Diretor Taika Waititi não se acanha ao apostar na comédia física e no absurdo. E dá muito certo!


Sabe aqueles vídeos virais do YouTube, com imagens de bolos sendo confeitados, chocolates derretendo e objetos encaixando perfeitamente? É mais ou menos essa a sensação ao ver “Thor: Ragnarok”, o mais recente filme da Marvel, e um dos melhores. Dirigido pelo neozelandês Taika Waititi, que, para a surpresa de ninguém, também é comediante, o longa é bem editado e vai direto ao ponto, com uma história que entrega tudo o que promete.

A história se passa mais ou menos dois anos depois dos acontecimentos de “Vingadores: Era de Ultron”. Thor (Chris Hemsworth) retorna de uma missão e encontra Asgard sendo governada por um Odin (Anthony Hopkins) meio esquisito, que na verdade não passa de Loki (Tom Hiddleston, benzadeus) disfarçado. Os dois vão atrás do verdadeiro Odin, que o deus das trapaças aprisionou na Terra, quando descobrem que Hela (Cate Blanchett), a deusa da morte – e irmã perdida dos dois -, está de volta do exílio e pretende dominar Asgard e todo o universo.

Na tentativa de retornar ao reino dos deuses e salvar seu povo, Thor e Loki acabam se perdendo pelo espaço e indo parar em um planeta caótico, governado pelo Grandmaster (Jeff Goldblum no personagem mais Jeff Goldblum de todos os tempos), que adora promover duelos com os prisioneiros que apanha perdidos pelo universo. Quem já viu o trailer sabe que Mark Ruffalo retorna como Hulk, em uma fase um pouco mais controlada e consciente de si, com quem Thor é obrigado a duelar. Enquanto isso, Hela instaura sua ditadura em Asgard. E Cate Blanchett é uma vilã tão magnética que quase torcemos para que ela vença.

“É minha miga da firma”

Empolgante, engraçado, extravagante e MUITO divertido, o filme pesa a mão na comédia física e não se leva a sério demais, marcas registradas de Waititi, que em 2014 dirigiu o pseudo-documentário hilário “O Que Fazemos nas Sombras”, sobre uma sociedade secreta de vampiros (tem na Netflix). O humor do diretor é auto-depreciativo no melhor sentido, sem tirar da história o peso necessário para manter a audiência investida.

O famoso Ragnarok, que na mitologia nórdica é meio que o fim do mundo, e o começo de uma nova civilização, poderia render um filme muito mais dark, mas o resultado é o exato oposto, e isso que tem irritado alguns fãs mais ortodoxos dos quadrinhos. Porém, quem mergulha na proposta do filme de não se levar muito a sério, tem duas horas de satisfação garantida.

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