Como será o encontro entre um narcisista e uma menina de outro mundo, que o acha… feio?!

Olá! Hoje irei falar um pouco sobre Tamago no Kimi, um dos únicos mangás de comédia que me conquistaram, sendo um pouco diferente, com um toque de romance e muito combustível para risadas. A trama foi publicada no Japão em 2005, na revista GFantasy, da Square Enix. Escrita e desenhada por Sumiyoshi Yukiko, a história se completou em seu quarto volume, possuindo 24 capítulos.

Enredo

Tamago no Kimi conta a história de Aimi, uma menina que nasceu e cresceu em Salami, um planeta muito parecido com a Terra. No entanto, há uma grande diferença entre os dois – no planeta natal de Aimi, o conceito de beleza é totalmente oposto do conceito terrestre. Isso significa que a garota, mesmo sendo super fofinha, é considerada feia em seu planeta natal! A trama começa quando, um dia, Aimi cai em um lago, e, enquanto se afoga, acaba sendo transportada para a Terra. Ao chegar ao novo planeta, ela é salva por Kyou, um garoto lindo (para os padrões terrestres), porém muito narcisista. Além do choque de culturas, os personagens agora tem que lidar com suas personalidades totalmente diferentes.

Pontos positivos

Uma coisa que gostei muito no mangá foi o seu enredo diferente. Dentro do mundo dos mangás e animes, eu já li todos os tipos de choque entre culturas, desde aliens até mundos mágicos e diferentes tempos históricos, porém, nunca desse jeito. A autora trabalhou com dois personagens totalmente opostos, tanto na criação cultural, com concepções diferentes de beleza, quanto na personalidade. Mesmo assim conseguiu mesclar bem os dois na história, e a interação de dois personagens tão diferentes, em vez de criar conflito entre ambos, acabou ajudando muito, tanto na evolução da trama quanto na evolução individual dos personagens.

Porém, o ponto alto do mangá é a comédia. Apesar de não ser muito o meu estilo de leitura, essa foi uma que gostei muito. A abordagem cômica da trama ajuda a tratar assuntos como padrões de beleza e bullying com sutileza. Ao mesmo tempo em que é mostrado o que isso pode fazer com a auto estima de uma pessoa, o leitor pode se divertir muito e rir bastante com a história, o que alcança um público que não gosta muito de tramas dramáticas e pesadas. Isto é, o fator cômico age como um forma de deixar a trama mais leve e animada, mas sem deixar a parte importante da história de lado.

Outro ponto positivo são os personagens. Todos são diferentes e hilários, além de criarem situações super engraçadas. A mescla de um personagem como o Kyou, a pessoa mais narcisista do mundo, e a Aimi, que não dá a mínima para ele, faz o mangá ficar muito divertido, com o garoto tentando provar que a beleza dele não é ignorada por ninguém, enquanto ela apenas acha a personalidade do menino muito estranha.

Além disso, é super divertido ver a Aimi, sendo a pessoa desajeitada que ela é, com a força aumentada graças à diferença de gravidade entre seu planeta e a Terra (ou seja, resultando em um combinação não muito boa para objetos inanimados). Outros personagens que eu gosto muito são o Tokunaga, o mordomo inútil que só fala mal do Kyou, o Souryuu-senpai, um garoto que é apaixonado por atuns (sim, isso mesmo), e, claro, a primeira amiga de Aimi, Kanzaki-san.

Eu também gostei muito da evolução dos personagens principais, principalmente mais para o final, onde nos é passada a mensagem de que uma pessoa pode se mudar, sem precisar que a sociedade à  sua volta se transforme (apesar de ajudar muito se ela fizer). Além disso, é no final que nos é mostrado um pouquinho mais da família de Aimi, o que nos permite um melhor julgamento dela, uma vez que logo no começo temos cenas que, apesar de não mostrar quase nada de seus parentes, nos faz ter apenas uma visão e opinião.

Outra coisa que gostei muito foi, especificamente, da evolução da Aimi durante o mangá, e da influência do Kyou na vida dela, que, por incrível que pareça, nos ensina que um pouco de narcisismo às vezes é necessário, pois devemos gostar de nós mesmos (mas nem tanto narcisismo quanto o dele, óbvio). O garoto também teve uma evolução legal, apesar de ser bem mais sutil do que a da menina.

Apesar da arte não me agradar em alguns momentos, por falhas em detalhes e pela falta de fundos mais elaborados, eu acho que o estilo combina bastante com o fator principal da trama, uma vez que a autora consegue desenhar cenas cômicas muito bem. Ao mesmo tempo em que desenha os personagens bonitos, ela também os exagera bastante na hora da comédia, dando um pouco mais de proximidade com eles.

Onde ler?

Infelizmente, nenhum grupo traduziu Tamago no Kimi para o português ainda, mas aqui fica a dica! Enquanto isso, quem sabe inglês pode ler a história por aqui.

Ana Luiza

Estudante de ciências da computação, meu contato com computadores existe desde sempre, graças à um pai nerd. Meu vício por animes começou quando eu ainda não conseguia lembrar o nome do menino da nuvem voadora, morria de medo de levar tiros nas costas quando jogava Quake com meu pai, nunca mais parei de ler mangás depois que comecei e gosto muito de jogos, séries e webtoons indies.