entender ou ter ideia de como as coisas eram (e quem consegue?) ou do que os levavam a agir de determinada forma.

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O que dizer dessa história que mal conheço e já considero pacas? ‘Maus’ é incrível. É forte, é um registro especial sobre uma época que, com toda certeza, deixou marcas inimagináveis até hoje em muita gente. A leitura desta graphic novel não pode ser idealizada: ela é dura, sincera, realista. E tudo isso fez com que recebesse, em 1992, o Prêmio Pullitzer.

MAUS é uma graphic novel lançada em 2005 pela editora Companhia das Letras (detalhes aqui). Obrigatória para fãs de HQs ou para quem se interessa por relatos sobre a Segunda Guerra e sobre o Holocausto.

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