A ciborgue mais legal de todas o/

Alô pessoas!

Battle Angel Alita, também conhecido como Gunnm ou Gun-Mu (O Sonho de uma Arma), é um mangá sci-fi com visão futurista que chamou muito a atenção por ter como protagonista uma ciborgue do gênero feminino. Ele foi escrito por Yukito Kishiro e lançado em 1990 no Japão, chegando ao Brasil pela editora JBC em 2003, em 18 edições. Em 2017, foi lançada  aversão Battle Angel Alita – Gunnm Hyper Future Vision, que é o objeto desta resenha, e que nada mais é do que a reunião de todas as histórias em apenas quatro volumes.

Embarque nesta história incrível que é muito mais do que as costumeiras lutas que acontecem em um futuro distante 😉

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História

Logo no primeiro volume já percebemos que a história é bem densa, já que é um volume BIG. Nele, há duas histórias principais (sim, isto é possível): a história de Alita e seu confronto com Makaku.

A história de Alita é um grande questionamento sobre a vida: o que somos? Para que viemos? Qual o nosso papel neste grande teatro chamado vida? E golfinho é diminutivo de quê, meu Deus? De golfo? Logo no início, vemos que Alita é criada por Ido, que junta diversos pedaços de corpos para reconstrui-la (tanto que a história se passa, inicialmente, na Cidade da Sucata). Contudo, com a reconstrução, ela acabou perdendo seu bem mais valioso: sua memória (e isso explica o motivo de ser tão filosófico).

Logo ela começa a manifestar suas vontades: viver por si mesma, apesar de ser uma máquina criada com objetivos, e ajudar e proteger seu criador. Isso até parece um pouco contraditório, mas ainda que ela tenha sido criada como uma espécie de “pet” ou “boneca”, ela acaba criando uma espécie de vínculo com seu criador – e ele acabou achando que cometeu um grande erro ao criá-la com este propósito.

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Por outro lado, conhecemos Makaku, que tem uma história bem bizarra também, mas compreensível, se formos analisar o contexto em que ele foi criado (e a tecnologia imita a vida). O fato é que enquanto as histórias de ambos se desenvolvem, a história dentro da cidade também se mostra pra nós, explicando o sistema de procurados, os guerreiros caçadores (que é no que Alita se transforma) e a Factory. E por incrível que pareça, isso não pesa NADINHA.

O mangá é bem denso, como eu já frisei, mas não me senti cansada em momento nenhum. O mangaká explorou muito bem a forma de desenvolver diversos personagens e a história de fundo, tudo sem deixar nossa cabeça bombardeada de informações.

Quanto à segunda trama, vemos Yugo e até mesmo a própria Alita desejando ir até Zalem, uma cidade que flutua no espaço. Aqui eu já saquei que é um dualismo criado pelo mangaká: Zalem, a cidade que fica no alto, com acesso restrito a pessoas da elite, e a Cidade da Sucata, área industrial, marginalizada, no chão. Elas são conectadas por tubos gigantes, porque a Cidade da Sucata produz tudo aquilo que Zalem solicita e, em troca, recebe enormes cargas de lixo. Ah! Os intrusos na cidade de Zalem são EXECUTADOS IMEDIATAMENTE. Pois é.

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Neste cenário todo, estar na Cidade da Sucata e ter algum objetivo maior parece impossível e às vezes acaba até justificando algumas atitudes ruins que acabamos tomando (isso é o que vemos no caso de Yugo, que deseja ir até Zalem porque acha que chegar até lá é o maior objetivo que se pode ter. Imagine só quando ele chegar até lá…

Arte

Tenho só elogios a fazer. O mangaká soube dosar a quantidade de falas e as cenas de ação, não há aquele excesso de cenas de luta ou de textos que até cansa a vista, por conta do roteiro dinâmico fundado em textos e imagens que realmente sejam relevantes para entender a história.

Gosto muito do traço, porque há ao mesmo tempo um detalhamento em relação às cidades (em especial a Cidade da Sucata, que é cheia de lixo para todo o lado) e à Factory. Os personagens são muito bem desenhados, em especial Alita, a personagem principal que além de ser uma ciborgue badass não é sexualizada da forma que costumamos ver nos mangás. Os olhos dela sempre chamam muito a atenção, mesmo que seja uma cena em que o foco é o texto.
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Vale a pena?

SIM! Eu particularmente não costumo ser muito atraída pelos mangás sci-fi justamente porque as imagens cansam demais a vista e somos bombardeados com imagens, onomatopeias e histórias hiper detalhadas (tanto que normalmente preciso ler o mangá mais de uma vez para pegar todos os detalhes), mas este não. Este é bem diferente.

Faço novamente um destaque em relação à protagonista, uma ciborgue determinada e incrível 🙂

Lembrando que o mangá se completa em apenas quatro edições!

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