Confira a segunda parte da entrevista exclusiva do aclamado escritor holandês Thomas Olde Heuvelt, autor do livro de terror HEX, para o Garotas Geeks!

Você sabia que HEX, aterrorizante livro de terror do escritor Thomas Olde Heuvelt, lançado no Brasil pela DarkSide Books, vai virar série de TV? A obra terá roteiro de Gary Dauberman, o mesmo de “It: A Coisa” e “Annabelle”. Além de falar o que espera da série, Thomas comenta sobre o mercado de livros de terror, dá dicas para novos escritores e fala sobre seu próximo livro, na segunda parte dessa entrevista exclusiva para o Garotas Geeks!hex-darkside-books - divulgaçãoGG: Seu livro será adaptado para uma série, escrita por Gary Dauberman? Qual é a sua expectativa? Uma série pode ganhar novos leitores?
TH: Estou entusiasmado com o que está acontecendo atualmente com a série. Gary escreveu os roteiros para a IT de Stephen King e o filme de terror Annabelle, então ele sabe o que está fazendo. Ele está atualmente trabalhando no piloto e na primeira temporada do HEX. Está nas melhores mãos possíveis! Tenho boas esperanças de que veremos a série em breve. E sim – isso definitivamente introduzirá a história do HEX para audiências totalmente novas, como uma série normalmente faz.

GG: Qual é a sua percepção do mercado internacional de livros de terror? E o Brasil?
TH: Terror é um gênero em expansão, com tantas novas vozes empolgantes. Eu amo as obras de Jeff Vandermeer, Josh Malerman, Paul Tremblay e muitos outros. Vozes clássicas modernas como Joyce Carol Oates também. O que eu gosto é que há tanto cross-over entre gêneros, hoje em dia. Quando você olha para o HEX, o livro se tornou tão bem-sucedido porque atraiu audiências muito mais amplas do que o seu típico leitor de terror. Muitos leitores literários de thriller gostaram muito do livro, porque, por um lado, é um conto sobrenatural assustador, mas, por outro lado, é uma reflexão sobre como é fácil para a nossa sociedade moderna se fragmentar. Um monte de bom horror vai além do nível de apenas uma história assustadora, e é isso que faz o gênero prosperar. Quanto ao Brasil, a típica cena “nerd” ou “geek”, como eles mesmos chamavam, é muito, muito maior do que em muitos outros países que eu visitei e eu estava muito animado para ver isso.hex-darkside books divulgaçãoGG: Que dicas você tem para quem está interessado em escrever livros de fantasia e horror?
TH: Primeiro, o mais geral: leia muito, escreva muito. Nunca fique satisfeito com o que você pode fazer hoje, sempre se esforce para um objetivo maior amanhã. Em segundo lugar, um conselho prático: aprenda com os mestres. Quando criança, eu pegava um livro de um escritor que eu admirava – Roald Dahl, Stephen King, Neil Gaiman e Paulo Coelho – e literalmente copiava uma página, digitando as palavras palavra por palavra. O ato de fazer isso me fez ciente de como eles colocam palavras em ordem diferente do que eu faria. Isso me fez ciente de diferentes estilos e vozes. Então, eu fechava o livro e escrevia uma página minha, nesse estilo em particular. Eu peguei as coisas que eu amava em cada uma delas e larguei o que não parecia natural para mim. Dessa forma, desenvolvi minha própria voz. Claro, certifique-se de tentar isso com muitos autores, caso contrário, você estará copiando apenas uma voz específica. Por fim: aproveite o que você está fazendo. É o conselho que Stephen King deu a Neil Gaiman quando ele fez sucesso, mas vale para todos os autores, não importa em que fase da sua carreira você está. Se você não está gostando das coisas que você escreve, e se você não está curtindo o passeio, não vale a pena.HEX-Autor-darkside books divulgaçãoGG: Quais projetos futuros?
TH: Atualmente estou terminando meu próximo romance. Como o HEX foi minha virada no arquétipo da bruxa, o meu novo livro é sobre possessões. O que smpre aparece em histórias de possessão é o aspecto religioso. Há sempre um demônio ou um espírito maligno que possue uma pessoa e um padre vem exorcizá-la. Todos nós conhecemos esse tipo de história. Eu não sou uma pessoa religiosa ou muito espiritual, mas no meu tempo livre sou um montanhista, e sempre que estou nas montanhas, sinto que elas são criaturas elevadas, seres vivos e têm uma alma. Outros montanhistas já desceram com histórias semelhantes. E cada montanha tem uma alma muito específica e diferente, que é única para aquela montanha em particular. Eles são lugares de poder. Então imagine um montanhista que sofre um acidente horrível durante uma subida e desce possuído pela alma da montanha? Ter essa força da natureza furiosa dentro dele? Essa é a premissa do meu novo livro.

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