E aí pessoal, como vocês já devem estar sabendo, as Garotas Geeks já estão em Los Angeles para fazer a cobertura da E3, o maior evento de games do mundo! As conferências começam no dia 10, mas do dia 11 ao 13 a feira estará aberta para o público e nós estamos super empolgadas em poder levar tudo que rola por lá para vocês. E o melhor: de uma forma diferente de qualquer outro site! Mas enfim, super legal, super bacana, mas quase que não rola (para mim pelo menos). A aventura E3 já começou com aventura até demais.

No Brasil…

Olha, a zica tá braba mesmo! Começou já no Brasil, quando a mulher me chamou pelo nome para ir no guichê do portão de embarque. Já fiquei tensa né, o que poderia ser? Chegando lá ela me fala: “Parabéns, você foi aleatoriamente sorteada para ter sua bagagem revistada!”. UAU! Como ela começou pelo parabéns, achei que eu tinha ganhado um lugar na primeira classe. Mas não, essas coisas não acontecem. Antes de embarcar tive que deixar o pessoal passar vários paninhos em toda a minha bagagem para ter certeza que eu não era uma traficante de drogas.

Alfandega1

A única coisa que alegrou o meu dia nesse momento foi ver dois americanos (um homem e uma mulher) brincando de “pirulito que bate bate” no meio do hall. Cena linda de se ver. Pense na imagem do típico americano retardado que vem à sua cabeça… pensou? Eram exatamente assim, parece que eles saíram do “As Gostosas e os Geeks”. Enfim, depois disso a viagem foi bem tranquila, o sistema da “televisãozinha” da Delta Airlines era muito bom. Eu até assisti um filme de Bollywood, que eu nunca tinha visto até então… (foi bom e ruim, ruim porque eu peguei para ver achando que era tosqueira e que ia ter uma galera dançando, mas não tinha nada disso – para a minha tristeza – porém o filme era extremamente bom).

Em Detroit… Rock City

Como meu vôo não era direto, eu entrei nos Estador Unidos em Detroit. Cheguei lá 8 horas da manhã depois de uma viagem de 11 horas sem conseguir dormir quase nada (porque peguei corredor) e fiquei alivida por finalmente sair daquele avião. Que iludida estava, ainda não sabia como as coisas ficariam muito piores. Um pouco antes de chegar na alfândega, um cara faz umas pré-perguntas para já adiantar algumas coisas, e eu fiz a cagada besteira de falar que era jornalista, e mesmo falando que a viagem era para turismo, a coisa ficou feia. Para quem não sabe, é preciso de um visto específico de imprensa para realizar coberturas internacionais, o qual eu não tenho, já que não sou registrada em nenhum veículo. Depois que eu falei que vinha para LA e que ia visitar a E3, ele marcou um “I” no meu cartão de respostas (cartão obrigatório que os EUA pedem). Já comecei a ficar tensa por aí. Perguntei para todos a minha volta se mais alguém tinha aquele símbolo, e mais ninguém tinha. Fuck.

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Chegando na entrevista da alfândega, o cara começou fazendo as perguntas normais: “O que você veio fazer nos Estados Unidos? Está viajando sozinha? Quantos dias você vai ficar? Qual sua profissão? Quanto dinheiro você tem?”. Só que ele começou a repetir as mesmas perguntas várias vezes de formas diferentes, e ele parecia não acreditar em absolutamente em nada que eu falava (como num pesadelo). Quando começou a passar de 20 minutos, eu comecei a ficar nervosa. E quando eu fico nervosa, eu começo a tremer, gaguejar e mal consigo falar em português, imagina em inglês. E os diálogos finais se seguiram dessa maneira (imaginem em inglês, o que torna tudo mais dramático):

Cara da alfândega: – Qual a sua profissão? (depois de eu já ter respondido 3 vezes)
Eu: Sou formada em jornalismo, mas não estou trabalhando em nenhum veículo no momento.
Cara da alfândega *com cara como se eu tivesse dito a coisa mais mentirosa do mundo*: – Você está indo viajar sozinha?
Eu: Sim, estou indo sozinha mas vou encontrar com duas amigas lá.
Ele: E quanto dura o evento que você falou?
Eu: 4 dias, mas vou ficar no total 10 dias.
Ele: 10 dias?
Eu: Sim.
Ele: Quem está pagando para você ir se você está desempregada?
Eu: Meu marido (fiquei com medo de falar que era o Blog e caracterizar como cobertura profissional e me deportarem de vez pra casa).
Ele: Seu marido está pagando para você viajar sozinha com suas amigas? *super cara de desconfiado*
Eu: Isso.
Ele: Qual o nome do seu marido?
Eu: Felipe.
Ele: E o sobrenome?
Alguns segundos de silêncio…. E OMG! EU ESQUECI O SOBRENOME DO MEU MARIDO!! QUE POR ACASO É IGUAL AO MEU AGORA! Vocês não tem noção de como eu tremia já! Foi questão de alguns segundos e eu respondi, mas na minha cabeça durou muito tempo.
Ele: Você tem CERTEZA que esse é o nome do seu marido?
Eu: Sim.
Ele: É que pareceu que você precisou pensar um pouco sobre isso.(!!)
Eu: É que ele pegou meu sobrenome e eu me confundo (o que é verdade).
Ele *cara de super ultra megazorde desconfiado*: – Oh, really?
O pior é que eu estava inclusive andando com a minha certidão de casamento, mas tava tão tensa que nem disso lembrei na hora.
Após mais algumas perguntinhas, totalizando 40 minutos de questionamento, ele me libera e fala: “Only ten days, hum?” (Apenas dez dias).

Chegando com a pessoa que te dá a autorização final para você entrar, mais um drama: Agora ela pediu para revistar a minha mala. Desmontaram toda a minha bagagem, olharam na minha bolsa, minha mochila… tudo! Pelo menos esse foi mais gentil do que o da alfândega. E acabando toda essa situação constrangedora, finalmente fiquei livre para viver.

aeroporto

O que aprendemos hoje? Aparentemente eu tenho cara de uma traficante de drogas que quer viver ilegalmente nos EUA. O pior é que a minha vontade era falar “Seu país é até legal, mas eu nunca, JAMAIS, trocaria o meu por isso” (e vem a música do Cheers na minha cabeça “Where everybody knows your naaame…”).

RODAPE_PATROCINADORES

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