Após sete anos reclusa da sociedade, Keito Aoyama passa a frequentar El Liston, uma “escola livre”.

O post de hoje apresenta o mangá Cat Street. A história foi publicada pela primeira vez no Japão em 2004, na revista Betsuma, da Shueisha, e teve seu final em 2007. A trama, de autoria de Kamio Yoko (mesma autora de Hana Yori Dango), possui oito volumes no total, e contou com um drama de 6 episódios, que foi ao ar entre agosto e outubro de 2008.

Enredo

Cat Street conta a história de Aoyama Keito, uma garota reclusa da sociedade por causa de um trauma de infância. Quando criança, Keito era uma atriz mirim famosa, mas depois de ser traída por sua única amiga e ficar sem reação no palco durante quinze minutos, ela se fechou para relações humanas. Não apenas isso, como também deixou de ir à escola. Agora com 16 anos, sete anos após o ocorrido, ela se tornou uma hikikomori, e mal sai de casa.

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Porém, sua vida começa a mudar em uma das raras vezes na qual Keito está fora de casa, quando ela é parada por um homem. Este pede que ela o acompanhe, e a leva até um colégio onde ele é o diretor. Assim, ela conhece El Liston, uma escola livre, criada para aqueles que, por alguma razão, não podem frequentar colégios normais. Nela, você pode entrar e sair quando quiser e vir apenas nos dias que sentir vontade. Keito passa então a frequentar o local, e finalmente, a se recuperar dos anos de reclusão.

Pontos fortes

Uma das características mais marcantes do mangá são, com certeza, os personagens. Cat Street conta com quatro personagens principais, sendo eles Keito, Rei, Momiji e Kouichi, e posso dizer que a amizade deles foi o que mais me encantou na história. As personalidades e os interesses, talvez por serem  bem contrastantes entre si, deram uma certa noção de realidade para a história. Além disso, fica muito mais divertido ver as várias interações diferentes quando não é aquela fórmula que sempre encontramos por aí.

Os quatro amigos, Momiji, Rei, Keito e Kouichi
Os quatro amigos, Momiji, Rei, Keito e Kouichi

Os problemas e as características dos personagens permitem um bom desenvolvimento destes, o que acrescenta bastante na história. Keito, por exemplo, surpreende bastante, principalmente pela diferença entre a primeira impressão que temos dela e como ela realmente é, depois que é apresentada melhor ao leitor. Além disso, é muito interessante como os personagens importantes são tão bem pensados quanto a personagem principal, tornando-os tão profundos e humanos quanto ela. Eles também contribuíram bastante para o enredo de superação, principalmente porque todos os personagens ali tem problemas diferentes, mas cada um é superado de maneira diferente, com apenas uma coisa em comum – El Liston.

Outro ponto forte é que atrama não ocorre de forma convencional. A passagem de tempo é utilizada de forma muito bem elaborada, e podemos sentir que estamos acompanhando a vida dos personagens em si, e não apenas uma parte dela. Isto é, não apenas enquanto os quatro estão no colégio. Isso nos dá uma proximidade bem maior com os personagens com suas histórias. Também gostei muito de como a trama não ocorre de forma linear (apaixona – namora – final feliz). Isso a deixou muito mais interessante, surpreendendo bastante em várias partes.

Momiji e Keito <3
Momiji e Keito <3

Já a arte, apesar de não ser uma das melhores que já vi, tem um pequeno detalhe que a tornou bem agradável para mim, o qual é relacionado com a Momiji. Isso porque tenho uma certa paixão por roupas do estilo lolita fashion (não, o termo usado aqui não tem nada a ver com a história do livro Lolita), e ela se veste exatamente assim.

Momiji e suas roupas adoráveis!
Momiji e suas roupas adoráveis!

Drama

Antes de falar se gostei ou não do drama, vou deixar claro que, apesar de em vários quesitos ele ser fiel, em outros a história e os personagens diferiram bastante do original, e de forma desnecessária. Portanto, eu recomendo a leitura do mangá previamente. Mas eu achei o drama bom sim. Apesar de ser curto e bem diferente do original, ele foi bem feito, ficou emocionante, sim, eu chorei, e me entreteve bastante. Pra quem gostou do mangá e não se importa muito com as diferenças, eu recomendo bastante.

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Conclusão

Cat Street é um shoujo sobre romance, mas tem muitos outros focos, o que o torna bem mais interessante. Apesar de ser uma história um pouco mais velha, ela ainda lida com questões bem atuais, como bullying, rejeição e depressão. Eu recomendo bastante para quem quer uma leitura fluida e para quem gosta de algo um pouco mais realista.

Gostou? Leia em português aqui ou em inglês aqui.

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