Alô, pessoal! Primeiramente me apresentando, sou a Keyko (gosto de chocolate, bons livros… er…) e estarei a partir de agora semanalmente no Garotas Geeks para falar sobre mangás e animes pra vocês! O escolhido da vez é a adaptação em mangá e animação de Corpse Party!

Corpse Party trata-se originalmente de um jogo para PC feito com o programa RPG Maker pela equipe (um tanto amadora) Team GrisGris e lançado no Japão como um game indie na era jurássica do ano de 1996 (mesmo ano em que as Spice Girls bombaram, lembram? Não?…).
O Projeto foi tão bem sucedido que rendeu premiações no mesmo ano do lançamento. Depois disso, outros remakes vieram, como um para Windows em 2008 e o mais famoso lançado para PSP em agosto de 2010. E é nesse mesmo ano que Corpse Party ganha sua versão em mangá: “Corpse Party: Blood Covered” escrito por Makoto Kedoin (criador do game), ilustrado por Toshimi Shinomiya e publicado pela Square Enix em agosto de 2008. Foi finalizado em outubro de 2012 com 10 volumes e um total de 47 capítulos. Infelizmente, a tradução oficial em inglês ainda não alcançou o fim dos volumes. Além disso, uma série com 4 OVAS (Original Video Animation) foi lançada em julho de 2013 – Corpse Party: Tortured Souls – e reconta os acontecimentos do game com uma série de modificações.

Personagens de Corpse Party
Os estudantes da Academia Kisaragi em uma foto feliz!

Corpse Party fala do quê?
A história começa com alguns estudantes simpáticos da Academia Kisaragi e sua professora após o festival da escola. Todos ficaram até mais tarde para poder limpar a sala e é então que a representante da turma, Ayumi Shinozaki, resolve contar uma história de terror sobre o que teria acontecido na Escola Primária Heavenly Host (ou “Tenshin” no mangá) que existia naquele mesmo terreno antes da construção da escola atual da turma, e acaba assustando a todos, principalmente Satoshi Mochida, um garoto gentil, popular e covarde (HUE). Entre os presentes também está Mayu Suzumoto, uma garota dócil que vai se mudar para outra escola. Sendo assim, após a história, Ayumi sugere que todos os presentes, incluindo a professora Srta. Yui e a irmãzinha de Satoshi, Yuka, façam com ela a simpatia “Sachiko para sempre” ou “Sachiko Feliz” que, segundo ela leu na internet (fonte muito confiável…), iria fazer com que todos eles permaneçam amigos para sempre após mentalizar a frase “Sachiko, nós te imploramos”, nove vezes sem errar e rasgar uma boneca de papel, guardando o pedaço com eles.

O que poderia dar errado?
Absolutamente nada, portanto os nove presentes fazem a simpatia, porém alguém pisa na jaca no meio do ritual e como consequência um enorme terremoto acontece fazendo com que todos eles caiam numa realidade alternativa onde a Escola Primária Heavenly Host ainda existe, destruída, cheia de corpos de estudantes, sangue, coisas extremamente nojentas e alguns fantasmas assassinos. Pra deixar tudo ainda mais simpático: não há como fugir dali.

Corpse Party manga - Seiko e Naomi
Cena do mangá Corpse Party: Blood Covered

É então que a diversão começa no melhor estilo “resta um”, ou seja, ao explorarem a escola assombrada tentando achar um jeito de voltar ao seu próprio mundo, coisas terríveis vão acontecendo com os personagens. *não vamos dar spoilers, ok? hihi*
Conforme os alunos vão coletando dados em suas explorações, aquela realidade alternativa vai sendo explicada junto com os eventos sangrentos e perturbadores que culminaram na criação daquele inferno em forma de escola. O mangá segue a história da mesma forma que o game, portanto se você já jogou vai reconhecer todas as passagens e acontecimentos. Porém, o mangá deixa a história mais devagar e mais profunda. Dá tempo de analisarmos bem os cenários macabros, as atitudes dos personagens e ainda de nos apegarmos a eles – como meu favorito, o loirinho bad boy Yoshiki Kishinuma, algo que (assim como Game of Thrones) é péssimo, já que a possibilidade do seu personagem favorito morrer é bem grande em Corpse Party. ='(

Já o anime de Corpse Party é um pouco corrido. Visto que tem apenas 4 episódios; ele cobre a história inteira, porém possui muitas diferenças e, por incrível que pareça, é mais sanguináriodo que o jogo, já que mata mais personagens do que no game original.

