Mahoutsukai no Yome, The Ancient Magus’ Bride ou A Noiva do Mago, em tradução direta, é um anime da temporada atual, mas já com produções prévias – mais especificamente falando, três OVAs. A história inicial dos OVAs foi super bem recebida pelo público e criou grandes expectativas com um projeto mais completo da história original.

O mangá, de autoria da Kore Yamazaki, vem sendo publicado desde 2013 e contém 8 volumes com mais de três milhões de cópias vendidas. A história está sendo traduzida e publicada em vários países ao redor do mundo. Fãs poderão identificar na trama vários mistérios, elementos de Harry Potter e também de A Bela e a Fera.

Gêneros: Vida Cotidiana / Magia / Fantasia / Shounen

Ano de lançamento: 2017

Estúdio: Wit Sudio

Temporadas: 3 OVAs e 1 Temporada em andamento com 24 episódios no total

Sinopse Oficial: Chise Hattori, 15 anos. Órfã solitária, desesperançosa e sem meios para sobreviver. Em troca de uma fortuna, a jovem que não possui nada é comprada por uma criatura não-humana que convive com a eternidade e se diz mago. Quando a entidade a acolhe em sua casa como “discípula” e “noiva’’, o tempo congelado da garota começa a se mexer devagarinho… e ela está prestes a começar uma nova e estranha vida, repleta de magia, fadas e outros seres de natureza mágica.

Trailer:

RESENHA:

Arte (9/10): Tanto nos OVAs quanto no anime em si, a arte é espetacular e provavelmente um dos pontos mais altos da produção. Os traços e a arte propriamente dita têm um estilo bem único e bem colorido, de um jeito bem combinandinho com a temática fantasiosa e mágica do enredo – o que, claro, não quer dizer que não tenha cores mais fortes ou sombrias nas partes tensas da história, então é possível considerar que tudo é bem equilibrado na animação. Infelizmente a arte peca no fanservice de algumas personagens (Titania, por exemplo), mas na regra geral é ok, suportável, digamos. Apesar desse porém, gostei bastante do geral, principalmente porque os traços fogem um pouco daquela “síndrome do mesmo rosto” que os animes regularmente caem. Os OVAs foram todos no mesmo padrão de animação, feitos para dar a impressão de um plot mais sério; já o anime adquiriu algumas características de humor, transformando algumas cenas mais cômicas em “chibi”. Todos os cenários costumam ser muito bonitos, especialmente nos OVAs:

Som (10/10): Essa parte com certeza é a cereja do bolo. As aberturas, encerramentos e dublagens dos personagens são maravilhosamente bem feitas. Mas a OST em si é muito, muito linda também. O tema principal do anime chega a dar arrepios <3 A direção da sonografia é do Shouji Hata (mesmo compositor de Fairy Tail, Hal, Jigoku Shoujo, Kimi ni Todoke, Sakamichi no Apollon e vários outros animes) tanto nos OVAs, quanto no anime. E posso te garantir que o trabalho dele foi espetacular. É provavelmente uma das OSTs de anime mais bonitas e calminhas que já ouvi. Como é difícil dar detalhes disso (principalmente porque a sonografia ainda não foi lançada para o público) só ouvindo mesmo pra perceber!

História (7/10): O enredo de Mahoutsukai é simples e ao mesmo tempo não é. Em suma, fala sobre como Chise conseguia ver seres misteriosos desde a sua infância e de como, depois de perder sua mãe, é jogada de lá pra cá entre parentes diferentes, incapaz de encontrar uma casa fixa devido ao fato de todos acreditarem que algo está errado com ela (bem ao estilo de Natsume Yuujinchou mesmo, bastante dramático e tocante). E à medida que Chise cresce, vai perdendo toda sensação de apego a qualquer coisa deste mundo. A história se desenrola muito rápido no início, mostrando que, depois de conhecer um homem estranho, ela assina um contrato e é vendida em um leilão. Maluco demais? Talvez, mas quando se considera toda a situação dela e que tudo o que ela queria era ter um lugar onde ela pudesse chamar de “lar”, dá pra começar a entender.

A partir desse ponto a história não se desenvolve de imediato, então você vai entendendo aos poucos as tramas e obscuridades de cada um dos personagens, em especial da Chise mas não só dela. Essa lentidão pode frustrar às vezes, principalmente com as pontas soltas aqui e ali. No entanto, não esqueçam, a autora faz isso de propósito. Ainda tem certas coisas a serem reveladas mais tarde no anime, por isso um ponto importante é ser paciente e prestar muita atenção nos detalhes.

Meu único porém na história é um pouco com o romance entre Elias e Chise, que vem sendo bastante debatido na internet por vários motivos, inclusive por causa da diferença da idade entre eles ou por causa de uma ou outra cena meio esquisita – talvez não seja nada demais, só uma estranheza inicial mesmo. Mas, de toda forma, fiquei super cativada pela diversidade das criaturas mágicas e de situações inusitadas, de uma forma tão aberta que é até difícil explicar em pouco espaço. Minha dica é: assista sem compromisso e se divirta.

Personagens (8/10): Como uma continuação dos OVAs, os personagens principais são únicos e se complementam perfeitamente. Não são perfeitos, claro, e talvez isso tempere a história de um jeito especial. Já nos primeiros episódios vi os protagonistas crescerem como pessoas e demonstrarem maior profundidade. O elenco de secundários sempre tem presença, o que deixa a história mais concisa. Todos servem um papel e mostram isso com frequência. Mesmo os personagens que estiveram lá por apenas um ou dois episódios tornaram-se inesquecíveis para mim. Eu não consegui me identificar muito positivamente com o Elias e com alguns antagonistas, daí a justificativa para a pontuação. Ainda assim, alguns episódios focam em secundários que te cativam muito, em especial o terceiro episódio, do dragão em seus últimos momentos de vida.

Comentários pessoais finais: Os OVAs eram tão extremamente lindos que dava vontade de assistir várias vezes! O anime também segue essa linha de maneira mais suave e vai melhorando a cada episódio, principalmente no enredo, a ponto de te deixar preso neste mundo mágico e inclusive te dando vontade de ler o mangá. No geral, o anime pode ser um pouco desafiador, mas vale muito a pena. Para quem gosta de histórias de romance e magia, é um must see!

O mangá pode ser comprado na Amazon com tradução no Brasil por uma editora nova, a Devir.

Espero que gostem!

Débora Liao

Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).