Angustiante e intrigante, Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, publicado pela Editora Companhia das Letras, é um clássico português e leitura indispensável para qualquer um.

A história começa com um homem, no trânsito, que perde a visão enquanto esperava o sinal abrir, mas ao contrário do esperado, sua cegueira é branca. Aos poucos, essa cegueira branca vai atingindo diversas pessoas, tornando-se uma epidemia. Só existe uma pessoa que não é atingida pela doença.

Ao contrário de outras histórias, Saramago não distingue seus personagens por nomes e sim por suas características. Assim temos o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, o médico, a mulher do médico (que vê), a “rapariga” dos óculos escuros, o velho com a venda no olho e o rapazinho estrábico. Como personagens secundários, há o cego da pistola, o cego que escreve em braile, o ladrão, os soldados, a velha do primeiro andar e o cão de lágrimas.

ensaio sobre a cegueira

Aparentemente, a mulher do oftalmo é a única que ainda pode ver em toda a cidade, mas precisa se fingir de cega para poder ficar com o marido em um hospital onde várias pessoas são isoladas para quarentena e ajudá-lo. Não há ninguém que entenda a causa da cegueira e menos ainda como a mulher pode se “livrar” disso.

A epidemia vai se alastrando e com isso, as atitudes mais primitivas do ser humano. Começa a existir briga pela pouca comida, disputa de espaço e outros objetos e até mesmo violência sexual.

Quando esse grupo de pessoas consegue escapar, devido a um incêndio no local, notam que o mundo todo está cego – assim como imundo, com lixo e pessoas jogadas em todos os cantos. E assim, novamente, iniciam uma briga pela sobrevivência.

Como descrito no site da editora, “Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver“. O livro é forte e chocante, mostrando o pior lado do ser humano em meio ao desespero, mas também nos obriga a refletir sobre o mundo todo.

O livro foi adaptado para o cinema. Confira o trailer!

-Costuma-se até dizer que não há cegueiras, mas cegos, quando a experiência dos tempos não tem feito outra coisa que dizer-nos que não há cegos, mas cegueiras.

Quem aí prefere um clássico?

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