Corpse Party anime Tortured Souls - Ayumi Shinozaki
Cena do anime Corpse Party: Tortured Souls

Nas três versões, a história é apresentada da mesma forma não linear. É preciso prestar bastante atenção nos inúmeros diálogos e documentos espalhados pra realmente entender o que aconteceu, já que desvendar o mistério por trás das mortes brutais de 4 crianças há 30 anos atrás pode ser a única forma para que eles consigam voltar pra casa (talvez fosse mais fácil encontrar o Mestre dos Magos…né?). E tudo isso tendo que fugir dos espíritos vingativos das crianças mortas. Ocasionalmente, eles esbarram em outros estudantes de diferentes escolas, que também entraram na “festinha” após fazerem a mesma simpatia do capeta da Sachiko, porém a maioria já está lá faz algum tempo, se tornando instáveis, mentalmente abalados e potencialmente perigosos.
O mangá e o game são bem perturbadores por conta da atmosfera de survival horror, permitindo a melancolia, a tristeza e o desespero se abaterem sobre os personagens e sobre os próprios leitores/jogadores! Já o anime tem um ritmo acelerado e conta com acontecimentos repentinos para impressionar o espectador.

Imagem do jogo Corpse Party: Blood Covered - Repeated Fear para PSP
Imagem do jogo Corpse Party: Blood Covered – Repeated Fear para PSP

Com certeza não é uma série recomendada pra menores. Em todas as versões, a violência gráfica gratuita rola solta! No anime e no game também é comum aparecerem várias calcinhas vez ou outra, pra fazer a alegria dos marmanjos, bem como os diálogos pra lá de esquisitos e com tendências lésbicas entre as personagens Seiko e Naomi.
Como falei lá em cima, a tradução dos mangás em inglês ainda não foi finalizada, parando no capítulo 35. Em português a tradução está ainda mais atrasada (eu encontrei online até o capítulo 29). Porém é bem fácil encontrar o anime legendado em português pra assistir. Mesmo tendo assistido o anime e lido os mangás, é interessante jogar o game –ou jogar primeiro e ler/assistir depois, tanto faz…– uma vez que a história não se desenrola totalmente da mesma forma.

Corpse Party, simpatia Sachiko Para Sempre
A bendita simpatia da Sachiko Para Sempre.

Há ainda outras adaptações de Corpse Party em mangá (incluindo uma versão baseada no roteiro do primeiro game de 1996 e extremamente apimentada), e são normalmente spin-offs da série original, onde outros personagens fazem a porcaria da simpatia do demônio e acabam parando na Escola Primária Heavenly Host. A continuação do game se dá em Corpse Party: Book of Shadows, também lançado para PSP, que revive os eventos do primeiro game como um dejá vù e acrescenta novas informações, além de contar com sua própria adaptação em mangá também. Um novo game está na lista pra ser lançado agora, em 24 de julho no Japão, chamado Corpse Party: Blood Drive; uma sequência direta dos eventos do último jogo.

Corpse Party vale a pena?
Pra quem gosta de terror com um leve toque apimentado, personagens carismáticos e muitos enigmas pra desvendar, Corpse Party é um prato cheio! Vale a pena ir lendo os mangás enquanto as traduções vão saindo e com certeza também vale muito a pena assistir os episódios do anime: garanto que a última cena vai te deixar em choque!
Confira abaixo a abertura do anime e “divirta-se” com a realidade paralela da Escola Primária Heavenly Host:

PS. Ganha um doce quem dizer qual outra música nada a ver essa abertura lembra. ^_^

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