Um dos melhores animes da temporada é a fofa história de uma garota que não quer que as pessoas descubram que ela é uma otaku.

Também conhecido como Wotaku ni Koi wa Muzukashii, It’s Difficult to Love an OtakuLove is Hard for Otaku, ou, traduzido: O Amor É difícil para Otakus, é um anime em andamento na temporada de primavera de 2018, adaptação do mangá de Fujita.

A série já conta com uma fanbase bastante dedicada e a expectativa é grande com o desenvolvimento da história.

wotakoi

Gêneros:  Comédia / Vida Cotidiana / Romance

Ano de lançamento: 2018

Estúdio: A-1 Pictures

Temporadas: 1 temporada em andamento com 11 episódios no total

Sinopse: Wotaku ni Koi wa Muzukashii (ou de forma abreviada, Wotakoi) conta a história de Narumi, uma funcionária de um escritório que tenta esconder seus hobbies dos colegas de trabalho. Sendo um pouco mais específica, ela é uma otaku obsessiva por animes e mangás yaoi – uma perfeita fujoshi. Em seu último trabalho, os colegas descobriram sobre seus interesses e começaram a evitá-la, e até seu relacionamento amoroso desmoronou por causa disso. Agora em um novo emprego, Narumi reencontra Hirotaka, um amigo de infância viciado em jogos, que não tenta esconder seu jeito nerd. Depois de ouvir a garota falar sobre sua desastrosa vida amorosa, Hirotaka chama Narumi para um encontro. O que poderia dar errado com dois nerds obsessivos namorando, né?

Trailer:

RESENHA

Arte (8/10): Apesar de muitos fãs do mangá dizerem que a arte do anime deixou a desejar, eu sou alguém acostumada com animes de temporada, então não tenho muito do que reclamar. Não é uma animação perfeita daquelas que te tiram o fôlego com backgrounds exóticos nem nada parecido, mas para um anime de vida cotidiana é uma arte bastante satisfatória, bem colorida e sem nenhum frame (visível, pelo menos) com bugs bizarros ou personagens anatomicamente distorcidos. Cai um pouco naquele clichê onde só os protagonistas têm cabelos coloridos – o que não é bem um defeito, mas é engraçado. As expressões faciais da série te pegam de surpresa e facilitam muito o humor a fluir bem. No geral e dentro de seus limites, foi sim bem desenvolvida.

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Som (7/10): A trilha sonora não foi algo absolutamente chamativo no meu ponto de vista, mas faz bem o papel de deixar a história mais interessante, dando tensão, deixando mais engraçado ou mais leve. As músicas de abertura e encerramento são bem legais e dão um resumo bem daora do visual da série.

História (10/10): Wotakoi é uma doce história sobre autoaceitação. Aos poucos, Narumi vai conhecendo seus colegas  e aos poucos descobre que cada um deles é um tipo diferente de otaku, alguns um pouco mais obsessivos do que os outros. Sua colega, Koyanagi, é outra obcecada por yaoi, além de ser uma famosa cosplayer que Narumi já havia conhecido em uma convenção. E até mesmo o personagem mais normal do escritório, Kabakura, que era o capitão do time de vôlei durante o ensino médio, acaba revelando ser um tipo raro de otaku: o esportista.

Narumi adora dizer que não gosta de outros otakus, mas quando está com pessoas que tem interesses semelhantes ao dela, acaba revelando que sempre sonhou em ter amigos otakus que fossem comprar mangás com ela. A trama trabalha sua insegurança quanto aos seus interesses e seu relacionamento com Hirotaka, que acabam sendo os principais conflitos internos da personagem. É particularmente bonitinho ver a forma como Hirotaka apoia seu jeito de ser, mesmo quando ela está freneticamente desenhando uma fancomic yaoi de forma alucinada, poucas semanas antes de apresentá-la uma convenção.

Wotakoi é uma história calma, cujo principal foco é a vida de um grupo de otakus, que é representada de forma bastante realista. Em apenas quatro episódios lançados até a publicação deste post, não é difícil sentir identificação com alguns dos personagens, ainda que do lado de cá do mundo, não tentemos esconder esse estilo de vida porque a vida de otaku no ocidente não tem uma conotação tão negativa, socialmente falando. Será que Narumi e sua turma sentiriam inveja de nós?

Personagens (8/10): Essa parte por pouco virava o melhor do anime mas pecou um pouco ao longo do caminho. Os detalhes da personalidade de cada personagem vão sendo revelados a cada novo episódio e deixando o enredo cada vez mais completo e repleto de humor – porém em alguns momentos as personalidades parecem cair um pouco no clichê. Mas, de qualquer modo, até agora essa parte é a que mais fixa a atenção na história de fato.

Comentários pessoais finais: De forma geral, o anime tem muito potencial e eu realmente já o considero o melhor anime da temporada por motivos que vão além do humor super bacana da história: a equipe de produção é experiente e muito talentosa, vários dubladores do elenco são alguns dos personagens mais queridos do mercado; os personagens são adultos e dão mais identificação para um público mais velho, com romance um pouco mais maduro e problemas que são mais característicos de uma relação adulta. Os personagens em geral são de fácil identificação, o humor é sincero e e bem focado na cultura otaku no Japão mesmo, mantendo o enredo leve mas com generosas pitadas de humor positivo e não depreciativo (estilo parecido com o de Gekkan Shoujo Nozaki-kun), em que as interações entre personagens e suas autoconsciências são os responsáveis pelo humor e não a exploração de estereótipos e ataques às características “estranhas” deles.

Fora isso, a série é baseada num mangá premiado, que começou bem timidamente no Pivix e rapidamente formou uma fanbase sólida e acabou sendo publicado. Foi eleito o melhor mangá da Kono Manga ga Sugoi! em 2016, venceu a Eleição Geral de WebManga em 2017, foi indicado ao prêmio de melhor mangá na 41ª edição da Kodansha Manga Award e ficou em 9º lugar na lista de quadrinhos indicados pela National Bookstore Employees de 2017. Mais de 4,2 milhões de cópias do mangá já foram impressas!

Se vocês se identificam com algumas linhas de sinopse, certeza que já vão gostar do resto – aposto um rim nisso.


Onde assistir?

Wotaku ni Koi wa Muzukashii está disponível na Anbient.

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