O longa tem boas cenas de aventura, atuações concisas, mas peca na auto-explicação de seu roteiro.

Está aberta a temporada de adaptações live action de histórias infantis para o cinema em 2016. Depois da estreia de Mogli, O Menino Lobo da Disney, a Universal aposta no prequel da sua tentativa de franquia que se iniciou com o belo, porém morno, Branca De Neve E O Caçador (2012). Em O Caçador E A Rainha De Gelo, Chris Hemsworth retorna ao papel do Caçador, Charlize Theron revive sua Rainha Má, e as talentosas Emily Blunt e Jessica Chastain se juntam ao time da franquia que ainda tem história para contar.

Há muito tempo atrás, a rainha Freya (Emily Blunt), irmã da enciumada e invejosa Ravenna (Charlize Theron), se prepara para casar às escondidas. Mas, na hora do matrimônio, descobre que seu filho recém-nascido foi morto pelo futuro esposo. Decepcionada, para de acreditar no amor e deixa aflorar em si o poder de congelar tudo o que quiser. Freya começa a dominar outros reinos com a ajuda de caçadores, dentre eles Eric (Chris Hermsworth). Anos mais tarde, quando a rainha Ravenna é derrotada no reino de Branca de Neve, Freya vai em busca do espelho mágico, capaz de dar poderes suficientes para ela conquistar o mundo. Eric, com a ajuda de quatro anões e da caçadora Sara (Jessica Chastain), parte em busca da recuperação do espelho, fazendo de tudo para impedir que caia em mãos erradas.

O Caçador E A Rainha De Gelo é um filme divertido para se ver com os amigos de maneira despretensiosa. A ambientação medieval é muito bem construída, e mesmo com várias cenas feitas em computação gráfica, a direção de arte trabalhou duro para que todos os cenários e objetos de cena fossem críveis e parecessem de verdade. A trilha sonora é instigante, e mesmo em momentos onde ela não está presente, como em algumas cenas de luta, ainda assim enriquece a narrativa deixando-a mais crua, áspera e positivamente dissonante.

 

 

O roteiro possui uma narrativa autoexplicativa em excesso, pouco convincente, repleta de clichês e por vezes arrastada. O longa ousa ao trazer duas antagonistas, uma mistura de Frozen – Uma Aventura Congelante (2013) e Malévola (2014) que parece também referenciar os deliciosos filmes de aventura dos anos 80 e 90. Os personagens transmitem pouco apelo emocional à trama, embora seus conflitos pessoais e com o meio sejam relevantes, e seus atores entreguem boas atuações. O elenco inclusive está afinadíssimo, nos revelando uma Emily Blunt contida e sem excessos, Charlize Theron estonteante, Chris Hermsworth muito a vontade no papel, e Jessica Chastain vigorosa, segura e surpreendentemente interessante em cenas de ação.

O filme é nitidamente superior à Branca de Neve e o Caçador, aliando, até certo ponto, uma narrativa um pouco mais interessante que do seu antecessor, e cenas de ação mirabolantes e bem filmadas. É por excelência um filme de aventura à moda antiga, que promete fazer bonito nas bilheterias e sucesso, daqui a alguns anos, na sessão da tarde.

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