Você conhece todas as Eras da Disney? Vem conferir a história do maior estúdio de animação do mundo com a gente.
Quando criança, eu sempre amei filmes. Nenhum filme fez exatamente isso para mim, como as animações da Disney. Sejam velhos ou novos, havia algo sobre os filmes do estúdio que mexiam demais comigo. As músicas, os personagens, as histórias – todos ajudaram a moldar algumas das minhas melhores lembranças de infância e são responsáveis por muitos dos meus interesses, atitudes e crenças hoje. O que eu sempre achei mais interessante é a história por trás desses filmes, como o tempo em que eles saíram influenciou seus temas e significados. Tanto a mídia quanto os próprios especialistas em cinema costumam separar toda a produção da Disney através de algumas “fases”, onde todos os filmes têm detalhes em comum ou se relacionam com o contexto mundial ao seu redor. E é isso que proponho apresentar aqui, as nove épocas das animações da Disney.
1928-1937: Era Pré-Dourada
A Era Pré-Dourada (ou primórdios) viu Walt Disney se recuperando da perda de Oswald e também preparou o cenário para a Disney como a conhecemos hoje. Em 1928, Walt, em colaboração com Ub Iwerks, criou um novo personagem que ele originalmente nomeou Mortimer Mouse. No entanto, sua esposa não gostou do nome, então ele o renomeou como Mickey (acho que todos podemos concordar que esse nome é muito melhor). Mickey fez sua primeira aparição em 1928, em uma exibição de teste do curta-metragem chamado Plane Crazy. No entanto, como o filme não conseguiu encontrar um distribuidor, Walt voltou à prancheta e criou o Steamboat Willie, lançado também em 1928. O filme foi um sucesso imediato devido ao fato de ter sido o primeiro desenho animado a apresentar som sincronizado. e estabeleceu o Mickey como mascote da Disney. Depois disso, uma série de desenhos animados do Mickey Mouse foram lançados. Esta série também viu a introdução de muitos personagens básicos da Disney, como Minnie Mouse, Pluto e Pateta. Pato Donald, outro personagem icônico, apareceu pela primeira vez nas Silly Symphonies, uma série de curtas-metragens animados que eram populares pelo uso inovador do Technicolor. Com isso, Walt se recuperou com sucesso das dificuldades da Era do Silêncio e preparou o cenário para a Era de Ouro da Disney.
1937-1942: Era de Ouro:
A Era de Ouro da Disney começou em 1937, com o lançamento de Branca de Neve e os Sete Anões. O filme foi o primeiro longa-metragem a usar animação tradicional e foi um sucesso comercial imediato, estabelecendo a Disney como um dos líderes do cinema de animação.
Outros filmes lançados durante esse período incluem Pinóquio, Fantasia, Dumbo e Bambi. Embora todos esses filmes se tornassem clássicos, na época de seu lançamento, apenas Branca de Neve e Dumbo eram comercialmente bem-sucedidos. O que representa a Era de Ouro não foi o sucesso comercial desses filmes, mas as tendências que eles criaram em termos de produção. Branca de Neve foi o primeiro baseado em contos de fadas pelos quais a Disney é conhecida e estabeleceu as “Princesas da Disney”. Pinóquio começou o conceito de utilizar a literatura como base e transformá-la em um filme
para crianças. Já Bambi, explorou as possibilidades de fazer um filme através dos olhos de um personagem não-humano.
Outros itens básicos da Disney, como vilões exagerados, o uso de música e companheiros de destaque e cômicos, foram introduzidos pela primeira vez também nesse período. Outra característica importante dos filmes dessa época foi a inclusão de muitas cenas escuras, que geralmente eram imprensadas entre cenas animadas e animadas, a fim de criar uma mudança de humor. Uma versão similar e atenuada dessas técnicas também seria usada em filmes posteriores.
1943 – 1949: O Período de Guerra
Com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, a Disney enfrentou orçamentos mais baixos e uma equipe menor de animadores. Algumas produções ficaram em segundo plano, dando espaço para filmes contados com esquetes ou compilados de curtas-metragens.
