Queridos e queridas, preparem seus lencinhos porque ninjas irão descascar cebolas próximo de vocês e muitos ciscos cairão nos olhos de todo mundo. Está na hora de relembrar as mortes mais tristes na história dos games!

Primeiramente quero ressaltar que esta é uma lista bem pessoal com cenas que marcaram meu coraçãozinho singular. Sei que muita gente vai reclamar que “não falei do personagem X e Y”, mas infelizmente a falta de dinheiro tempo me impede de jogar todos os jogos de todos os consoles. Além disso algumas coisas que nos emocionam não tem tanto efeito para outras pessoas, então nunca vai existir uma lista definitiva. De qualquer maneira, essa aqui foi feita com muito carinho e lágrimas, e este post não é tão “engraçaralho” quanto os que costumo fazer porque abro um pouquinho de espaço para filosofar 😀

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IMPORTANTE: CONTÉM SPOILERS!

Como ODEIO receber spoilers desavisados (farei disso uma lei passível de morte quando for ditadora), vou ressaltar que tem uma porrada de spoilers bem importantes aqui. O primeiro é já saberem os jogos que irei abordar, mas acho importante avisar (spoiler dos spoilers do post D:). Então caso não tenham jogado os jogos a seguir, cuidado! Falarei (fora de ordem) de Final Fantasy VII, Final Fantasy X, Kingdom Hearts 2, The Walking Dead, Metal Gear Solid 3, Valiant Hearts, The Last of Us, The Legend of Zelda: Majora’s Mask, Journey e Shadow of the Colossus.

Caso queira um tempo para pensar, vou deixar uma imagem de lindos morceguinhos aqui para conter o choro 😀

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10- The Legend of Zelda: Majora’s Mask – Mikau

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Majora é facilmente o Zelda mais sério e pesado já feito. O clima inteiro do jogo é de morte e tristeza, transparecendo o desespero e agonia dos personagens em todos os diálogos e cenas. A lua irá cair no mundo de Termina em 72 horas e todos sabem que não tem como escapar dessa.
Mesmo com várias coisas tristes, a morte do guitarrista da banda Ingigo Go’s, Mikau, foi o que mais me chamou atenção. E o que me marcou nisso foi a reação da Lulu, vocalista da banda e ao que parece a amante dele, de parar de falar, ficar reclusa e ausente. Mikau morre tentando recuperar os ovos dela dos piratas de Gerudo (que me faz pensar que ele era o pai dos futuros Zorinhas), e você o encontra quase morto, conseguindo apenas que ele lhe passe uma última mensagem pedindo para encontrar os ovos. Dá pra ver a tristeza da Lulu durante o jogo e a cena no encerramento onde mostra a banda tocando, mas com o Link ao invés do Mikau sempre me deixou muito triste.

Algumas menções que faria são as sidequests, como do LonLon Ranch e Kafei e Anju, que traziam um clima triste pra caralho. Sem contar que todas as máscaras são o espírito encarnado de personagens, já deixando o enredo ligado diretamente com quem não estão entre nós. Essa foi uma das primeiras mortes em jogos que me deixou triste, então acho importante estar aqui na lista.

9- Kingdom Hearts 2 – Axel

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Kingdom Hearts é uma série linda e com uma história muito boa. Mesmo o primeiro jogo sendo meu preferido, a morte de Axel é triste demais. Ele fez parte ativa da Organization XIII, onde conheceu Roxas, seu melhor amigo. Os dois eram Nobodies, ou seja, não possuíam um coração e supostamente não tinham os mesmos sentimentos dos outros. Axel usa seu último suspiro de vida para ajudar Sora (o protagonista) a encontrar sua amiga Kairi, aprisionada pela organização que faz parte. É um momento de redenção e Axel revela que sua amizade (ou não) com Roxas o fez achar por um momento que tinha um coração. Desaparece lentamente com o sorriso que esteve presente durante todo o jogo.
Acho triste que todos os personagens da organização vão desaparecendo um por um, e mesmo sendo vilões, dá uma pena matar essa gente toda.

8- Final Fantasy VII – Aerith

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Deixei ela na lista porque sei da importância desse evento para muita gente, mas infelizmente não joguei Final Fantasy VII, portanto não irei me aprofundar tanto. Aerith buscava uma maneira de conter Sephiroth e, sabendo que ele iria summonar Meteor para ferrar com o planeta, tentava invocar seu próprio summon: Holy (que seria capaz de conter Meteor). Utilizando seu controle sobre as celulas Jenova, Sephiroth tenta controlar Cloud para que a mate, impedindo-a de realizar o summon, mas Cloud consegue resistir. Sabendo que Aerith destruiria seu plano, Sephiroth a atinge e perfura seu corpo com a espada gigantesca Masamune, matando-a na frente de Cloud.
Esta morte foi uma surpresa para todos por Aerith ser uma personagem jogável na party de Final Fantasy, sendo sua morte algo inesperado e muito chocante. O evento impulsiona a ira de Cloud contra o vilão, sendo um importante ponto de virada para o game.

