Altamente recomendável para os fãs já habituados à história original do lendário samurai andarilho

Lançado em fevereiro deste ano pela JBC, criando total rebuliço na internet, Rurouni Kenshin: Tokuhitsuban é a versão especial alternativa do autor de Samurai X. O enredo dinâmico e os traços peculiares do autor Nobuhiro Watsuki são as partes mais características e marcantes do mangá.

samurai x - capas

Essa versão do mangá repagina vários protagonistas e antagonistas (como por exemplo Kaoru, Yahiko, Sanosuke, Saitou, Jin-e e etc), além de outros personagens novos em uma aventura totalmente inédita de Kenshin, antes dele conhecer seus amigos.

Para quem não conhece a história, uma breve sinopse: O mangá de Rurouni Kenshin (ou em título aportuguesado, Samurai X) se passa durante o período Meiji no Japão, contando a história de um ex-assassino conhecido como “Battousai, o retalhador”, que assume a pacífica identidade de Himura Kenshin após a guerra do Bakumastu, resolvendo virar um andarilho que oferece proteção aos necessitados como forma de expiação pelos seus pecados da sua antiga vida como retalhador. Kenshin prega a filosofia da “espada para a vida” e usa uma espada de lâmina invertida, recusando-se a matar novamente. Em Tóquio, Kenshin conhece uma jovem dona de um dojo chamada Kamiya Kaoru, que o acolhe mesmo sabendo de seu passado como assassino. Kenshin passa então a estabelecer várias relações duradouras com demais personagens que vão surgindo na trama, incluindo novos e velhos inimigos de batalha. Enfim, é uma história muito bonita que ensina bastante sobre redenção.

samurai x - kenshin no nakama

O mangá virou um anime igualmente popular em 1996, rendendo 95 episódios para TV, séries de OVA, um longa-metragem em animação e mais recentemente uma trilogia live-action de enorme sucesso no cinema japonês. O anime é bastante conhecido no Brasil por sua exibição na Rede Globo, no Cartoon Network e também na Animax. Já o mangá foi um dos primeiros títulos de destaque da JBC, que primeiro publicou os volumes em formato meio-tanko com 56 volumes e mais recentemente publicou uma edição com volumes especiais, desta vez seguindo a numeração original japonesa com 28 volumes. A empresa também publicou e republicou o especial “A Sakabatou de Yahiko”, algumas novels e a enciclopédia “Kenshin Kaden”.

Comentando sobre a obra, achei de extrema importância colocar em pauta aqui a opinião do próprio autor (apenas em parte) sobre o polêmico relançamento após tantos anos do término da obra original. No final do primeiro volume da Versão do Autor existe uma espécie de posfácio, com palavras de Watsuki que resumem bem os motivos de ter decidido fazer uma nova obra e recomendações importantes para os leitores. Após mais de doze anos do término do mangá original, Watsuki afirma que nem em seus sonhos mais loucos ele imaginava voltar a desenhar o samurai mais adorado do mundo do mangá. E destaca em palavras simples e curtas que essa nova série é nada mais que um bônus, logo, ler ou não ler não vai mudar em nada a história (como eu disse anteriomente, é uma versão alternativa, em um universo paralelo). Watsuki então pede aos leitores que não gostaram ou acharam a ideia indispensável que não leiam.

Entretanto, Watsuki segue a entrevista falando animosamente sobre como a ideia do bônus surgiu: com a sugestão de fazerem uma espécie de divulgação do live-action de Rurouni Kenshin (que inclusive, na minha opinião, é um dos melhores e mais bem feitos live-actions da história).

battle kenshin vs shishio
Poucos cortes ou modificações do enredo original e a mesma emoção assistindo as lutas mais fodas da história do mangá.

O autor também afirma ser bem aberto e que basicamente não recusa nenhuma oferta que fazem pra ele, haha. Além disso, comenta sobre como ainda recebia várias afirmações de carinho dos fãs do mangá e que após tantos anos queria corresponder o anseio daqueles que esperavam alguma continuação. Logo, a postura final de Watsuki em relação à primeira promessa de que nunca mais desenharia Kenshin era uma postura que ele tinha duramente de manter sempre com pedidos de desculpas, principalmente por ter terminado uma série popular no auge de sua popularidade. Por fim, Watsuki explica as diferenças entre as mídias lançadas a partir de Kenshin e fala que trata todas como se fossem uma grande família, sendo ele um vovô que só entra realmente em cena quando os pequenos estão sendo negligenciados, caso contrário, os diretores são os papais responsáveis. E claro, ele recomenda que os fãs vejam o live-acton, elogiando a equipe do filme que conseguiu transpor o ambiente do mangá de forma brilhante e essencialmente impressionante, mas também falando sobre falhas do filme que atribui a si mesmo enquanto autor da obra original. Mas, novamente, Watsuki pede aos fãs que estão em dúvida sobre assistir ou não que deem uma chance. Detalhe: a trilogia do live-action está disponível na Netflix! <3

SEO LIMDO
o deuso do Takeru Sato nasceu pra fazer esse personagem <3

Como fã de longa data da série, fui surpreendida por essa versão especial do mangá, sinceramente. A gente geralmente não espera muito de episódios bônus, principalmente quando a história é encurtada, paralela, alternativa e tudo mais. Mas acabei curtindo bastante essa versão e realmente recomendo. Deu pra matar um pouquinho a nostalgia dos tempos de adolescência rindo à beça das trapalhadas do Kenshin e da turma toda e, claro, acompanhando uma das melhores histórias de ação, aventura histórica, romance e comédia de todos os tempos.

Rurouni Kenshin Especial: Versão do Autor foi publicado em 2 volumes pela JBC, com média de 180 páginas cada, em papel offset, pelo preço de R$16,50. Para os fãs incondicionais de Kenshin como eu,  é uma obra que compensa comprar e guardar com carinho. E tenha certeza que reviver as aventuras de Kenshin vale a pena <3

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