Os filmes desta época incluíam Alô Amigos, Você Já Foi a Bahia? Música, Maestro!, Mickey e o Pé de Feijão, Cante com Disney e As Aventuras de Icabod e o Sr. Sapo. O que tornou esses filmes distintos dos filmes da Era de Ouro é que, em vez de contar uma história única e contínua, esses filmes consistiam em vários curtas-metragens dentro de cada um, o que davam o nome de ‘Filme Pacote’, por isso essa era também é conhecida como “Era Pacote”.
Esses filmes são amplamente ignorados e amplamente impopulares, com fãs os criticando devido à falta de consistência e tom em cada curta. A Era da Guerra também traz a Disney produzindo propaganda da guerra, que incluía comerciais e folhetos anti-nazistas incentivando os americanos a apoiar a guerra. Além de Walt fazendo o papel de bom vizinho lançando filmes com foco na América Latina. Segue-se, portanto, uma clara política de boa vizinhança, em que os latinos são amigos e não concorrentes dos americanos, contando até com participação da maravilhosa Carmen Miranda. Apesar de nunca mais termos tido foco algum no Brasil ou com Zé Carioca nos filmes do estúdio, eles renderam ao papagaio mais boa praça do Rio um lugar fixo no Epcot, um dos parques da Disney em Orlando, representando assim, nosso querido Brasil.
1950 – 1967: A Era de Prata e a Morte de Walt Disney
A Era de Prata da Disney, também conhecida como Era da Restauração, viu o retorno de muitas das tendências estabelecidas pela Era de Ouro do estúdio. Os filmes lançados durante esse período incluem Cinderela, Alice no País das Maravilhas, Peter Pan, A Dama e o Vagabundo, Bela Adormecida, 101 Dálmatas, A Espada na Pedra e Mogli: O Menino Lobo. Verdadeiros clássicos.
O que diferenciava esses filmes de seus antecessores era o uso de fundos mais ornamentados e cores mais suaves. Além disso, a Idade da Prata também viu o uso de temas mais leves, equilibrados com personagens mais complexos, criando muitos dos personagens conhecidos que ainda hoje são considerados favoritos dos fãs. O Livro da Selva foi o último filme em que o próprio Walt trabalhou antes de sua morte em 1966, e o lançamento do filme marcou o fim da Idade da Prata.
1970-1988: A Era Sombria e a Queda da Disney
Espero que vocês tenham uma lanterna, porque estamos prestes a entrar em um lugar escuro, ou melhor, na Idade das Trevas. A Era Sombria da Disney, também conhecida como Era do Bronze se você for otimista, viu o estúdio Disney se esforçar para encontrar o caminho sem Walt lá para segurar as rédeas. Este foi um momento de tentativa e erro, em que os animadores se esquivaram dos tropos tradicionais de contar histórias vistos na Idade de Ouro e Prata e, em vez disso, mudaram para histórias mais sombrias e mais seculares. Os filmes lançados durante esse período incluem Os Aristogatos, Robin Hood, Puff – O Ursinho Guloso, Bernardo e Bianca, O Cão e a Raposa, O Caldeirão Mágico (obra de arte injustiçada), O Ratinho Detetive e Oliver e sua Turma.
Com exceção de O Ratinho Detetive, que teve tanto sucesso comercial quanto crítico, a maioria desses filmes recebeu pouco sucesso, com O Caldeirão Mágico sendo um fracasso nas bilheterias. Essas animações não tinham a imaginação de Walt e foram criticados por terem apenas a intenção de trazer dinheiro. A maior crítica a esses filmes foi o afastamento da animação tradicional e o uso de xerografia. Isso economizou tempo e dinheiro, permitindo aos animadores imprimir diretamente seus desenhos nas células. No entanto, esse processo tinha seus limites e, inicialmente, apenas linhas pretas eram possíveis usando esse método. Como resultado, os filmes dessa época são conhecidos como “Scratchy Films” devido às linhas negras pesadas em suas animações. Embora esses filmes não tenham sido bem-sucedidos inicialmente após o lançamento, muitos se tornaram clássicos cult. Além disso, a Idade das Trevas da Disney ajudou a estabelecer as bases para o auge da animação da Disney e consequentemente do mundo.