7- Journey – Wanderer

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Este é um dos meus jogos preferidos de todos os tempos. Aqui nós falamos sobre o porquê você TEM que jogar Joruney!! Mas na primeira vez que joguei, meu companheiro era dourado e serviu como o mentor, me guiando no caminho difícil e bonito. Na neve, ficávamos juntos e via o brilho dos personagens se esvair lentamente, mostrando quase que nossa alma sumindo ao mesmo tempo.
“Ué, mas por quê botar Journey como morte?”
Bem, mesmo a cena da apoteose sendo linda e animadora, o nosso herói vagante morre na neve. A cena seguinte nada mais é do que sua passagem para o renascimento, mas você de fato morre e vira uma estrela linda e brilhante. A poesia disso tudo é que a primeira cena do jogo mostra um herói vendo uma estrela (e com o passar do jogo vemos outras), e apenas quando terminamos o jogo que nos damos conta que aquilo nada mais é que o sinal de um herói caído, que termina sua missão cujo fim é necessário. Quando os créditos passam, vemos outros aventureiros seguindo na difícil jornada que também lhes trará a morte, mas a cumprem sem pensar duas vezes. Pode parecer bobo, mas esse jogo me ensinou a lidar melhor com ciclos de vida e a aceitar, aos poucos, que tudo tem um fim – e o que importa é o que você faz nesta jornada.

6- The Last of Us – Sarah

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Sei que sou puxa-saco de TLOU, mas se tem uma cena com uma carga emocional pesada em qualquer jogo, é essa. Por mais que eu suspeitasse que a garotinha teria um final trágico, a cena é MUITO forte. Eu fiquei espantada e em choque pela maneira que acontece, por ser uma morte com dor. Ela chora, agonizando com o tiro covarde de um filho da puta e morre nos braços do pai. Não é uma morte pacífica, não é uma cena emocionante, é algo realmente triste, do tipo que te faz pensar no sofrimento de tantas famílias que perderam um filho.
Neil Druckmann disse numa palestra que um dos principais motivos de você começar jogando com a Sarah é justamente para ter o elo emocional e sentir na pele como é estar indefeso num mundo opressor e predatório. A morte dela é praticamente o gancho para todo o jogo e para explicar (magistralmente) a personalidade de Joel. E Joel, por sua vez, me comoveu muito com um choro desesperado do pai que perde a coisa mais importante na sua vida.

5- Final Fantasy X – Tidus

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Por não gostar da jogabilidade de luta em turnos, nunca tive muita paciência para jogar JRPGS, e esse foi o único que me interessei a ponto de querer terminá-lo. A história é bem complexa e Tidus me cativou bastante como personagem. Os recursos gráficos do jogo mostram uma história linda, com bastante foco no romance entre ele e Yuna. A tristeza começa quando você descobre que na realidade Tidus é uma ilusão criada a partir das lembranças e da Fé da cidade natal dele, Zanarkand. O último chefe do jogo foi o responsável por manter essa Fé viva, criando a Dream Zanarkand e todos seus habitantes – que não são nada mais que ilusões. Com a destruição do chefe, este lugar irá sumir e Tidus também deve deixar de existir.
A cena final é uma das mais tristes que já vi, quando ele precisa se despedir de seus amigos e de sua amada. Yuna tenta abraçá-lo, mas seu corpo não existe mais. Só de imaginar a sensação de não conseguir abraçar a pessoa que ama já me dá um arrepio… Por fim, ele se despede de Yuna e salta em direção ao seu destino de virar apenas uma lembrança nos corações amorosos que deixou para trás.

4- Shadow of the Colossus – Wander

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Mais um jogo masterpiece e diretamente ligado com sacrifícios. Para reviver a garota Mono, o protagonista Wander viaja para longe e deve destruir 16 Colossus, que são criaturas enormes habitadas nessa terra sagrada onde protagonista inicia o jogo. Cada morte transforma o rapaz fisicamente, e creio que foi proposital o jogador sentir pena das lindas criaturas mortas uma a uma. Acho que a ideia era justamente mostrar a força de vontade de fazer o possível e impossível para salvar Mono, por mais doloroso que fosse. Você se dá conta que na verdade joga no papel de vilão, já que está destruindo estes seres.
Quando finalmente consegue matar todos, Wander é emboscado pelos fiéis desta terra sagrada e morto. Você se transforma numa espécie de colosso de sombras, e a coisa mais triste é tentar alcançar o altar onde Mono está e não conseguir. Tentei com todas as forças, me sentindo totalmente imersa na pele do personagem, sentindo a agonia de não chegar até ela, só sendo levado para longe.
Uma menção honrosa é Agro. A cena onde ele cai do abismo me abalou completamente, principalmente porque ele é sua única companhia naquele mundo tão solitário. O final foi uma surpresa agradável ao vê-lo novamente e da missão ter sido cumprida, mas ainda com a cabeça baixa pelo destino triste de Wander.

