É com muita nostalgia no coração e saudade da minha infância que venho no post dessa semana falar desse mangá/anime que eu considero pakas: El Hazard!

El Hazard é um anime criado por Hiroki Hayashi (mesmo criador de Tenchi Muyo) e Ryoe Tsukimura, com 26 episódios exibidos entre janeiro e março de 1998 e posteriormente ganhou uma adaptação em mangá desenhada por Hidetomo Tsubura e publicado no Brasil em 2006 pela JBC.

E tudo começa com…

Nosso protagonista, Makoto Mizuhara, um exemplo de bom menino, excelente aluno, ótimo atleta, bonito e querido pelas meninas (tão legal que chega a ser um pouquinho irritante…). Uma dessas fãs é Nanami Jinnai que tem vários empregos e uma queda enorme por Makoto o acompanhando pelos cantos. Já o irmão da garota, Katsuhiko Jinnai, morre de inveja de Makoto (com razão) e adora perturbar a vida do garoto se auto declarando seu inimigo número um.

manga el hazard

Enquanto Makoto se preparava para a feira de ciências desenvolvendo uma gerigonça pra ser apresentada, Jinnai, com o coraçãozinho cheio de veneno, bagunça a máquina todinha para atrapalhar seu rival. Quando Makoto vai dar uma olhada no protótipo para mostrá-lo à Nanami e a Fujisawa (o professor de história do grupo que é tão chegado a uma cachaça quanto Buda era com comida) acaba acontecendo um acidente com a máquina desconfigurada enviando os quatro para um mundo paralelo chamado El Hazard – e era pra isso que servia a gerigonça (não, nem mesmo Makoto sabia o que raios ela fazia…)

Esse novo mundo vive uma guerra entre os humanos do Reino de Roshtaria, da princesa Rune (que não sabe pentear o cabelo, vide imagem mais abaixo, e desenvolve uma paixonite por Makoto) e os Bugrons, insetos controlados pela rainha Deeva. Jinnai, com sua imensa raiva de Makoto, vê na situação uma oportunidade de chutar literalmente a bunda de seu rival e se junta aos inimigos, já que ao chegar a El Hazard ele ganha a habilidade de entender a língua dos insetos. Já Makoto, Nanami e Fujisawa (que ganhou força sobre-humana) preferem o lado da princesa que os envia em uma jornada para descobrir uma forma de voltar pra casa e de ajudar o reino a conseguir uma poderosa arma para vencer os Bugrons.

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Capa da edição brasileira do mangá feat. o cabelo embaraçado nas pontas da Rune

E é nessa jornada que os peregrinos conhecem as três Sacerdotisas – primeiro Miz Mishtal, sacerdotisa da água que se apaixona perdidamente pelo professor Fujisawa, depois Afura Mann, sacerdotisa do vento e única que ainda tem todos os parafusos na cabeça, e por fim Shayla-Shayla, sacerdotisa do fogo que é impulsiva e (advinha) se apaixona por Makoto, já que mamãe passou açúcar nele o que esperar do mesmo autor de Tenchi Muyo né. Infelizmente para Shayla-Shayla, Nanami e o resto da parcela feminina da população, ao que parece a princesa Rune deve ser a ganhadora da loteria do Makoto, já que de uma forma ou de outra ele sempre acaba com o rosto enterrado (acidentalmente) entre os seios da governante! E os rumos da guerra pioram muito quando Jinnai, em suas peripécias maléficas, consegue despertar a deusa demônio Ifrita que acaba trazendo grandes dores de cabeça pra todo aquele mundo!

El Hazard foi exibido no Brasil nos primórdios divertidíssimos do programa Band Kids, que também exibia grandes produções como Dragon Ball Z e, olha só, Tenchi Muyo e muitos de nós que eram crianças no fim dos anos 90 começo dos 2000, costumavam assistir os episódios dublados nas tardes da emissora. O anime era um dos meus favoritos por ser um dos poucos que continha um enredo de aventura com personagens carismáticos e romance – principalmente o romance, aquele que mal é citado em Dragon Ball por exemplo. Como eu era uma criança que curtia aventura/romance e não pancadaria sem motivo eu nunca curti muito a obra do Toriyama e adorava acompanhar as aventuras do Makoto pra saber se no fim das contas ele ia ficar com a Rune ou não, ou seja eu já shippava o casal antes mesmo de saber o que era isso (ah, bons tempos de inocência…) .

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As três sacerdotisas

Apesar de não ter o mesmo sucesso estrondoso da outra produção do Hayashi, El Hazard foi bem popular em sua exibição, tanto no Japão quanto no Brasil, por ter um enredo bem desenvolvido que cai como uma luva com a personalidade dos personagens garantindo momentos de ação, de risos e algumas lágrimas ocasionais misturadas a um suspiro e outro. O anime e o mangá são bem diferentes, com muitas mudanças de roteiro, embora a arte de Tsubura seja fiel à da animação. Apesar de ser interessante, afinal quem já assistiu vai ter motivos pra ler e se surpreender, é meio complicado pra quem quer colocar a história toda em ordem, já que o roteiro é bem diferente e causa muita confusão na cabeça. Essa é uma prática muito comum no Japão onde as adaptações de mangás pra animes e vice-versa nem sempre seguem a obra original fielmente, afinal de contas, confundir a nossa cabecinha é mais legal.

Vale a pena?

El Hazard não é o tipo de história que agrada todo mundo, nem do tipo que se torna o mangá favorito de todos os tempos pra qualquer otaku, mas vale sim o tempo pra ler/assistir porque o enredo é gostoso e os personagens são impagáveis em suas cenas extremamente hilárias e em seus romancezinhos aqui e ali. Foi um prazer revisitar a obra pra fazer esse post, isso sem falar na estética da animação/desenhos que é clássica (vocês já repararam como a arte tem mudado nos mangás atuais?)

Deixo vocês com a nostálgica abertura em português que costumávamos assistir e até o próximo post!

 

 

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