1989-1999: O Renascimento da Disney e o Nascimento dos Millennials
Se você é millennial como eu, a maioria dos seus momentos e filmes favoritos da Disney provavelmente vem da Era da Renascença. O Renascimento da Disney viu um retorno à narrativa musical de contos de fadas vista na Era de Ouro e Prata, ao mesmo tempo em que expandia muitos dos temas e técnicas introduzidos na Era do Bronze. Os filmes lançados durante esse período incluem A Pequena Sereia, Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus, A Bela e a Fera, Aladdin, O Rei Leão, Pocahontas, O Corcunda de Notre Dame, Hércules, Mulan e Tarzan. (Só classicão, certo?)
Esses filmes também foram os primeiros filmes em que Howard Ashman e Alan Menken trabalharam, os quais são elementos essenciais para o sucesso musical da empresa. Os filmes durante esse período também tiveram muitos temas importantes que influenciam as visões atuais da geração do milênio; A Bela e A Fera e O Corcunda de Notre Dame nos ensinaram a não julgar as pessoas por suas aparências, Mulan e Hércules nos ensinaram a importância de fazer sacrifícios e Aladdin nos ensinou que não há nada de errado em sermos nós mesmos e que as circunstâncias de nosso nascimento não precisam ditar quem somos.
2000-2009: Era Pós-Renascentista ou de Experimentação
Também conhecida como Era da Experimentação, a Era Pós-Renascentista era única, enquanto as eras anteriores eram marcadas por terem um tema comum sobre elas, essa era foi definida como uma época em que a Disney experimentou novos métodos de contar histórias, semelhantes a Idade do Bronze. Os filmes desta época incluem Fantasia 2000, Dinossauro, A Nova Onda do Imperador, Atlântida: O Reino Perdido, Lilo & Stitch, Planeta do Tesouro (obra de arte injustiçada nº 2), Irmão Urso, Nem que a Vaca Tussa, O Galinha Chicken Little, Família do Futuro e Bolt: O Supercão.
Esses filmes exploraram novos elementos de narrativa comercializados para crianças e temas mais maduros para os que cresceram durante o Renascimento da Disney, que agora eram adolescentes e jovens adultos. Enquanto Lilo e Stitch foi um sucesso comercial, gerando várias sequências e um programa de TV, a maioria dos outros filmes lançados durante esse período recebeu apenas um sucesso moderado. Isso se deve em parte ao fato de que eles também tiveram que lidar com grandes franquias de filmes como Harry Potter e O Senhor dos Anéis.
Apesar de não estarem tão bem quanto seus antecessores, os filmes lançados durante a Segunda Idade das Trevas são bem conhecidos por sua inovação. Dinossauro foi o primeiro que usou animação CGI, que se tornaria um elemento popular do sucessor dessa época.
2010-presente: Marvel, Guerra nas Estrelas e o Segundo Renascimento da Disney
Como o primeiro Renascimento da Disney, o Segundo Renascimento da Disney criou várias coisas introduzidas por seu antecessor. Em Enrolados, por exemplo, usou as técnicas de CGI usadas pela primeira vez em Dinossauros. A maioria dos filmes dessa época foi recebida com grande popularidade, com Frozen sendo o filme de animação com maior bilheteria de todos os tempos e Big Hero 6 sendo o filme com maior audiência do período.
E aí está, as nove eras das animações da Disney. Espero que você tenha gostado de ler sobre a história da Disney e seu crescimento ao longo dos anos. Pessoalmente, adorei escrever este artigo e espero escrever mais como este. Dar referências Disney em qualquer situação é meu maior passatempo e quanto mais pessoas nesse mundão quarentenado puder pegá-las melhor.
#SigaEmFrente
Saiba aqui 7 Filmes da Disney que quase tiveram sequência.
Formada em Marketing com pós em gestão em mídias digitais, supervisora de mídia, lufana perdida e sonysta desde pequena, acredita fielmente que o Mônicaverso foi o melhor já criado. Amante de fotografia (@taynarasantos) e defensora de como os x-men são injustiçados no cinema. Também é viciada em livros, graphic novels e procurar teorias e easter eggs da Disney no tempo livre além de fazer pinar muito no vava em umas streams esporádicas na roxinha: twitch.tv/taaysantos
