“As doenças mais perigosas são aquelas que nos fazem pensar que estamos bem.
— Provérbio 42, Shhh.”

Delírio é o primeiro livro de uma trilogia distópica da autora Lauren Oliver, publicada pela editora Intrínseca.

A história é contada a partir do ponto de vista de Lena, uma menina de 17 anos que está ansiosa pelo dia de sua cura: o “amor deliria nervosafoi considerado uma doença há 64 anos, mas sua cura foi encontrada há 43. Mesmo assim, ela só pode ser administrada quando os jovens completam 18 anos, para evitar ao máximo reações indesejáveis.

A intervenção – como é chamada a cura – é feita na mesma fase que os jovens passam por uma avaliação para decidir seu futuro sobre com quem se casarão e quantos filhos terão, com base na renda de sua família, se farão ou não faculdade, gostos pessoais etc.

Todas as regras de comportamento, assim como informações sobre amor deliria nervosa, são encontradas na SHHH (Suma de hábitos, higiene e harmonia). Lena é o tipo de menina que poderia citar qualquer trecho do livro e que o leva ao pé da letra, idolatrando-o e não permitindo nenhum tipo de dúvida ou “blasfêmia”. Nem mesmo de sua melhor amiga, Hana.

Sintomas do amor deliria nervosa
Fase 1
Preocupação, dificuldade de concentração, boca seca, transpiração, suor nas mãos, tonteira e desorientação; atenção reduzida, pensamentos acelerados, habilidades racionais prejudicadas.
Fase 2
Períodos de euforia, risadas histéricas e incremento de energia, períodos de desespero, apatia, mudanças no apetite, rápida perda ou ganho de peso, fixação, perda de interesse por outros assuntos, habilidades racionais comprometidas, distorção da realidade, padrões de sono alterados, insônia ou fadiga constante, pensamentos e ações obsessivas, paranoia, insegurança.
Fase 3
Dificuldade de respirar; dor no peito, garganta ou estômago; dificuldade de engolir, recusa em se alimentar; colapso total das faculdades racionais, comportamento errático, fantasias e pensamentos agressivos, alucinações e ilusões.
Fase 4 – FATAL
Paralisia física ou emocional, morte.

Com a história da morte de sua mãe assombrando sua vida, seja para si mesma ou para outras pessoas, ela faz de tudo para manter-se na linha. Nunca viola o toque de recolher. Nunca contesta. Nunca ouve músicas que não as permitidas pelo Estado. Quase nunca fala com outros garotos, exceto quando sua tia está presente ou que ele seja um cara com a marca da cura… Pelo menos, é o que parece.

Lena é o tipo de garota que passou a vida sendo tão repreendida e reprimida que prefere ser invisível e que se recusa terminantemente a aceitar que sua amiga esteja mudando e descobrindo mundos nem tão certos assim. Ao mesmo tempo, se sente péssima por ceder aos sentimentos (que venha a intervenção!) e continuar conversando com Alex.

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É tipo aquela amiga cabeça-dura que não aceita mudanças que todo mundo tem. Ou, pior ainda: que não lida bem com mudar de ideia.

Lauren Oliver consegue criar um universo bem cativante e envolvente. Por mais que Lena tenha me causado crises de angústia ou de raiva às vezes, a narrativa é envolvente e te faz ter vontade de ler tudo de uma vez só. Eu não consegui notar nenhuma ponta solta na história, o que me faz considerar uma distopia bem completa.

Confesso que, apesar do clichê romântico da história, vários pontos me deixaram bem surpresa e estimularam minha curiosidade a tal ponto que eu apenas preciso da continuação. O enredo não é inovador, mas é criativo e divertido de acompanhar.

Dicazona para quem quer uma distopia leve!

A trilogia seria adaptada para ser um seriado, mas, infelizmente, não vingou. Caso se interessem, este é o trailer:

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