3- Metal Gear Solid 3: Snake Eater – Boss

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Ela é certamente uma das mulheres mais legais já criada nos games. Uma mulher forte, decidida e tão leal à sua pátria a ponto de sacrificar sua vida toda para defendê-la. Boss teve de virar agente dupla, lutar contra seu amado, perder seu próprio filho e aceitar sua morte, tudo em nome de seu país. Em MGS3, Naked Snake (que futuramente se tornaria o Big Boss) foi treinado por ela e na missão final do jogo é levado a acreditar que ela seria uma traidora. Os dois precisam batalhar numa cena linda num campo de flores, onde Snake a derrota. Ferida e vencida, ela repete que sua missão é eliminá-la, cabendo ao jogador apertar o botão para puxar o gatilho, dando fim à vida de seu elo emocional mais importante. Tenho certeza que muita gente não conseguiu apertar o botão e esperou alguma coisa acontecer. Ela insiste que você deve fazê-lo, mesmo sendo tão difícil. Em suas últimas palavras anuncia o futuro codinome de seu pupilo: “There is only room for one Boss and one Snake”.

2- The Walking Dead – Lee

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Merecidíssimo jogo do ano, já situado em uma atmosfera super pesada e com o passar do tempo você vê muitas e muitas mortes – algumas até foram escolha sua. Assim como The Last of Us, vemos uma paternidade muito bem explorada entre o personagem principal Lee e a meiga garotinha Clementine. Você cuida dela o jogo inteiro, ensina ela a se virar e por fim é obrigádo a deixá-la sozinha no mundo porque foi infectado. A última parte do jogo é agoniante e não sabia o que esperar, mas a história se mantem coerente com o único final possível naquela situação. A corajosa Clem é responsável por libertar seu corpo e poupá-lo de virar um zombie, e com muita tristeza vocês se despedem. Cabe a ela puxar o gatilho, terminando a cena com um tiro seco e certeiro em Lee. E muitas lágrimas.

1- Valiant Hearts: The Great War – Emile

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Um dos melhores jogos lançados recentemente (caso não conheça, dá uma olhada no review super completo da Bruna), Valiant Hearts trata sobre a primeira guerra mundial. Mesmo com um estilo de arte cartoon e amigável, a história e as cenas como um todo são completamente tristes.
As idas e vindas da história culminam numa batalha suicida onde o exército francês obriga os soldados a partirem numa ofensiva contra o exército alemão. Emile se vê encurralado e para salvar os poucos soldados sobreviventes, atinge fatalmente o oficial que lhes dava a ordem. Com isso é condenado por um crime de guerra e a “justiça” o sentencia à morte.
Sua filha Marie recebe a última carta de Emile, uma breve e belíssima declaração de como a guerra é terrível e que toda a alegria de sua vida foi tê-la como filha. Enquanto a carta é narrada pelo personagem, somos nós, os jogadores, que precisamos levá-lo até seu imutável e cruel destino. Ao caminhar até o local da execução passamos em frente dos outros personagens que desaparecem um a um, como se fossem fragmentos de sua memória. A música triste no fundo dá lugar a uma mensagem poderosa e aos tiros dos soldados.
Enquanto Emile caminhava, vi minha face lacrimejar e sentimentos de raiva e indignação pelo acontecido. Quão injusto era ver aquela cena e não poder fazer nada. Ele não fez nada de errado, não é mesmo? Fiquei imaginando todo o sofrimento que tantas famílias tiveram que passar em tempos sombrios como aquele. E muita coisa vem à mente, como por exemplo quanta gente está nesse exato momento nessa mesma situação. Aí a gente pensa: Poderia ser eu ali, isso poderia ter acontecido comigo. Porra, quão triste é saber que isso é verdade pra tanta gente.
Valiant Hearts não trata apenas da guerra em sí, mas caricatura a natureza humana, de sermos tão destrutivos e da história ser sempre contada por quem vence. War makes men mad.

link

Não sei analisar a fundo quais os gatilhos emocionais que me fazem ter uma empatia a ponto de evocar tristeza, porém acho muito importante até mesmo essa parte dos jogos. Acho que emoções como essa provam que somos humanos e que que há algo que nos une, independente da nossa etnia, geografia ou crenças. A tristeza e o amor são uma linguagem universal 🙂

Agora que enxugamos as lágrimas, e vocês, o que os emociona? Qual morte nos videogames marcante deixei passar aqui?
Adoraria saber um pouco mais e continuar a discussão filosófica nos comentários o/

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