Crimes. Zumbis. Violência. Sobrevivência?

A dica de mangá de hoje é Fort of Apocalypse, escrito por Kazu Inabe e Yu Kuraishi e adquirido recentemente pela Editora JBC, que narra a história de Yoshiaki Maeda, um garoto de 16 anos que foi encaminhado à Instituição Shouran, um Centro de Correção de Menores Infratores, sem, contudo, ter cometido crime algum. Acusado de ter praticado o crime de homicídio, que no Japão é punido com pena perpétua, o garoto é encaminhado a uma cela (leia-se, quarto da instituição) com outros garotos, seus companheiros de aventura Masafumi Yoshioka (o nervosinho), Go Iwakura (o personagem que é na dele, mas é pica das galáxias de forte) e Mitsuru Yamanoi (típico Vegeta: ‘sou mais inteligente que vocês, seus vermes’).

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Por ser inocente, Maeda sente-se totalmente deslocado e assustado. Contudo, a situação muda quando a Instituição é invadida por um ser que, mesmo depois de morto, continua a se mover para devorar os vivos: um zumbi. O vírus começa a se espalhar e de repente boa parte da população de Itabashi (Tóquio) já está infectada. E então chegamos ao ponto crítico de qualquer história de apocalipses: a sobrevivência. Como Maeda, um garoto fraco e tímido, seria capaz de sobreviver à situação? De onde viria o vírus? Haveria um jeito de resolver a situação?

É, meus caros, muitas perguntas e poucas respostas.

Análise Técnica

Por se tratar de uma história de zumbi, é claro que o enredo apresenta alguns clichês do gênero, entretanto acredito que a história apresenta diferenciais em alguns pontos. No geral, a maioria das obras é abordada superficialmente, ficando naquele dualismo de vida/morte (ou morte-vida???) e a insana luta pela sobrevivência, mas neste caso, logo de cara, o autor nos remete a uma famosa citação do filósofo Friedrich Nietzche, que é basicamente uma percepção do que será encontrado durante todo o enredo:

Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você.

Assim, vocês podem perceber que, inclusive no primeiro volume constituído de apenas três capítulos, existe uma crítica muito maior por baixo da história dos zumbis: a sociedade japonesa, as instituições de correção de menores infratores e, sobretudo, política. Além disso, normalmente neste gênero as atitudes dos personagens costumam ser bem previsíveis, o que não acontece em Fort of Apocalypse, em que em diversas situações me surpreendi com o decorrer da história.

A arte é muito bem trabalhada, especialmente nos personagens zumbis. Me lembrou um pouco algumas cenas de Shingeki no Kyojin, principalmente no jeito de andar e no olhar. Ah, vale destacar que algumas cenas são bem explícitas, especialmente quando os zumbis devoram as pessoas, o que eu achei bem interessante, já que a maioria dos mangakás do gênero buscam tratar do assunto de forma mais leve (talvez por conta da classificação indicativa).

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Vale a pena?

O enredo se desenvolveu bem dentro do volume de páginas para abordar o máximo possível da história de uma maneira geral para dar ao leitor uma breve ideia do que está por vir. Os traços são incríveis e a trama é muito bem desenvolvida, fugindo um pouco dos clássicos ‘The Walking Deads’ da vida, trazendo diversas reviravoltas no decorrer da história.

O mangá se completa em 10 volumes e a classificação indicativa é de 16 anos!

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