O primeiro (e melhor \o/) livro de John Green, publicado pela editora Martins Fontes, conta a história de Miles, um menino que tem como paixão colecionar as últimas palavras de pessoas importantes. Inspirado pela última declaração de François Rabelais, “saio em busca de um Grande Talvez”, ele decide que precisa deixar para trás sua vidinha pacata e ir em busca do seu Grande Talvez, matriculando-se em um colégio interno onde seu pai havia estudado.

Lá, Miles conhece Chip (também chamado de Coronel), Takumi, Lara e mais importante, Alasca, uma menina esperta e bonita, mas também impulsiva e misteriosa. Coronel passa a chamar Miles ironicamente de “Gordo” e, assim, ele passa a fazer parte da turma, descobrindo muito mais sobre os outros e sobre si mesmo.

A identificação e o envolvimento entre Miles e Alasca é inevitável. Como ele, ela também busca respostas para diversas questões da sua vida e, ao mesmo tempo, desafia Gordo a fazer o mesmo, como quando o questiona, usando as últimas palavras de Simón Bolívar, “como sairei deste labirinto?”. Ela também possui dezenas de livros no quarto (identifiquei, oi), mas ainda não leu todos eles (identifiquei de novo, bjs).

quem-e-voce-alaska-tumblr Alasca é uma menina que demonstra presença, sabe se impor e sempre quer ajudar a todos, mesmo parecendo esconder muita coisa sobre sua vida e seu passado. Miles, por outro lado, mostra o tempo todo quem é, e demonstra se envolver cada vez mais com as novidades do seu mundinho novo, e um interesse particular pelas aulas de religião. Trotes escolares, relacionamentos, primeiro beijo, bebedeiras e ressacas e esconderijos pela escola fazem parte da história desse grupo – que tem, inclusive, uma rixa com os ~playboys~ da escola e tradições de fazer pegadinhas com os alunos. Os personagens não foram feitos para serem idolatrados (como em A Culpa é das Estrelas), mas eles são adolescentes muito próximos da realidade – e isso te deixa bem ansioso ou irritado às vezes, como naquelas situações onde a gente se pega discutindo com personagens.

A narrativa é simples e flui muito bem, e o livro é dividido em “x dias antes” e “x dias depois” – o que só atiça a curiosidade de quem lê. Eu confesso que quando notei isso ficava tentando espiar as últimas páginas pra descobrir o que tinha acontecido, mas não funcionou HUE. Enfim. É uma obra leve, do estilo YA (Jovem Adulto), e, portanto, faz com que a gente se identifique com diversos momentos, porque né. Quem nunca quis largar a zona de conforto pelo desconhecido, teve problemas de autoestima ou teve paixonite por alguém que achava que era +qd+ pra você? Quem não teve uma adolescência cheia de dorgas e sexOPS

Recentemente foi divulgado que a Editora Intrínseca comprou os direitos do livro e publicará uma nova edição. E para a felicidade geral da nação: “Quem é você, Alasca?” vai virar filme! A direção fica por conta de Sarah Polley e ainda não há previsão de estreia. Eu pelo menos não consigo pensar em uma atriz que combine com Alasca, e vocês?

“Só queria dormir com ela, no sentido mais inocente da palavra. Mas eu não tinha coragem. Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.”

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